sábado, 31 de dezembro de 2016

Último dia

Chegamos ao último dia de 2016. Não se tem notícia, pelo menos até o que permita a nossa memória, de um ano, como o atual, que fosse considerado quase unanimemente como muito ruim. Sendo assim, ainda nos seus primeiros meses já havia quem desejasse que 2016 e acabasse logo. Pois o dia chegou. Dentro de poucas horas, estaremos em 2017. A sensação geral é de alívio, pois um ano de muitos acontecimentos negativos está chegando ao fim. Porém, o calendário é uma convenção humana, é a simples entrada de um novo ano não é garantia de nada. Os fatores políticos que tanto transtorno trouxeram ao Rio Grande do Sul e ao Brasil no ano que se encerra não irão melhorar, e talvez se agravem. Dessa forma, convém conter o otimismo em relação ao novuo ano que está por chegar. Porém, como é preciso ter esperança em melhores dias para seguir adiante, que 2017 seja um grande ano para todos! 

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Dinheiro curto

Não é só o cidadão comum que enfrenta dificuldades financeiras. Os grandes clubes do futebol brasileiro também estão com o dinheiro curto. Faltando menos de duas semanas para o retorno das férias, nenhum clube anunciou uma contratação de peso. As especulações são muitas, mas as tratativas não avançam. O nível técnico do futebol brasileiro vem caindo nos últimos anos, e nada indica que esse quadro vá mudar. O Palmeiras é tido como um clube com maior disponibilidade financeira, mas continua apostando mais na quantidade do que na qualidade ao realizar contratações. As torcidas brasileiras são numerosas e apaixonadas, o país conta com vários estádios novos e outros tantos reformados, mas a qualidade do futebol praticado nos gramados deixa muito a desejar. O Brasil tornou-se um exportador de jogadores, e não há perspectivas de que essa situação se altere. Enquanto isso, o torcedor brasileiro terá de se contentar com reforços de pouca expressão.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Um mês

O tempo passa rapidamente, é hoje completa-se um mês da queda do avião com a delegação da Chapecoense. Os primeiros dias após a tragédia foram de intensa comoção, no mundo inteiro. Foi o maior desastre aéreo envolvendo uma delegação de futebol em todos os tempos. Foram muitas as homenagens para a Chapecoense em diversos lugares do mundo
O estádio Atanásio Girardot lotado no dia em que se realizaria o primeiro jogo da decisão da Copa Sul-Americana entre Nacional de Medellín e Chapecoense foi a mais comovente delas. Agora, no entanto, a realidade bate à porta. Não será fácil o trabalho de reconstrução de um grupo de jogadores que perdeu mais da metade de seus integrantes. A Chapecoense terá várias competições para disputar em 2017, sendo a Libertadores a principal delas, pois o belo gesto do Nacional de Medellín em solicitar que a Conmebol concedesse o título da Copa Sul-Americana para a Chapecoense deu ao clube brasileiro a classificação direta para a fase de grupos da principal competição das Américas. Numa atitude de grande altivez, a Chapecoense rejeitou a hipótese de jogar o próximo Campeonato Brasileiro sem correr o risco de rebaixamento. Os desafios que se apresentam para a Chapecoense são muito grandes, mas a administração séria e profissional do clube sinaliza que eles serão superados. A simpatia despertada em torno do clube fez com que o seu número de sócios se ampliasse significativamente. A dor das perdas de tantas vidas, entre jogadores, comissão técnica, dirigentes e jornalistas, jamais se acabará de todo, mas o futuro aponta para um reerguimento exitoso da Chapecoense.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A modernidade no futebol

Uma grande parte da crônica esportiva brasileira, principalmente após a goleada de 7 x 1 sofrida pela Seleção Brasileira para a Alemanha, nas semifinais da Copa do Mundo de 2014, passou a glorificar o futebol jogado na Europa, e a "modernidade" dos conceitos aplicados por seus técnicos. Nomes como Josep Guardiola e José Mourinho tornaram-se, para grande parte dos jornalistas, o exemplo do que os técnicos brasileiros deveriam ter como ideal, por serem estudiosos, atualizados, dedicados e em constante evolução. Os técnicos brasileiros mais renomados são tidos como ultrapassados. Agora, a discussão em torno do assunto começou a ganhar corpo, depois que o técnico do Grêmio, Renato, desdenhou dos treinadores "estudiosos", logo após conquistar o título de campeão da Copa do Brasil. Renato disse que conhece futebol e não precisa estudar. Renato, sabidamente, é irônico e provocativo, mas sua declaração foi apoiada por Zico e, hoje, por Leão. Zico disse que estudou matérias como Português e Matemática, mas não futebol. Leão ironizou os cursos que alguns técnicos brasileiros dizem ter feito no exterior. Se levarmos ao pé da letra as duas visões, ambas estão equivocadas, na medida em que representem um entendimento radical da questão. Estudar é importante, mas nem tudo se obtém pela via acadêmica, pois o futebol é, essencialmente, uma atividade prática. A prova disso ocorreu com o Grêmio. Roger Machado foi incensado pela imprensa durante o período em que treinou o Grêmio, mas não ganhou nenhum título em quase um ano e meio de trabalho. Ao pedir demissão, foi substituído por Renato que, em três meses, obteve a quebra do jejum de grandes títulos do clube e foi campeão da Copa do Brasil. Estudo e conhecimento prático não são fatores excludentes. Não há sentido em criar uma polarização entre eles. Os técnicos devem, é claro, buscar um aprimoramento de seu conhecimento. A imprensa esportiva brasileira, por outro lado, deve ser menos deslumbrada com o que vê lá fora.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Contratações modestas

