domingo, 31 de maio de 2015

Empate morno

O empate do Inter em 0 x 0 com o São Paulo, hoje à tarde, no Beira-Rio, foi o único jogo sem gols pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. Esse fato dá bem a dimensão do que foi a partida. Ainda que os goleiros tenham feito algumas defesas importantes, Inter e São Paulo estiveram longe de fazer um jogo intensamente disputado como se poderia esperar de uma partida entre dois grandes clubes. Ao São Paulo, por jogar fora de casa, o empate se apresentava como um resultado interessante. Para o Inter, com muitos desfalques e a cabeça inteiramente voltada para a Libertadores, faltaram forças para obter uma vitória. Por ter jogado em casa, o Inter não pode considerar o empate morno de hoje como sendo um resultado muito bom. Se o Inter quiser, como diz o seu presidente, Vitório Píffero, ser campeão do Brasileirão, terá de melhorar sua campanha daqui para a frente, pois, até agora, em 12 pontos disputados, só ganhou cinco, um rendimento inferior a 50%.

Resultado injusto

O primeiro jogo de Roger Machado como técnico do Grêmio foi uma agradável surpresa. O empate do Grêmio em 1 x 1 com o Goiás, hoje à tarde, no Serra Dourada, pelo Campeonato Brasileiro, foi um resultado injusto. O Grêmio teve uma atuação qualificada e consistente, saiu na frente no placar e só cedeu o empate num erro da arbitragem, que não marcou uma falta sobre o goleiro Marcelo Grohe. Mesmo assim, o Grêmio poderia ter chegado à vitória, caso não perdesse dois gols feitos, um com Yuri Mamute, no início do jogo, e outro com Marcelo Oliveira, depois que a partida já estava empatada. O fato de ter marcado o primeiro gol do jogo, e do empate ter acontecido devido a uma falha da arbitragem, deixaram um gosto amargo para o Grêmio, pois ele merecia ter vencido. Porém, a boa atuação já na estreia do novo técnico abre para o torcedor a perspectiva de melhores dias. Agora, falta a diretoria providenciar os reforços prometidos, para que o Grêmio possa ter possibilidades de uma boa campanha no Brasileirão.

sábado, 30 de maio de 2015

O fim da reeleição

A aprovação do fim da reeleição para cargos executivos, que caso venha a ser efetivada já valerá para as eleições de 2018, é mais um dos tantos equívocos em que incorre a política brasileira. Há argumentos consideráveis contra o instituto da reeleição, o principal deles é de que o governante, ao se eleger, já prioriza a continuidade no cargo por mais um mandato, em vez de priorizar as ações administrativas. No entanto, democracias maduras há muito tempo adotam a reeleição, sem que isso seja considerado danoso. Estados Unidos e França são dois bons exemplos nesse sentido. Cabe lembrar que a reeleição, no Brasil, é algo recente. Foi instituída no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, em proveito do próprio, o que, por si só, é escandaloso, pois o proponente de uma medida dessa ordem jamais poderia dela se beneficiar, já que a mesma só deveria ter efeito para futuras administrações. Porém, ainda que tenha sido implantada no país de uma maneira torta, a reeleição é muito recente no Brasil para que já se pense em aboli-la. Seria preciso um tempo maior até que se concluísse pela conveniência de sua extinção. Sem a reeleição, administrações exitosas não teriam a oportunidade de uma desejável continuidade. O argumento em contrário não é válido, pois uma administração fracassada seria naturalmente rejeitada pelos eleitores, não conseguindo renovar o seu mandato. Mais uma vez, os políticos, em nome de interesses pouco nobres, buscam meios de cercear a ação do eleitor, impedindo-o, se assim o desejar, de reeleger um governante.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

O inimigo público número um

Expressão que era usada com frequência, no passado, para designar pessoas ou situações de caráter vilanesco e atentatório ao interesse público, a frase do título acima cai como uma luva para o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Sem nenhuma dúvida, Eduardo Cunha é, hoje, o inimigo público número um da democracia e da moralidade na política. Com uma manobra sórdida, conseguiu que, depois de rejeitado, o financiamento empresarial de campanhas fosse incluído na reforma política. Cunha está a serviço das piores causas, sempre em favor das elites predatórias e dos arautos do obscurantismo. Não é à toa que uma das figuras mais execráveis da imprensa brasileira, Reinaldo Azevedo, já tenha saído em sua defesa, escrevendo que quem odeia Cunha tem o mesmo sentimento em relação à democracia. O Brasil vive dias sombrios. Aproveitando-se das dificuldades conjunturais que atravessa o governo, Cunha e a direita tentam impor ao país uma agenda retrógrada, impedindo a aprovação de medidas importantes, como a taxação das grandes fortunas, e barrando a votação de questões polêmicas que se contraponham aos conceitos medievais dos evangélicos. Momentaneamente enfraquecido, o governo tem engolido as provocações e atitudes de Cunha. Porém, por mais que pareça estar com o controle da situação, Cunha precisa ter seu poder neutralizado. Não por ser um adversário do governo, mas porque, com sua abjeta conduta, é o maior inimigo dos que querem um Brasil mais digno e justo, que contemple o interesse de todos os cidadãos, e não apenas de privilegiados.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

O escândalo da Fifa

O escândalo causado pela prisão, por parte de agentes do FBI, de altos dirigentes da Fifa, escancara o que de há muito se sabia, isto é, o de que a instituição que comanda o futebol mundial é um ninho de corrupção. A partir da chegada do brasileiro João Havelange ao cargo de presidente da Fifa, em 1974, o futebol se tornou, cada vez mais, um grande negócio, e foi perdendo o seu lado romântico. Enquanto os torcedores continuam a encarar o futebol com paixão, alguns o vêem como um meio de enriquecimento ilícito, com o recebimento de propinas. A retirada do nome de José Maria Marin da fachada da sede da CBF, no Rio de Janeiro, logo após a prisão do dirigente, é, ao mesmo tempo, um gesto patético e uma confissão de culpa. Aliás, a CBF é exemplar no que se refere aos novos tempos do futebol. Durante décadas, sua sede foi num prédio modesto no centro do Rio de Janeiro, junto ao Saara, zona de comércio popular da cidade. A sede acanhada da confederação não impediu que, nesse período, a Seleção Brasileira ganhasse cinco Copas do Mundo. Em pouco mais de 10 anos, no entanto, a CBF já trocou duas vezes de sede, sempre em instalações luxuosas no refinado bairro da Barra da Tijuca. Por sinal, curiosamente, a partir daí, a Seleção só colheu fracassos nas Copas. Tomara que as prisões anunciadas ontem não acabem em "pizza". Há muito tempo, o futebol, tanto na esfera mundial quanto no Brasil, precisa receber uma faxina nas suas instituições.. Pode ter chegado a hora tão esperada. Espera-se que não seja uma expectativa frustrada.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Classificação suada

Foi mais difícil do que muitos esperavam, mas o Inter venceu o Independiente Santa Fé por 2 x 0, hoje à noite, no Beira-Rio, e está classificado para as semifinais da Libertadores. Foi uma classificação suada. O primeiro gol, marcado logo aos dois minutos de jogo, fez com que muitos pensassem que a vitória seria fácil, talvez com uma goleada, mas o tempo passava e a partida foi ficando equilibrada, e o placar permaneceu sem ser alterado até a ida para o intervalo. No segundo tempo, o Inter voltou com maior ímpeto, tentando emparedar o adversário. O Independiente Santa Fé não conseguiu reagir à pressão, permanecendo em seu campo e apenas se defendendo, dando a entender que gostaria de manter o resultado e decidir tudo nos tiros livres da marca do pênalti. Ainda assim, o gol do alívio para o Inter só veio no final do jogo, depois que o adversário teve dois jogadores expulsos. O gol foi marcado por Rafael Moura, que entrara pouco antes na partida, e é um jogador considerado descartável por boa parte da torcida e da imprensa, numa prova de que o Inter vive uma maré de sorte. Agora, a Libertadores para, e só retornará daqui há um mês e meio, depois da Copa América. Nas semifinais, o Inter irá jogar contra o Tigres, com dois fatores adversos, já que a segunda partida será fora de casa e implicará numa longa viagem até Monterrey, no México. Porém, por enquanto, a caminhada do Inter na competição segue sendo risonha.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Boa escolha

Exatamente uma semana após a saída de Felipão, o Grêmio anunciou a contratação do seu novo técnico: Róger Machado. Foi uma boa escolha. Róger foi um dos mais vitoriosos jogadores do clube, e sempre teve um comportamento profissional exemplar. Desde cedo, mostrou interesse pelas questões técnicas e táticas do futebol, indicando que abraçaria, no futuro, a carreira de técnico, o que acabou se confirmando. Auxiliar técnico no Grêmio durante alguns anos, decidiu sair do clube ao perceber que a chance tão esperada para treinar o time principal não vinha. Foi para o Juventude, onde fez um trabalho irregular e, mais tarde, para o Novo Hamburgo. Nas duas últimas edições do Campeonato Gaúcho, chegou até as quartas de final, com o Juventude, em 2014, e o Novo Hamburgo, em 2015, e, em ambas as oportunidades, foi eliminado pelo Grêmio, na Arena. Como técnico interino do Grêmio, tem duas vitórias em Grenais, o que sempre é muito valorizado pelo torcedor. Róger conhece tudo dentro do Grêmio, é cria do clube. Vive com o Grêmio uma relação de afeto recíproco, e é muito estimado pela torcida. Ninguém tem condições de garantir que ele dará certo no cargo, mas isso também não poderia ser feito caso o técnico escolhido fosse um "medalhão". Afinal, nesses muitos anos de insucessos, o Grêmio já teve técnicos de renome como Paulo Autuori, Vanderlei Luxemburgo e Felipão, e nenhum deles alcançou os títulos tão esperados. Róger tem um grande potencial para vencer como técnico, e agora recebeu a chance que precisava para mostrar tudo o que sabe. Desejo-lhe muito boa sorte.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

A presença de um intelectual notável

A noite de hoje reserva um privilégio para Porto Alegre e o Rio Grande do Sul. Para proferir a conferência de abertura do ciclo "Fronteiras do Pensamento", edição de 2015, no auditório Araújo Vianna, estará presente o biólogo inglês Richard Dawkins, intelectual verdadeiramente notável, um dos maiores da atualidade. Dawkins tornou-se internacionalmente célebre com seu best-seller "Deus, um Delírio", de 2006, que se constituiu num livro basilar do movimento ateísta. Defensor ferrenho do darwinismo, Dawkins é um ateu convicto, que vê a religião como retrógrada, contra o progresso da ciência e manipuladora de corações e mentes. O biólogo é incisivo na sua oposição à religião, e não ameniza nas suas colocações. Para Dawkins, a Teologia é um não assunto, que carece de conteúdo. A vida, para o cientista inglês, já tem complexidade suficiente. Não é necessário importar o que chama de complexidade manufaturada e inventada da Teologia. Richard Dawkins afirma que debater o "significado" da Trindade e da transubstanciação é perder tempo com balelas vazias. O biólogo é assertivo quanto ao conceito de que religião e ciência são inteiramente incompatíveis. Um cientista que acredite num Deus pessoal, declara Dawkins, só consegue realizar essa proeza erguendo barreiras mentais entre áreas impossíveis de serem compatibilizadas. Por suas posições, Dawkins está sempre cercado por polêmicas. Em 2014, ao ser perguntado por uma mulher o que deveria fazer se estivesse grávida de um feto com síndrome de Down, Dawkins respondeu: "Aborte e tente de novo. Seria imoral trazer o feto ao mundo se você tem escolha". Não faltou, obviamente, quem dissesse que Dawkins defende que se matem as crianças nascidas com Síndrome de Down, o que, como destaca o cientista, é uma acusação caluniosa. Para qualquer pessoa medianamente inteligente, fica evidente que Dawkins sustenta que, quando um exame durante a gravidez revelar que o feto é portador da Síndrome de Down, o aborto seria o mais indicado. Com posições firmes e claras, que batem de frente com o obscurantismo religioso, Dawkins é um sopro de lucidez em meio ao arcaísmo e ao atraso mental de tantas pessoas no mundo. Poder desfrutar de sua presença e de seu conhecimento é um privilégio raro que terão os que assistirem ao ciclo de conferências.