As primeiras contratações anunciadas pela dupla Gre-Nal visando o ano de 2017 estão longe de entusiasmar seus torcedores. Na verdade, são contratações modestas. O Grêmio anunciou a vinda do volante Michel, do Atlético Goianiense. Michel recebeu boas referências ao seu futebol, e foi campeão brasileiro da Segunda Divisão pelo Atlético Goianiense. Porém, já está com 26 anos, e não jogou, até hoje, por grandes clubes. A contratação anunciada pelo Inter foi a de Roberson, meia do Juventude, de 27 anos. Roberson foi revelado pelo Grêmio, mas não teve maiores chances no clube. Depois do Grêmio, não jogou por grandes clubes. O fator preponderante para a sua aquisição, por certo, foi a indicação do técnico Antônio Carlos Zago, que o treinou no Juventude. No entanto, Roberson vem para uma posição onde o Inter conta com jogadores mais jovens e qualificados, como Valdivia e Eduardo Sasha. Michel também vem para uma posição onde o Grêmio possui Walace e Kaio, entre outros. Os dois deverão ser opções de grupo, mas o que Grêmio e Inter necessitam é de jogadores que venham para ser titulares. Os torcedores ainda esperam por nomes de maior impacto.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Boa providência

Os esperados reforços estão demorando a chegar, mas pelo menos o Grêmio já adotou uma boa providência, e dispensou jogadores que não deram resposta e nada tem a acrescentar ao grupo. O lateral direito Wallace Oliveira, o meia Negueba, e o centroavante Henrique Almeida foram autorizados a procurarem clubes para dar prosseguimento às suas carreiras. Os três tem em comum o fato de terem recebido muitas oportunidades, sem corresponder. Na verdade, a simples observação da trajetória anterior dos três jogadores desaconselhava a que fossem contratados. Os dirigentes de clubes, no entanto, costumam desafiar o bom senso e fazer apostas fadadas ao fracasso. A correção do erro em questão é uma notícia auspiciosa nesse final de ano. Para a construção de um grupo de jogadores qualificado é preciso não só contratar, mas realizar a dispensa dos que tiveram insuficiência de desempenho. Outros jogadores poderiam se somar aos três citados, limpando o grupo dos seus excedentes. O Grêmio está acertando nas dispensas. Resta esperar que tenha o mesmo acerto nas novas aquisições que vier a concretizar.

domingo, 25 de dezembro de 2016

Morte prematura

A morte do cantor George Michael, hoje, aos 53 anos, pegou a todos de surpresa. Ainda não se sabe com precisão qual foi a causa do seu falecimento, mas é uma morte prematura, que tira de cena um artista pop de grande êxito comercial, com milhões de cópias vendidas de seus discos. George Michael era uma figura polêmica. Homossexual assumido, era um ativista da causa gay. Fora dos palcos, cometeu excessos em sua vida pessoal. Seja como for, o meio artístico perde um dos seus nomes de maior sucesso nas últimas décadas, e que ainda poderia, pela idade, ter muitos anos de carreira produtiva pela frente.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Natal desfigurado

A cada ano que passa o Natal parece mais desfigurado e perdendo sua essência. Não sou uma pessoa religiosa, mas a dimensão do Natal é algo que sempre foi muito forte na cultura ocidental. A chamada festa máxima da cristandade, no entanto, está muito descaracterizada em relação a outros tempos. Sua expressão religiosa foi sendo diminuída com o correr dos anos. Sobrou o lado celebrativo e consumista da data. Para a maioria das pessoas, o Natal é um dia de ceia farta e de ganhar e distribuir presentes. O Papai Noel, uma figura engendrada pela publicidade, se tornou o protagonista da festa, tomando o lugar do aniversariante do dia, Jesus Cristo. Essa é mais uma demonstração do poder de incitação ao consumismo que é próprio do capitalismo. A prevalência do capitalismo como sistema econômico dominante fez com que tudo se tornasse consumível. Vivemos numa época em que crenças, valores, ideias e conceitos também foram transformados em produtos. Nem o Natal, com todo o peso da sua tradição, conseguiu resistir a esse processo.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O escorpião da fábula

O Inter insiste em se portar como o escorpião da fábula, aquele que justifica o uso de seu ferrão mortal alegando que age assim por ser a sua natureza. A insistência do clube em manter acesa a questão jurídica envolvendo a inscrição do zagueiro Victor Ramos, do Vitória, é a demonstração cabal desse modo de proceder. O assunto já está decidido, com todos os recursos impetrados pelo Inter tendo sido recusados pelo STJD. O clube, no entanto, continua a manter o assunto em evidência, afirmando que novas informações podem levar ao reexame do caso. Até mesmo a possibilidade de recorrer à Corte Arbitral do Esporte, com sede na Suíça, tem sido aventada. Pior que a postura do Inter é a dos segmentos da imprensa que, historicamente, defendem o clube. Eles insistem em transformar o Inter em vítima dessa situação, e procuram manter viva a hipótese de uma reviravolta, via tapetão, que mantenha o clube na Primeira Divisão. Poucas vezes se viu tanta desfaçatez! O Inter foi rebaixado merecidamente, pelo péssimo futebol que apresentou no Campeonato Brasileiro, e perdeu os dois jogos que fez contra o Vitória. Porém, numa total inversão de valores, o clube baiano e a CBF são transformados em vilões, e o Inter na sua "inocente" vítima. Acenar com a hipótese de uma reversão no caso é apenas um meio de iludir o já sofrido torcedor do Inter. Melhor seria que o clube, em relação ao seu rebaixamento, observasse o que se costuma dizer, atualmente, em situações desse tipo, ou seja, aceita que dói menos.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Perversidade