domingo, 24 de maio de 2015

A frente de esquerda

O ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, está empenhado em criar uma frente de esquerda para atuar nas eleições municipais de 2016. A frente seria integrada por partidos como PT, PSOL e PC do B, e é uma forma de neutralizar a crescente influência do PMDB junto ao governo. A proposta foi criticada pelo presidente do PT do Rio de Janeiro, e prefeito de Maricá, Washington Quaquá, que considera fundamental a manutenção da aliança com o PMDB no seu Estado, mas conta com o apoio de outras importantes lideranças locais do partido, como o senador Lindbergh Farias e o deputado federal Alessandro Molon. Para levar adiante a ideia da formação da frente, Tarso Genro mudou-se para o Rio de Janeiro. A iniciativa é oportuna e reveladora da estatura política de Tarso Genro. A esquerda não pode se deixar acuar pela atual situação política, em que a direita posa de solução para a "escalada da corrupção que assola o país". A direita nunca foi, não é, e jamais será solução para nada. Grande intelectual, notável pensador de esquerda, Tarso Genro, que não pretende mais concorrer a cargos eletivos, dá, com essa iniciativa, uma enorme contribuição para a política no país. A esquerda não tem de sair de cena, como alardeia a direita. Pelo contrário, o PT precisa retornar às suas origens, livrar-se da má companhia do PMDB, e voltar a firmar parcerias com os partidos com os quais tem afinidade ideológica e programática. Livre das amarras da condição de candidato em eleições, Tarso Genro empresta sua vasta cultura política para a criação de uma frente que faça a esquerda brasileira retornar ao seu leito natural. O Brasil não pode por a perder as grandes conquistas sociais que obteve nos últimos anos. Fortalecer a esquerda nacional é uma garantia de manter o país no rumo da justiça social.

sábado, 23 de maio de 2015

Vitória

O Grêmio venceu o Figueirense por 1 x 0, hoje à noite, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro, num jogo em que a vitória era inadiável. Não foi um grande desempenho do Grêmio, mas a atuação foi segura, levando a um resultado merecido. Com um técnico interino, James Freitas, e em meio a uma crise no clube, o Grêmio conseguiu uma vitória indispensável, que irá acalmar seu ambiente. Marcelo Oliveira foi o melhor jogador em campo e, por mais incrível que pareça, Braian Rodríguez foi o autor do gol. A vitória fez o Grêmio subir para o oitavo lugar, posição provisória antes das partidas de amanhã. Agora, o Grêmio irá jogar contra o Goiás, no Serra Dourada, onde seu retrospecto não é favorável. A dúvida que se coloca é se, até lá, o Grêmio já terá contratado um novo técnico. Espera-se que sim, e que, principalmente, a escolha seja criteriosa.

Empate

O Inter empatou em 1 x 1 com o Vasco, hoje, em São Januário, pelo Campeonato Brasileiro. O resultado até pode ser considerado bom, pois o Inter jogou com seu time reserva, mas, como saiu na frente no placar, ficou um certo gosto de frustração. O autor do gol do Inter foi Nilmar, o único titular escalado, de muito boa atuação, o que prova que a maior qualidade sempre faz a diferença e nunca há equivalência entre os integrantes do time principal e do reserva. O gol do Vasco só surgiu após o Inter ter Alan Ruschel expulso. Foi o quarto empate consecutivo do Vasco, sendo três deles em casa. Embora esforçado, o time do Vasco é muito limitado, e se não se reforçar, é candidato ao rebaixamento.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Sem rumo

A cada dia, firma-se mais a impressão de que o Grêmio é um clube sem rumo. Tudo é indefinição no clube. O técnico Felipão teve sua saída anunciada na terça-feira, e até hoje não foi contratado um substituto. Fala-se que o Grêmio terá um vice-presidente de futebol, mas segue a indefinição quanto ao ocupante do cargo. Não bastasse o mau início no Campeonato Brasileiro, um empate em casa e uma derrota fora, o Grêmio irá jogar na Arena, amanhã, contra o Figueirense, com um técnico interino, e mergulhado em incertezas. Afora o corte de gastos, o presidente Romildo Bolzan Júnior parece não ter nenhuma outra proposta para conduzir o clube. O mentor de sua candidatura, o ex-presidente Fábio Koff, está muito doente, e não pode auxiliá-lo. Sem vivência no clube e no futebol, Romildo mostra-se errático em suas ações, e os resultados de campo refletem isso. Em apenas cinco meses do presidente no cargo, o Grêmio já perdeu um Campeonato Gaúcho e está na zona de rebaixamento do Brasileirão. Essa situação faz o torcedor temer pelo pior, que seria uma terceira queda para a Segunda Divisão. O Grêmio vive uma prolongada agonia, e nada indica que o alívio ocorra em breve. No Grêmio atual, o que é ruim sempre pode ficar pior.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