A perversidade do modo de ser da direita nunca ficou tão explícita quanto nos últimos dias. Numa postura de absoluto sadismo e de total demofobia, os governos do Rio Grande do Sul e da União prepararam, justamente na época das festas de final de ano, seus terríveis pacotes de maldades. No Rio Grande do Sul, o governador José Ivo Sartori extinguiu fundações estaduais que prestam serviços valiosos à sociedade. A economia para os cofres públicos com a extinção dessas instituições será insignificante. O único efeito prático, e cruel, será a demissão de centenas de funcionários, lançados ao desemprego que deixará suas famílias desamparadas. No plano federal, o presidente golpista Michel Temer propôs uma reforma que suprime conquistas históricas dos trabalhadores, flexibiliza seus direitos, e amplia a carga horária para níveis medievais. Temer, cinicamente, disse que se aproveita de sua impopularidade, que é a mais alta de um presidente do Brasil em todos os tempos, para aprovar medidas amargas. Sartori e Temer tem em comum o fato de pertencerem ao PMDB, um partido cujo único objetivo é estar sempre no poder, a qualquer preço. Utilizando-se da retórica que defende a "austeridade", a "racionalidade" e a "modernidade" na administração pública, sua intenção é a de esfolar os funcionários públicos e os trabalhadores em geral, e favorecer os grandes empresários e o capital especulativo. Por muito menos do que está acontecendo no Estado e no Brasil outros países já estariam vivendo uma guerra civil. A população gaúcha e brasileira, por enquanto, comporta-se como um boi que vai sendo levado para o matadouro. Será possível que o povo brasileiro não vá reagir diante de tanto descalabro? Está na hora dos brasileiros tornarem-se protagonistas da História, e não os meros coadjuvantes e figurantes de sempre.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Grupo fácil

Se em 2016 o Grêmio caiu no chamado "grupo da morte" na fase inicial da Libertadores, em 2017 isso não ocorrerá. Em sorteio realizado, hoje, na sede da Conmebol, o Grêmio caiu no grupo 8, junto com Guarani (PAR), Zamora (VEN), e Deportes Iquique (CHI). Sem dúvida, é um grupo fácil, o Grêmio não tem do que se queixar. Ainda que o Guarani do Paraguai seja o atual campeão do país, nem mesmo ele chega a ser um adversário muito duro. A tendência é que o Grêmio fique em primeiro lugar no grupo. A definição dos confrontos das oitavas de final será feita com um novo sorteio. Dessa forma, os classificados do primeiro ao oitavo lugar na fase de grupos enfrentarão os que ficarem do nono ao décimo-sexto, a exemplo do que ocorre atualmente, mas sem um chaveamento previamente estabelecido. O prolongamento da Libertadores até o final do ano me parece negativo, pois sua decisão se dará em paralelo com a fase final de outras competições, mas o novo regulamento, no aspecto técnico, é superior ao que vinha sendo utilizado. Resta esperar que a boa sorte de hoje seja um prenúncio positivo sobre o desempenho do Grêmio na busca de mais um título da principal competição da América do Sul.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Rompendo barreiras

Os tempos, decididamente, são outros. Mesmo em meio a uma onda conservadora que se abate sobre o país, as pessoas seguem rompendo barreiras, numa prova de que, em matéria de costumes e comportamentos, a História não caminha para trás. As situações formais e os ambientes mais vetustos não estão a salvo dos protestos de quem se sente discriminado. Talles Oliveira Faria, de 24 anos, compareceu à sua formatura no Instituto Tecnológico da Aeronáutica, uma das mais respeitadas instituições de ensino do país, cujo nível de exigência dos conteúdos é extremamente rigoroso, trajando vestido e salto alto. Talles é homossexual assumido e agiu dessa maneira para protestar contra as pressões e constrangimentos que sempre sofreu em razão da sua condição, e que lhe custaram a interrupção da carreira militar. Pode-se até achar que Talles exagerou ao se apresentar assim numa cerimônia tão solene, mas essa é uma demonstração de que as pessoas não se deixam mais oprimir em silêncio, como ocorria num passado nem tão remoto . Para os que sonham com a volta de uma sociedade autoritária, submetida a todo o tipo de censura, saibam que isso é, apenas, um delírio. A consciência de cidadania se expandiu, a busca pelos direitos humanos fundamentais se ampliou. Como diria Caetano Veloso, num trecho de sua composição "Muito Romântico": "Nenhuma força irá me fazer calar. Faço no tempo soar minha sílaba". Gostem muitos ou não, o mundo, agora, é, também, de pessoas como Talles, para desconsolo dos Bolsonaros da vida.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Demofobia

O Rio Grande do Sul e o Brasil estão sendo vítimas da demofobia praticada pelos seus governos. Em nome do enfrentamento da crise econômica, medidas lesivas aos interesses da maioria do povo brasileiro são enviadas à Assembleia Legislativa e ao Congresso Nacional. Em busca, alegadamente, da "austeridade" nas contas públicas, os projetos levados à apreciação dos parlamentares estaduais e federais propõem o fim de conquistas e direitos históricos da população nos campos trabalhista e previdenciário. No Rio Grande do Sul, o governador José Ivo Sartori chega ao cúmulo de propor a oficialização do calote, ou seja, a autorização para pagar os salários do funcionalismo público de forma parcelada. O presidente Michel Temer quer fazer uma reforma da Previdência Social que obrigue as pessoas a trabalharem durante 49 anos para obter a sua aposentadoria se forma integral. São apenas dois exemplos dos sacos de maldades preparados pelos dois governantes, esfolando o povo sem ameaçar os privilégios dos setores dominantes da sociedade. No caso do Rio Grande do Sul, a votação do pacote de perversidades de Sartori começou hoje, e houve confronto entre servidores e a Brigada Militar. O Brasil está vivendo a pior crise política de sua história. A pressão popular e o que ainda reste de consciência dos parlamentares são a única chance de se evitar a aprovação de medidas tão lesivas aos trabalhadores. No caso de Temer, a melhor saída seria pôr um fim ao seu governo,  já que ele chegou ao poder pela via do golpe e tem um índice alarmante de impopularidade. Sartori, ao contrário de Temer, alcançou o poder pelas urnas. Porém, isso não significa o recebimento de um cheque em branco para massacrar os direitos dos trabalhadores. Os próximos dias serão decisivos para o Rio Grande do Sul e o Brasil. A marcha conservadora que assola o país não pode destruir com o futuro dos brasileiros. Só a ampla mobilização da sociedade será capaz de evitar o pior.

domingo, 18 de dezembro de 2016

Dificuldades

O que se prenunciava como um jogo previsível e tedioso, acabou sendo uma partida surpreendente e agradável. O Real Madrid confirmou a expectativa de ganhar o título do Campeonato Mundial de Clubes, mas enfrentou muitas dificuldades para vencer o Kashima Antlers, hoje, em Yokohama, o que ninguém esperava. Ao abrir o placar logo aos nove minutos de jogo, o Real Madrid reforçou a ideia de que poderia até golear o seu adversário. Nada disso. Com gols no final do primeiro tempo e no início do segundo, o Kashima Antlers virou o jogo. Sofreu o empate pouco depois, mas sustentou o resultado até o final, levando o jogo para a prorrogação. No final da partida, o Kashima Antlers foi seriamente prejudicado pela arbitragem, que não expulsou o zagueiro Sergio Ramos, do Real Madrid. Sérgio Ramos já tinha um cartão amarelo, e deveria receber o segundo, por ter cometido uma falta violenta. Na prorrogação, a lógica se impôs, e o Real Madrid marcou mais dois gols, chegando ao placar final de 4 x 2. O Real Madrid comprovou o seu favoritismo, mas o Kashima Antlers portou-se de maneira muito digna, e perdeu de cabeça erguida.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Simulacro

O Brasil vive um momento terrível em sua história. O governo, que deveria guiar os rumos do país, não passa de um simulacro. O presidente finge governar, enviando medidas ao Congresso Nacional e editando pacotes, mas sua fragilidade é gritante. Michel Temer chegou ao poder por um golpe. Seu índice de impopularidade é alarmante. Ao contrário do que pregavam os defensores do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o país não obteve nenhuma melhora com Temer. Cresce, mesmo entre os apoiadores do golpe, a ideia de que Temer deva renunciar. Ninguém no atual governo possui a mínima credibilidade. O presidente e sua equipe estão envoltos em denúncias de recebimento de propinas. Na verdade, o Brasil está à deriva. A solução mais adequada para o quadro atual seria a destituição de Temer e a convocação de eleições diretas. A saída de Temer, seguida da escolha de um novo presidente pela via indireta, feita por um Congresso Nacional corrupto e desmoralizado seria a consumação do caos. Eleições diretas, o quanto antes! Só assim o país poderá ter um governo com legitimidade para enfrentar as muitas dificuldades que o assolam.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Auxílio eletrônico

O que muitos desejavam está sendo; finalmente, posto em prática pela Fifa, com a utilização do recurso de vídeo em auxílio à arbitragem. A experiência está ocorrendo no Campeonato Mundial de Clubes, cuja disputa se encerrará domingo, no Japão. Até agora, a utilização do recurso tem recebido muitas críticas da imprensa, pois os árbitros tem se mostrado muito confusos na sua aplicação. Apressadamente, muitos já defendem que a ideia não dará certo, e que deve ser abandonada. O meia Modric, do Real Madrid, por exemplo, pediu para que acabem com o recurso de vídeo, pois argumentou que "isso não é futebol ". Discordo frontalmente dos críticos apressados e de Modric. Sempre desejei que chegasse o dia em que, com a utilização de imagens, se pudesse evitar ou corrigir os erros grosseiros de arbitragem que desfiguram e desqualificam o futebol. Particularmente, sempre considerei o erro de arbitragem que influencia no resultado de um jogo o que há de mais abominável no futebol. O fato de as primeiras experiências com o auxílio de imagens para a arbitragem estarem sendo confusas não é motivo para a ideia ser deixada de lado. Como é algo novo, é natural que, no início, haja dificuldade na aplicação do recurso. O único erro da Fifa foi fazer o teste dessa nova alternativa numa competição de tamanha visibilidade. Melhor seria ter testado a ideia em competições de menor relevância. O recurso no entanto, deve ser aperfeiçoado, para que, em pouco tempo, seja definitivamente agregado ao futebol. O futebol, pelas paixões que o envolvem, e pelos interesses que desperta, precisa ter a garantia de que os resultados dos jogos sejam limpos, sem erros grosseiros de arbitragem. Para isso, o auxílio eletrônico à arbitragem é fundamental. Cabe, apenas, fazer o seu aprimoramento.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Parece que foi ontem