A reação do presidente

O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, revoltou-se com o teor da coluna assinada pelo jornalista Leonardo Meneghetti na edição de ontem do jornal "Metro/RS". A reação de Romildo foi decidir não conceder mais entrevistas para os veículos do Grupo Bandeirantes, do qual o "Metro/RS" faz parte, por ter considerado que o texto do colunista era um ataque pessoal contra ele. Ao saber da atitude do presidente, busquei tomar conhecimento do conteúdo do comentário, pois não o havia lido. Antes de fazê-lo, pensei que o mesmo pudesse ser um texto faccioso, dada a condição de torcedor do Inter confessada pelo colunista, no mesmo espaço, na semana anterior. Porém, é forçoso que se reconheça, o conteúdo do que li não traz nenhuma acusação infundada ou agressão gratuita contra Bolzan Júnior. O título do comentário, provocativo, pergunta quando Romildo Bolzan Júnior irá tomar posse. Provocativo, mas não descabido. Ao longo do texto, Meneghetti arrola todas as ações desastradas da administração de Romildo, que são consequência da total falta de um projeto para o clube. Sinto-me a vontade para discorrer sobre isso, pois, quando da constituição da chapa que acabou eleita para administrar o Grêmio, frisei o fato de que Bolzan Júnior não tinha uma história no clube que legitimasse sua candidatura. Na verdade, sua eleição se deu tão somente pela condição de candidato apoiado pelo ex-presidente Fábio Koff, que é um ícone para os gremistas. Romildo preside o Grêmio ao sabor dos ventos, sem um projeto definido de administração. Seu "samba de uma nota só" é a necessidade de cortar gastos. Em função dessa intenção, prometeu juvenilizar o time. Em apenas cinco meses, essa ideia foi deixada de lado, e o time titular atual só tem dois jogadores formados no clube, os demais são "cascudos", ou seja, nomes rodados. O Campeonato Gaúcho, que o goleiro Marcelo Grohe definiu como sendo uma "Copa do Mundo" para o Grêmio, foi perdido, mais uma vez. No Campeonato Brasileiro, em apenas duas rodadas, o Grêmio já ocupa a zona de rebaixamento. O clube não tem técnico, o time exibe terríveis lacunas, o discurso oficial é de que não há dinheiro para grandes contratações,  a "compra" da Arena foi apenas um factóide eleitoral, pois o assunto segue em aberto, o desalento do torcedor é imenso. Diante desse quadro, Bolzan Júnior não tem o direito de se sentir ofendido com críticas. A única maneira de neutralizá-las é fazer o que não realizou até agora, isto é, ser um presidente a altura da grandeza do Grêmio.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Final amargo

O Inter perdeu para o Independiente Santa Fé, por 1 x 0, no El Campin, hoje à noite, pelas quartas de final da Libertadores. Foi um jogo de final amargo para o Inter, pois a partida se arrastava num 0 x 0 que lhe agradava, até que, aos 46 minutos do segundo tempo, o Independiente Santa Fé fez o gol da vitória. O jogo apresentou dois tempos bastante distintos. O primeiro tempo foi entediante e de baixo nível técnico. O time colombiano chutou apenas uma bola ao gol, e mostrou muitas limitações técnicas. Depois do intervalo, o Santa Fé voltou com mais disposição para buscar uma vitória. Antes de marcar seu gol, já havia colocado duas bolas no travessão. Nos últimos 15 minutos de jogo, o Inter parecia fisicamente esgotado em campo, e buscava apenas segurar o 0 x 0. Nico Freitas e Réver entraram para dar mais solidez defensiva ao time. Porém, com isso, o Inter atraiu ainda mais o adversário para o seu campo, e acabou sofrendo o gol nos acréscimos. As chances do Inter de se classificar para as semifinais ainda são amplas, afinal o segundo jogo será no Beira-Rio. No entanto, para isso, terá de vencer por dois ou mais gols de diferença. Se devolver o 1 x 0, a decisão irá para o loteria dos tiros livres da marca do pênalti. Se obtiver qualquer outra vitória por um gol de diferença, o Santa Fé é que será o clube classificado. O favoritismo ainda é do Inter, mas, agora, a tarefa de obter a classificação ficou bem mais árdua.

terça-feira, 19 de maio de 2015

A queda de Felipão

O inevitável aconteceu, e Felipão não é mais o técnico do Grêmio. A situação do técnico no clube se tornava, a cada dia, insustentável, e sua queda era uma questão de tempo. As vaias dirigidas à Felipão no aeroporto, no retorno da delegação de Curitiba, talvez tenha sido o fator que demonstrou que era a hora de se fazer a mudança. Até então, Felipão era, praticamente, uma unanimidade junto à torcida. A prova disso é que, nos jogos na Arena, seu nome era sempre o mais ovacionado quando anunciado pelos alto-falantes. O episódio do aeroporto deixou claro que o torcedor do Grêmio, há tantos anos sofrendo com os maus resultados, não tem mais paciência para novos fracassos, e nem mesmo ídolos como Felipão escapam de sua ira. A entrevista do presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, hoje pela manhã, também deixou evidente sua frustração com o trabalho do técnico. Bolzan Júnior referiu o fato de que o Grêmio, no Brasileirão de 2014, após golear o Inter e vencer o Criciúma, subiu para o 3º lugar na tabela, mas depois perdeu para Cruzeiro e Corinthians, e teve uma derrota que classificou de "emblemática" para o Bahia, terminando a competição em 7º lugar, e fora da Libertadores. O presidente prosseguiu em sua análise, e citou o mau início no Gauchão, a recuperação dentro da competição com algumas contratações e que o Grêmio chegou como favorito na decisão contra o Inter, por jogar por empates. A perda do título, acrescentou, acarretou um abalo psicológico, e os dois maus resultados no começo do Brasileirão, então, levaram à necessidade de mudança. Saber se Felipão pediu para sair ou se foi o Grêmio que o demitiu é uma questão sem importância. A versão oficial, de que foi Felipão que tomou a iniciativa da saída, pode ser apenas um meio de preservar a imagem de um profissional renomado. As informações dão conta de que Cristóvão Borges deverá ser o novo técnico do Grêmio. Se isso for confirmado, o Grêmio terá contratado um bom técnico, ainda carecendo de uma maior afirmação. Cristóvão já foi jogador do Grêmio, deixando excelente impressão como profissional e cidadão. Se vier, mesmo, para o Grêmio, só resta lhe desejar boa sorte.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Início sofrível