Na data de hoje completam-se 20 anos da conquista do segundo título de campeão brasileiro do Grêmio. Mais uma data "redonda" que merece ser reverenciada. O tempo transcorreu muito rápido. Parece que foi ontem. Foi o último grande feito odo Grêmio na era Felipão, técnico sob cujo comando o clube só não obteve o título mundial, ganhando todos os demais. Foi uma conquista dura, sofrida. O Grêmio havia perdido o primeiro jogo da decisão para a Portuguesa, em São Paulo, por 2 x 0. Para ser campeão, precisava devolver o placar na segunda partida, no Olímpico. A Portuguesa tinha um grande time, no qual se destacavam nomes como Ze Roberto, que ainda está em atividade aos 42 anos, e Rodrigo Fabri. Porém, o Grêmio também era um time de grandes jogadores. Nomes como Danrlei, Arce, Adílson, Roger, Dinho, Paulo Nunes, faziam do Grêmio um conjunto vocacionado para ganhar títulos. Paulo Nunes, então jogando como um falso centroavante, após a saída de Jardel do clube, abriu o placar logo aos três minutos de jogo, levando todos a imaginar que o objetivo seria alcançado com facilidade. Nada disso. A Portuguesa soube recompor-se do golpe, e foi sustentando a derrota por 1 x 0, resultado que era suficiente para que obtivesse o título. A partida já se aproximava, perigosamente, do final quando, aos 39 minutos do segundo tempo, Aílton, um jogador que recém havia entrado em campo, e que não contava com a simpatia da torcida, marcou o gol do título. Um título inesquecível, que merece ser destacado quando se completam duas décadas da sua conquista.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Resultado surpreendente

O Nacional de Medellín atraiu a simpatia dos brasileiros pela solidariedade demonstrada com a Chapecoense no desastre aéreo que vitimou sua delegação. Os dois clubes decidiriam entre si a Copa Sul-Americana. Em função do trágico acontecimento, o Nacional solicitou à Conmebol que a Chapecoense fosse oficializada como campeã da competição que não pôde ser decidida, sugestão que foi acatada. Os belos gestos do clube colombiano fizeram com que ele ganhasse o apoio dos brasileiros na sua participação no Campeonato Mundial de Clubes. Hoje, no entanto, a torcida pelo Nacional transformou-se em frustração. Num resultado surpreendente, o Nacional foi goleado por 3 x 0 pelo Kashima Antlers, atual campeão japonês, e está fora da decisão do Mundial. O jogo será lembrado, também, pelo pênalti que resultou no primeiro gol, marcado após a observação do lance no vídeo. Esse lance, provavelmente, desestabilizou o Nacional, que dominava o jogo e perdia muitas chances de gol. Com o clube colombiano fora da decisão, a conquista do Mundial deverá ficar ainda mais fácil para o Real Madrid, que, amanhã, enfrentará o América do México na outra semifinal, num jogo em que a possibilidade de ocorrer uma surpresa é quase nula. Por outro lado, o atual formato da competição deveria ser repensado pela Fifa. Não há sentido na participação de um clube na condição de campeão do país sede, como é o caso do Kashima Antlers. Uma disputa que define o campeão mundial de clubes só deveria contar com a participação dos campeões continentais.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Recomeço

O Inter não tem tempo a perder. Por isso, embora o presidente eleito do clube, Marcelo Medeiros, só vá tomar posse no dia 3 de janeiro, sua administração, na prática, já começou. Hoje, o Inter apresentou o seu novo técnico, Antônio Carlos Zago. Não se trata de uma unanimidade, pois Zago sofre restrições de boa parte da torcida, que gostaria de um técnico de maior nome. Porém, Zago está longe de ser um erro, pois veio do Juventude, e disputou o Campeonato Brasileiro da Terceira Divisão, onde enfrentou uma realidade bem próxima da que irá encarar na Série B. Sua contratação demonstra que o Inter soube assimilar rapidamente o contexto que o espera em 2017. Ninguém pode garantir que vá dar certo, mas é uma aposta válida.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Pobreza técnica

As tradicionais premiações entregues ao final de cada edição do Campeonato Brasileiro, revelaram, em 2016, a pobreza técnica que caracteriza o futebol do país na atualidade. A "Bola de Prata", promovida pelos canais ESPN, e a premiação oficial da competição, realizada pela CBF, apresentaram uma seleção final com maioria acentuada de jogadores do Palmeiras, o que é natural pela grande campanha que o clube realizou na conquista do título, mas a listagem, em si, não apresenta nomes de um nível superior de qualidade. Com exceção de Gabriel Jesus, nenhum dos jogadores premiados exibe a condição de craque. Na "Bola de Prata", por exemplo, ao longo dos 46 anos de existência do prêmio, foram agraciados jogadores como Renato, Zico, Ancheta, Figueroa, Paulo Isidoro, Falcão, Marinho Chagas, Leão, Paulo César Caju, entre outros. Na seleção de 2016, aparecem nomes como o do goleiro Jailson, do Palmeiras, que, aos 35 anos, participou pela primeira vez de um Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão. Os volantes Tche-Tche e Moisés, também do Palmeiras, eram dois ilustres desconhecidos até pouco tempo. Marinho, que teve um excelente desempenho pelo Vitória, esteve em alguns clubes grandes, e não se firmou. O Campeonato Brasileiro, pelo número de grandes clubes que dele participam, é, sempre emocionante. Porém, se há emoção, falta qualidade. Seja como for, parabéns aos jogadores premiados, com destaque para o zagueiro Geromel, do Grêmio, ganhador da Bola de Prata pelo segundo ano consecutivo.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Rebaixado

O Inter está rebaixado para a Segunda Divisão. Era um fato esperado, mas nem por isso dói menos no torcedor. Afinal, a torcida sempre acredita que algo mágico vai acontecer e o pior será evitado. O empate em 1 x 1 com o Fluminense, no Giulite Coutinho, determinou a queda do Inter, inapelavelmente. O empate entre Sport e Figueirense, que perdurou durante todo o primeiro tempo, dava ao Inter a condição de, vencendo o Fluminense, escapar do rebaixamento. Porém, o Fluminense é que pressionava em busca do gol, e, inclusive, desperdiçou um pênalti. Logo no início do segundo tempo, o Sport abriu o placar na Ilha do Retiro, o que tirava do Inter qualquer chance de classificação. Para consumar a queda do Inter, o Fluminense também fez um gol. Ainda aconteceria o empate do Inter, mas ele ocorreu no final do jogo, e de nada serviu em termos práticos. Os dirigentes do Inter, depois de todas as manobras possíveis fora de campo para evitar o rebaixamento, admitiram a culpa pelo que ocorreu. Agora, o Inter terá de recomeçar em outra perspectiva. Seu novo técnico, tudo indica, será Antônio Carlos Zago, que estava no Juventude. Será a sua primeira chance num grande clube. Uma aposta, mas que poderá ser bem sucedida. O período de férias, que agora se inicia, veio bem a calhar para o Inter, que terá um tempo para assimilar a dor da queda. Depois, quando a bola voltar a rolar, não haverá tempo para lamentações, e o retorno á Primeira Divisão será uma obrigação.

sábado, 10 de dezembro de 2016

Massacre eleitoral

Poucas vezes um recado vindo de uma votação foi tão claro. A eleição para presidente do Inter, hoje, constituiu-se num massacre eleitoral. O candidato de oposição, Marcelo Medeiros, venceu com mais de 12 mil votos, superando 94% do total. Seu adversário na eleição, Pedro Afatatto, candidato da situação, fez menos de 700 votos, pouco mais que 5% do total. O torcedor do Inter, amargurado pelo péssimo desempenho do time em campo, que poderá levá-lo ao rebaixamento no Campeonato Brasileiro, amanhã, deixou evidente a sua aversão pela atual administração do clube. Marcelo Medeiros, que sofreu uma derrota fragorosa para Vitório Piffero em 2014, quando o torcedor ainda comprava a ideia de que o atual presidente era um vencedor que levaria o Inter a conquistar grandes títulos novamente, agora surge como solução para retirar o clube do atoleiro. Na verdade, o resultado da eleição era previsível. Pedro Afatatto poderia ter tido o bom senso de retirar sua candidatura. Ao não fazê-lo, submeteu-se a uma derrota vexatória. A responsabilidade de Marcelo Medeiros, por outro lado, é enorme. Não será fácil corresponder a uma preferência tão grande como a que obteve junto aos associados do Inter.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Pesadelo

O Brasil está vivendo um pesadelo. A cada dia, novas e devastadoras notícias se abatem sobre a população. O governo golpista e ilegítimo de Michel Temer resolveu atacar todos os direitos sociais e adotar o neoliberalismo na sua forma mais cruel e radical. As medidas propostas para a Previdência Social, na prática, acabarão com a aposentadoria. Sob o argumento falso de que a Previdência é deficitária, o governo quer, na verdade, forçar as pessoas a contratarem planos privados. A proposta da emenda do corte de gastos comprometerá o futuro do país nas áreas mais essenciais. No plano institucional, o descalabro é total, pois os três poderes estão agindo de forma contrária aos interesses do país e da população. Figuras como Michel Temer, no Executivo, Renan Calheiros, no Legislativo, e Gilmar Mendes, no Judiciário, fazem da vida dos brasileiros um filme de terror. O Brasil está nas mãos de um grupo de golpistas e corruptos, voltados, apenas, para a satisfação de seus interesses particulares. O país se encaminha para a mais grave crise social de sua história. Resta saber se o povo irá reagir, ou se aceitará, passivamente, medidas que destroem com o seu futuro. O cidadão brasileiro precisa sair em defesa de suas conquistas. Não é hora de passividade.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Arquivamento