As duas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro mostraram que o futebol do país vive um momento técnico de baixa qualidade. O início do Brasileirão está sendo sofrível, com jogos fracos e poucos gols. A honrosa exceção nesse panorama é o Atlético Mineiro, que, mesmo após ter sido eliminado da Libertadores na quarta-feira, mostrou disposição e bom futebol, goleando o Fluminense por 4 x 1. Na primeira rodada, mesmo com um time reserva, obteve um empate com o Palmeiras no Allianz Parque. Nos demais grandes clubes brasileiros, o quadro não é animador. O Grêmio ganhou apenas um ponto em dois jogos contra adversários modestos, Ponte Preta e Coritiba, e já está na zona de rebaixamento. O Inter, dando prioridade à Libertadores, tem jogado com os reservas. Foi goleado pelo Atlético Paranaense, na Arena da Baixada, e ganhou "com as calças na mão" do Avaí, no Beira-Rio. O São Paulo, depois de vencer o Flamengo na estreia, perdeu para a Ponte Preta, jogando muito mal. O Palmeiras tem mais quantidade que qualidade no seu grupo de jogadores, e empatou suas duas partidas, até agora. O Santos faz uma campanha razoável, com um empate e uma vitória, mas sem um futebol que impressione. O Corinthians, líder isolado do Brasileirão com seis pontos, ganhou seus dois jogos por 1 x 0, mas com atuações de pouco brilho. Os clubes cariocas estão longe de entusiasmar. O Flamengo obteve apenas um ponto em dois jogos. O Vasco empatou suas duas partidas em 0 x 0. O Fluminense, depois de uma vitória magra, na primeira rodada, contra o Joinville, foi goleado pelo Atlético Mineiro. O Cruzeiro, que também prioriza a Libertadores, é o lanterna da competição, com zero ponto. Na medida em que a disputa for avançando, deverá ocorrer uma melhora, mas que ninguém espere que ela seja das mais significativas. O futebol brasileiro vive um momento de escassez de grandes valores, o que resulta num baixo nível técnico. Os jogos da maior competição futebolística do país estão, apenas, evidenciando essa condição.

domingo, 17 de maio de 2015

Vitória com pouco futebol

O Inter conseguiu o que precisava, e venceu o Avaí por 1 x 0, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. A vitória era indispensável, pois o Inter estreara com derrota por goleada no Brasileirão. Mais uma vez, o Inter jogou com seu time reserva, e, novamente, mostrou pouco futebol. Antes que Vitinho fizesse o gol da vitória no seu primeiro toque na bola, ao entrar no segundo tempo, o Avaí já perdera várias oportunidades de gol. Mesmo após o gol sofrido, o Avaí seguiu pressionando o Inter, e por pouco não empatou. Foi uma partida em que o Inter jogou pouco, mas conseguiu o que buscava, que era vencer. Com o resultado o Inter subiu do 20º para o 12º lugar, e obteve a tranquilidade necessária para focar sua atenção no importante jogo contra o Independiente Santa Fé, quarta-feira, pela Libertadores.

sábado, 16 de maio de 2015

Desastre

A atuação do Grêmio na derrota por 2 x 0 para o Coritiba, hoje, no Couto Pereira, pelo Campeonato Brasileiro, foi um desastre. Diante de um adversário que vive um péssimo momento, o Grêmio foi inteiramente dominado, e, com falhas gritantes de sua defesa, entregou os dois gols para o Coritiba. O segundo gol chegou a ser ridículo. Matias Rodriguez tentou afastar a bola com um chutão, mas ela bateu em Erazo, subiu e encobriu o goleiro Marcelo Grohe. Erazo, por sinal, teve uma atuação comprometedora, falhando nos dois gols. Ele foi escalado de última hora, devido a um desconforto muscular sentido por Rhodolfo. Matias Rodriguez, depois de alguns jogos de boa qualidade, voltou à sua mediocridade habitual, e até Geromel, de tantos excelentes desempenhos, esteve longe de seus melhores dias. O Grêmio vive um momento muito preocupante. O time titular segue indefinido, o técnico se escora, apenas, num passado glorioso mas já distante, e a diretoria parece sem reação, justificando sua inação pela falta de recursos. Diante de um quadro como esse, não é exagero pensar que o Grêmio corre sérios riscos de rebaixamento no Brasileirão.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Crueldade