O que o bom senso e a lógica indicavam acabou se confirmando, e o STJD decidiu pelo arquivamento da notícia de infração interposta pelo Inter visando a retirada de pontos do Vitória pela suposta inscrição irregular do zagueiro Victor Ramos, com o intuito de manter-se na Primeira Divisão. Na verdade, as ditas "novas provas" alegadas pelo Inter para reabrir a questão, que teve igual decisão em março, quando o Bahia entrou com ação semelhante, não existiam, eram apenas tecnicalidades irrelevantes. O Inter ainda pode recorrer da decisão, mas, convenhamos, essa será uma atitude meramente protocolar, sem nenhuma chance de êxito. Só resta ao Inter tentar evitar o rebaixamento dentro do campo, o que é difícil porque não depende mais de suas próprias forças. Precisa vencer o Fluminense e torcer por resultados paralelos. Caso contrário, terá, mesmo, de disputar a Segunda Divisão, como já aconteceu com outros grandes clubes. Ser rebaixado, é claro, não é bom. Porém, pior é a falta de dignidade e esportividade de quem tenta evitar a qualquer preço a consumação de um desfecho que é a consequência natural de um péssimo desempenho ao longo do Campeonato Brasileiro.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Campeão

Acabou o jejum. Depois de 15 anos sem conquistar um grande título, o Grêmio é o novo campeão da Copa do Brasil. O empate em 1 x 1 com o Atlético Mineiro, hoje, na Arena, levou o Grêmio a ganhar a competição pela quinta vez em sua história. Com isso, o Grêmio tornou-se o recordista de títulos da Copa do Brasil e, também, é o novo líder do ranking nacional de clubes. A Arena bateu o seu recorde de público, recebendo 55. 300 pessoas, pouco menos que a capacidade máxima do estádio. Foi um título merecido e que ficaria ainda melhor se o Grêmio tivesse vencido o jogo, sem sofrer o empate nos acréscimos. Renato, o maior ídolo do Grêmio em todos os tempos, reforçou ainda mais a sua condição de mito, ao ser campeão pelo clube como jogador e técnico. O torcedor do Grêmio tirou um peso das costas, após tantos anos de frustrações. Resta desejar que esse título possa ser o primeiro de muitos, e não somente um feito isolado. Parabéns, Grêmio!

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Nova realidade

A vida é carregada de situações contraditórias, algumas até perturbadoras. A tragédia ocorrida com o vôo da Chapecoense é uma prova disso. O clube, abalado pelo desastre com o maior número de vítimas fatais envolvendo uma delegação de futebol, se encaminha, a partir dele, para um outro patamar. Com a decisão, ontem anunciada pela Conmebol, de declarar a Chapecoense campeã da Copa Sul-Americana, o clube viverá uma nova realidade. Com o título que lhe foi conferido, a Chapecoense já está classificada para a fase de grupos da próxima edição da Libertadores, irá decidir a Recopa Sul-Americana contra o Nacional de Medellín, e receberá um significativo aporte financeiro em premiações. Num verdadeiro paradoxo, o momento mais triste da trajetória da Chapecoense está lhe abrindo uma perspectiva de engrandecimento. Se os profissionais da Chapecoense falecidos na queda do avião tiveram sua ascensão na carreira cruelmente interrompida, o clube obteve, desde então, uma projeção que talvez ainda levasse muitos anos para alcançar. Com esse impulso recebido, e o trabalho sério e responsável que a caracteriza, a Chapecoense tem tudo para se firmar de vez no cenário do futebol brasileiro e sul-americano.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O preço alto de um golpe

A determinação expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Melo, de que o presidente do Senado, Renan Calheiros, seja afastado do cargo, mostra o abismo em que o país foi colocado a partir do golpe que resultou no impeachment de uma presidente legitimamente eleita. Por motivos torpes, quebrou-se a normalidade institucional do país, colocando no poder um presidente sem legitimidade nem competência para ocupar a função. Seu "governo" é um fiasco absoluto, com uma equipe formada  por medíocres e corruptos. A impopularidade do presidente golpista é altíssima, o que o faz temer e evitar, sempre que possível, a exposição pública. A economia só faz piorar, a taxa de desemprego se amplia, medidas carregadas de demofobia são encaminhadas para votação no Congresso Nacional, conquistas históricas dos trabalhadores são ameaçadas. O país está, na prática, acéfalo no poder, entregue ao mais absoluto desgoverno. Para quem tenha um mínimo de lucidez, as perspectivas do Brasil são terríveis. O presente é caótico, e o futuro, uma incógnita. O Brasil corre o risco de uma ruptura institucional, de consequências imprevisíveis. Esse é o preço alto de um golpe, perpetrado por canalhas, e apoiado por uma massa de incautos e analfabetos políticos.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Não foi um acidente

Pior do que uma tragédia que vitimou 71 pessoas, é constatar que ela foi o resultado da inconsequência e da negligência. O que aconteceu com o avião que transportava a delegação da Chapecoense e profissionais de imprensa para Medellín não foi um acidente. O avião só caiu porque o piloto Miguel Quiroga, que também era um dos proprietários da empresa aérea, arriscou-se a fazer um vôo cujo percurso equivalia a autonomia do aparelho. Para obter o máximo de lucro e não ter despesas adicionais, Quiroga não reabasteceu o avião, o que ocasionou sua queda. O piloto já havia corrido o mesmo risco em vários outros vôos, mas, dessa vez, não pôde contar com a sorte. Com sua inconsequência, somada à negligência dos que lhe permitiram decolar com um plano de vôo inaceitável para os padrões da aviação, Quiroga carregou dezenas de pessoas para a morte, inclusive ele mesmo. O que aconteceu foi um crime, uma ação homicida. Por isso mesmo, não se pode aceitar a tentativa de eximir Quiroga de culpa, empreendida por Ximena Suarez, comissária de bordo que sobreviveu ao desastre, e pelos familiares do piloto. Miguel Quiroga foi, sim, o grande responsável pela tragédia, o que a torna ainda mais dolorosa e revoltante.