O anúncio do governo do Rio Grande do Sul, feito hoje, de que irá parcelar os salários de parte do funcionalismo público, é uma atitude com requintes de crueldade. Exatamente num momento em que a economia do país se encontra em retração e com inflação em alta, servidores públicos cuja remuneração já é baixa receberão os seus parcos salários de forma parcelada. A justificativa é sempre a mesma, isto é, a de que o Estado está quebrado, não tem dinheiro. Curiosamente, tal alegação, acompanhada de odiosas medidas, como a que foi divulgada hoje, sempre surge em governos de nítida orientação neoliberal, casos de Antônio Britto (PMDB) e Yeda Crusius (PSDB). As categorias atingidas pelo parcelamento já se mobilizam para a possível deflagração de greves, o que causaria prejuízos na prestação de serviços à população. Porém, esse é um argumento que não se sensibiliza os defensores da "austeridade" nas contas públicas. Fiéis ao figurino neoliberal, sua preocupação é cortar gastos, ainda que às custas de servidores e da população em geral. A administração do governador José Ivo Sartori está apenas começando, mas a sociedade já está sentindo o alto preço de se eleger para um cargo dessa importância uma figura tão inepta e desqualificada. A maioria dos eleitores do Rio Grande do Sul deixou-se levar por um marketing de campanha enganoso e por uma sórdida campanha midiática contra o ex-governador Tarso Genro, que buscava a reeleição, e escolheu Sartori. Bastaram poucos meses para que o caráter desastroso da escolha ficasse evidenciado. O pior de tudo é que, mesmo que esses eleitores viessem a se arrepender, nada pode ser feito. Uma nova eleição para governador só ocorrerá em 2018. Ate lá, resta, tanto aos eleitores de Sartori quanto aos que votaram em outros candidatos, suportar um governo sem ideias e projetos, que se propõe tão somente a cortar gastos, mesmo que isso implique, por exemplo, a sucatear as polícias civil e militar, expondo a população a uma situação de total insegurança. Os três anos que faltam até a próxima eleição para governador serão insuportavelmente longos. Tomara que, depois de mais essa experiência fracassada, o eleitor do Estado atinja um esclarecimento suficiente para nunca mais apostar no PMDB como solução. Afinal, errar é humano. No entanto, persistir no erro é burrice.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Selvageria

A suspensão do jogo entre Boca Juniors e River Plate, hoje à noite, pelas semifinais da Libertadores, na Bombonera, após jogadores do clube visitante terem sido atingidos por jatos de gás de pimenta acionados por torcedores adversários, é um exemplo da selvageria que ainda insiste em imperar no futebol sul-americano. Muitos gostam, por exemplo, de exaltar a garra do futebol argentino, sua catimba, a irresignação com a derrota, a extrema combatividade. Porém, não raro, essas características descambam para um comportamento violento de jogadores e, principalmente, de torcedores. Por essas e outras razões, a Libertadores está a anos-luz do padrão de excelência de sua congênere europeia, a Champions League. A própria Bombonera, estádio cultuado por muitos, é um exemplo das precariedades do futebol sul-americano. O estádio, sem dúvida, tem uma rica história, que lhe confere uma condição mítica, mas é ultrapassado, inseguro, desconfortável, anacrônico. Se a qualidade do futebol fosse priorizada, o velho estádio teria de ser reformado, ou, até mesmo, demolido e substituído por um que fosse mais amplo e construído de acordo com os mais rigorosos padrões de conforto e segurança. O episódio ocorrido hoje à noite mancha a competição, que fica com um confronto de resultado indefinido até que o caso seja julgado, e certamente, renderá uma repercussão internacional das mais negativas. Está mais do que na hora de modificar esse quadro, ou o fosso entre o futebol da América do Sul em relação ao da Europa irá se ampliar cada vez mais.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Favoritismo confirmado

O Inter teve o seu favoritismo confirmado, e venceu o Atlético Mineiro, por 3 x 1, hoje à noite, no Beira-Rio, classificando-se para as quartas de final da Libertadores. O primeiro gol aconteceu cedo, e foi marcado por Valdívia, o grande nome do time, atualmente. No último minuto do primeiro tempo, D'Alessandro ampliou o placar. No início do segundo tempo, o Atlético Mineiro descontou, com um gol de Lucas Pratto, mas não teve forças para alcançar o empate que levaria o jogo para a disputa de tiros livres da marca do pênalti, e, próximo ao final da partida, um erro de Dátolo deu de presente um gol para Lisandro López definir o resultado. Agora, o Inter irá enfrentar o Independiente Santa Fé, da Colômbia, nas quartas de final. O clube colombiano possui um bom time, mas o Inter tem mais tradição e fará o segundo jogo em casa, o que lhe dá a condição de favorito para se classificar para as semifinais.

Classificação antecipada

O Grêmio venceu o CRB por 3 x 1, hoje à noite, no Rei Pelé, e obteve a classificação antecipada para a terceira fase da Copa do Brasil, sem a necessidade do segundo jogo, por ter ganho por dois gols de diferença. A grande novidade do técnico do Grêmio, Felipão, na escalação do time, Pedro Rocha, foi o nome do jogo, marcando dois gols. Depois de ver sua atuação, é de se perguntar porque Felipão não vinha usando o jogador no Campeonato Gaúcho enquanto o Grêmio sofria com a ineficiência de Braian Rodriguez? A propósito, cabe lembrar que Pedro Rocha recebeu uma oportunidade no Gauchão, contra o Passo Fundo, no Vermelhão da Serra. Naquele jogo, marcou um dos gols da vitória do Grêmio por 2 x 0 e teve bom desempenho. Inexplicavelmente, não voltou a ser aproveitado na competição. Luan, hoje jogando mais adiantado, também esteve bem e marcou o outro gol do Grêmio, que terminou o primeiro tempo goleando por 3 x 0. No segundo tempo, o Grêmio não teve o mesmo ímpeto, e o CRB marcou o seu "gol de honra", mas a classificação antecipada foi garantida. Agora, o Grêmio enfrentará o Criciúma na terceira fase da Copa do Brasil e, mais uma vez, é o favorito para seguir adiante na disputa. A partir daí, terá de se defrontar com adversários de maior nível. Espera-se que, até lá, os reforços necessários para o time já tenham sido contratados pela diretoria, abrindo perspectivas para que o clube possa almejar a conquista do título.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Semana espetacular

Para quem gosta de futebol, essa é uma semana espetacular. O desfile de atrações começa hoje, à tarde, com o segundo jogo entre Bayern de Munique e Barcelona, pelas semifinais da Champions League. Embora a partida seja no Allianz Arena, o favoritismo para a classificação é do Barcelona, que goleou no Nou Camp por 3 x 0. Seja como for, a perspectiva é de um grande jogo. À noite, Independiente Santa Fé e Estudiantes de La Plata jogarão em Bogotá, e um deles será o adversário de Atlético Mineiro ou Inter nas quartas de final da Libertadores. O Estudiantes jogará pelo empate, pois venceu o primeiro jogo, em La Plata, por 2 x 1, mas essa não chega a ser uma grande vantagem, pois, devido ao saldo qualificado, uma vitória de 1 x 0 dará a classificação para o Independiente Santa Fé. Uma partida, portanto, que interessa diretamente a duas grandes torcidas brasileiras. Amanhã, os grandes jogos prosseguirão. Começando, mais uma vez por uma partida pelas semifinais da Champions League, no Santiago Bernabeu, entre Real Madrid e Juventus. Na semana passada, na Arena Juventus, o clube italiano venceu por 2 x 1, e poderá se classificar para a decisão da competição com um empate. Porém, devido ao saldo qualificado, bastará uma vitória por 1 a 0 para o Real Madrid obter a classificação, ou seja, o jogo deverá ser eletrizante. No início da noite, em Maceió, o Grêmio jogará contra o CRB, pela segunda fase da Copa do Brasil, e se vencer por dois ou mais gols de diferença eliminará a realização da segunda partida, na Arena. Mais tarde, os clubes brasileiros entrarão em campo pela Libertadores, e dois deles ficarão pelo caminho, já que os jogos envolvem confrontos diretos entre clubes do país. No Beira-Rio, o Inter jogará contra o Atlético Mineiro e, como houve empate em 2 x 2 no Independência, placares como 0 x 0 e 1 x 1 já lhe darão a classificação para as quartas de final. O Cruzeiro, por sua vez, terá uma missão mais difícil contra o Sâo Paulo, no Mineirão. Como perdeu no Morumbi por 1 x 0, precisará vencer por 2 x 0 para se classificar. Completando esse cardápio, a quinta-feira terá como maior destaque Boca Juniors x River Plate, na Bombonera, No Monumental de Nuñez, o River ganhou por 1 x 0, mas dada a rivalidade entre os dois clubes e o fato de o Boca jogar, dessa vez, como mandante, o confronto está totalmente em aberto. Como se vê, emoções em profusão para quem gosta de futebol, e motivos de sobra para ficar grudado na poltrona.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

O fim de uma rádio autêntica

Foi anunciado hoje que a Rádio Ipanema Fm, de Porto Alegre, sairá do ar no dia 18 de maio, migrando para a internet. Em sua frequência, 94.9, passará a operar a Rádio Bandeirantes, que já ocupa a posição 640 do dial em AM. A notícia chocou os muito admiradores do estilo próprio da Ipanema, uma rádio autêntica, que nunca se propôs a ser uma campeã de audiência e, por isso, mesmo se tornou uma emissora "cult", com um público fiel. A Ipanema se autodefinia como a "rádio rock de Porto Alegre". Ela privilegiava esse gênero musical e não fazia concessões ao comercialismo tão comum em outras rádios. Em sua programação, afora as músicas conhecidas de nomes famosos da cena roqueira, havia espaço para a divulgação de grupos locais que buscavam o seu lugar ao sol com suas fitas demo e discos independentes. Para os apreciadores do rock, a saída do ar da Ipanema deixará uma sensação de orfandade. No entanto, o fato não chega a ser surpreendente. Antes uma frequência essencialmente voltada para a área musical, a FM, atualmente, vem sendo, em grande parte, ocupada por emissoras no estilo "talk news", com jornalismo e transmissões esportivas. As principais emissoras desse tipo de programação, em Porto Alegre, transmitem conjuntamente em AM e FM. A Rádio Bandeirantes era a única a ficar restrita à AM, o que lhe prejudicava fortemente em relação às suas concorrentes, já que algumas plataformas não dispõem dessa frequência, como é o caso dos smartphones. Menos mal, para os apreciadores da Ipanema, que ela continuará a existir na internet. Não é o ideal, mas é melhor que o fechamento definitivo.

domingo, 10 de maio de 2015

Goleada inesperada

O Inter parecia viver um conto de fadas. Tudo dava certo. As vitórias vinham quer o time colocado em campo fosse titular ou reserva, com boas ou más atuações. Se a possibilidade de um insucesso aparecesse de maneira mais nítida, providenciais "erros" de arbitragem resolviam o problema. Confiante de que atingira um estágio em que se tornara praticamente imbatível, o Inter estreou no Campeonato Brasileiro com um time descaracterizado, e sofreu uma goleada inesperada de 3 x 0 para o Atlético Paranaense, na Arena da Baixada, com direito, até mesmo, a um gol contra de Paulão. A ideia propalada por muitos de que o Inter possui dois times de igual qualidade para mandar a campo não resistiu ao primeiro jogo do Brasileirão. Para os incautos, isso se constitui numa surpresa. Para os observadores mais atentos, é um fato lógico. Afinal, fora do Campeonato Gaúcho, com seu reino encantado de uma federação presidida por um conselheiro do clube e um séquito de árbitros amigos, a realidade é muito diferente.