sábado, 3 de dezembro de 2016

Comoção

O Brasil viveu, hoje, um dia de intensa comoção. Não poderia ser diferente. Afinal, retornaram ao país os corpos das vítimas do avião que transportava a delegação da Chapecoense e jornalistas que fariam a cobertura do jogo entre o clube e o Nacional de Medellín, o primeiro pela decisão da Copa Sul-Americana. O velório coletivo, realizado na Arena Conda, em Chapecó, foi transmitido, de forma ininterrupta, por emissoras de TV aberta e fechada. Não havia como não se emocionar, diante de uma cerimônia pungente, e que não resvalou, em momento algum, para o excesso ou o mau gosto. As vítimas da tragédia do vôo para Medellín receberam uma homenagem carregada de tristeza, mas feita com sobriedade e dignidade. Não houve discursos longos, nem uma exploração indevida de um acontecimento tão doloroso. Grandes personalidades do futebol, como o presidente da Fifa, Gianni Infantino, os ex-jogadores Puyol e Seedorf, e o técnico da Seleção Brasileira, Tite, se fizeram presentes. Paralelamente, em diversos jogos realizados pelo mundo, a Chapecoense foi homenageada. Poucas vezes uma semana mexeu tanto com o coração dos brasileiros. O drama da Chapecoense foi acompanhado em todo o seu desdobramento, por um país inteiro.
Agora, finalmente, os que faleceram no desastre aéreo retornaram para a sua pátria. Não mais os veremos, mas os teremos, de alguma forma, junto de nós. Saibamos honrar a sua memória.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

O peixe morre pela boca

Um conhecido ditado expressa que o peixe morre pela boca, ou seja, de que, muitas vezes, somos vitimados por aquilo que falamos. No mesmo sentido, um outro ditado estabelece que em boca fechada não entra mosca, isto é, que é preferível ficar calado do que correr o risco de dizer algo indevido. O Inter está provando, nos últimos dias, o quanto essas assertivas são verdadeiras. Tudo começou com o vice-presidente de futebol do clube, Fernando Carvalho
Com o país ainda dilacerado pela queda do avião que transportava a delegação da Chapecoense, Carvalho usou a palavra "tragédia" tanto para designar essa situação quanto para descrever o iminente rebaixamento do Inter para a Segunda Divisão. A repercussão junto à opinião pública, é claro, foi péssima. Carvalho, então, retratou-se, mas não convenceu ninguém. Como se não bastasse, ontem, os jogadores do Inter e o presidente do clube, Vitório Piffero, declararam que a última rodada do Campeonato Brasileiro, transferida de 4/12 para o dia 11 do mesmo mês, não deveria ser realizada por falta de "condições emocionais", abalados que estão pelo que aconteceu com a Chapecoense. A estúpida comparação de Fernando Carvalho, e a ação conjunta carregada de oportunismo dos jogadores e de Piffero, gerou imensa revolta, com repercussões até no exterior. Em ambas as situações, ficou evidente a indiferença do Inter para com o dilacerante drama vivido pela Chapecoense, e a tentativa de tirar proveito de tão doloroso acontecimento para evitar um rebaixamento que parece inescapável. O efeito das declarações vindas do Inter foi devastador. O clube começou a ser atacado ferozmente nas redes sociais. Em poucas horas, o Inter tornou-se o clube mais rejeitado do Brasil. Ao sentirem o impacto desastroso do que disseram, clube e jogadores fizeram novos desmentidos e correções. O que já era ruim, ficou ainda pior. Até mesmo torcedores do Inter demonstraram sua indignação com as lamentáveis declarações emanadas de seu clube. Antes mesmo da definição de uma provável queda, o Inter já caiu no conceito público. Poucas vezes se viu uma administração causar tantos danos a um clube num período tão curto de tempo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Homenagem emocionante

Poucas vezes se viu algo tão tocante como o tributo do Nacional de Medellín à Chapecoense, ontem, no Atanásio Girardot. Uma homenagem emocionante, sensível, plena de carinho e solidariedade. O estádio, onde deveria estar sendo realizado, naquele horário, o primeiro jogo da decisão da Copa Sul-Americana entre Nacional e Chapecoense, lotou para assistir à cerimônia. No entorno do estádio, outras milhares de pessoas se faziam presentes, compartilhando o sentimento de pesar pelo acidente que vitimou a delegação da Chapecoense e jornalistas que cobririam a decisão. Não havia como não se comover com tamanha demonstração de carinho por parte de um povo e de uma torcida. Uma demonstração do que o esporte tem de mais sadio e digno. Uma atitude de imensa grandeza. As tragédias costumam despertar os mais nobres sentimentos humanos, que, em geral, permanecem adormecidos na rudeza da rotina diária. Com a queda do vôo da Chapecoense não foi diferente, e ela fez do Nacional de Medellín um campeão de esportividade e senso humanitário. Parabéns ao Nacional e sua torcida. Nós, brasileiros, seremos seus eternos devedores.