Tropeço angustiante

O Grêmio, em sua estreia no Campeonato Brasileiro, não conseguiu aliviar o sofrimento do seu torcedor. Pelo contrário, ampliou-o. Ao empatar em 3 x 3 com a Ponte Preta, na Arena, em jogo que inaugurou o horário das 11 horas no Brasileirão, depois de estar por duas vezes com a vitória parcial, o Grêmio começa a competição com um tropeço angustiante, capaz de instalar os piores temores em sua torcida, inclusive o do rebaixamento. Como aceitar que, diante de adversário tão modesto, o Grêmio termine o primeiro tempo de jogo vencendo por 1 x 0, amplie o placar no segundo, ceda o empate num espaço de apenas dois minutos, volte a ficar na frente do marcador, e leve um gol no último segundo da partida desperdiçando preciosos pontos que lhe farão muita falta no decorrer da disputa? Até mesmo o que deveria ser um fato animador, a atuação de Yuri Mamute, que marcou dois gols, é mais um motivo de desalento, pois o jogador irá se apresentar amanhã na Seleção Brasileira Sub-20, e deverá ficar cerca de 40 dias afastado do clube. Mais do que nunca, o Grêmio precisa de reforços em quantidade e qualidade, para poder reagir. O argumento da falta de recursos financeiros não pode ser definitivo. Se o clube cair, pela terceira vez, para a Segunda Divisão, aí sim sua situação financeira se tornará insustentável. Não é hora de desculpas esfarrapadas ou justificativas de qualquer ordem. A reação da diretoria do Grêmio precisa ser imediata. Não há tempo a perder.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Triste desfecho

O fim da curta passagem de Cristian Rodriguez pelo Grêmio é mais uma história de triste desfecho num clube que parece não se cansar de "pagar micos". Cristian Rodriguez foi contratado por três meses, com possibilidade de prorrogar sua permanência por um período maior. Acabou saindo um mês antes do previsto, tendo participado de apenas dois jogos, de forma parcial. Nesse brevíssimo período em que ficou no Grêmio, teve três lesões. Ao chegar ao clube, já trouxe uma suspensão de quatro jogos, devido a uma expulsão no último jogo que realizou pelo Parma. Difícil é entender porque o jogador, que já estava contratado pelo Grêmio, e embarcaria logo em seguida para Porto Alegre, ainda entrou em campo mais uma vez pelo Parma, sujeitando-se a possibilidade de uma lesão que inviabilizaria o negócio, ou até mesmo, como aconteceu, uma expulsão e a consequente suspensão por alguns jogos. O Grêmio fez um esforço para trazer Cristian Rodriguez, quebrando, inclusive com o seu teto salarial, na esperança de que ele fosse o jogador diferenciado que levaria o clube a conquistar o título do Campeonato Gaúcho. Porém, Cristian pouco entrou em campo, acumulou lesões, foi embora antes do término do contrato, e o Grêmio perdeu o Gauchão. Mais uma frustração para uma torcida apaixonada, que já está cansada de tanto sofrer.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Na contramão da história

Uma pesquisa realizada com eleitores dos Estados Unidos, sobre a sua posição em relação a candidatos de grupos específicos, revelou que eles preferem votar em gays e lésbicas do que em evangélicos. Numa sociedade tida como puritana, é uma postura surpreendente e admirável. Por outro lado, no Brasil, o personagem Carlos Alberto, da novela "Babilônia", da Rede Globo, vivido pelo ator Marcos Pasquim, terá o seu perfil totalmente alterado em relação à sinopse original. Carlos Alberto seria um homem separado que sufoca sua homossexualidade até o dia em que se apaixona e "sai do armário". Agora, será um viúvo que se sente responsável pela morte de sua mulher num acidente de carro. Uma história bem menos interessante, arranjada para fugir da pressão de grupos conservadores, principalmente evangélicos, que fazem combate cerrado contra a novela porque ela apresentou, já no primeiro capítulo, um "selinho" entre as personagens vividas pelas atrizes Fernanda Montenegro e Natália Timberg. O Brasil vive uma lamentável onda de neoconservadorismo, com boçais como os deputados federais Marco Feliciano e Eduardo Cunha, ambos evangélicos, ganhando espaços nos meios de comunicação para desfiarem seus conceitos medievais de moralidade. A Rede Globo, é claro, preocupa-se com os índices de audiência de "Babilônia" e que eles sejam afetados pela campanha movida contra ela pelos conservadores, mas não deveria se deixar dobrar nessa questão. Ainda que uma novela seja considerada uma obra aberta, ela não deveria ter a sua sinopse original modificada em função de posições moralistas de uma parcela da sociedade. O obscurantismo está ganhando terreno, perigosamente, no país. Mais uma vez, o Brasil se inclina por andar na contramão da história. Enquanto os eleitores americanos se mostram favoráveis a votar em gays e lésbicas, a maior rede de televisão brasileira, e a quarta do mundo, cede às pressões dos homofóbicos.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Empate amargo

O Inter empatou em 2 x 2 com o Atlético Mineiro, hoje à noite, no Independência, pelas oitavas de final da Libertadores. O resultado, em si, foi muito bom para o Inter, já que o segundo jogo será no Beira-Rio e até empates em 0 x 0 e 1 x 1 lhe darão a classificação para as quartas de final. Porém, a forma como o placar foi construído deixou um sabor amargo para o Inter. Afinal, o Inter esteve por duas vezes com a vitória parcial, e sofreu o gol de empate aos 49 minutos do segundo tempo. As chances de classificação do Inter são excelentes, mas uma vitória que escapa nos últimos segundos dos acréscimos sempre causa um abalo psicológico. Por outro lado, o Atlético Mineiro, ao conseguir o empate quando a derrota já parecia certa, ganhou um novo ânimo para a segunda partida. Caso perdesse hoje, precisaria vencer por dois gols de diferença na próxima quarta-feira. Agora, uma vitória por um gol de diferença já será o suficiente. O favoritismo é do Inter, sem dúvida, mas a definição de quem irá adiante na competição está em aberto.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Seleção mediana

O técnico da Seleção Brasileira, Dunga, divulgou, hoje. a lista dos jogadores convocados para a Copa América, que será realizada no Chile. O que se constata ao tomar conhecimento da convocação é que o futebol brasileiro, antes pródigo em craques, atualmente teu um astro solitário em meio a jogadores de nível médio. Esse exemplar único de craque é, claro, Neymar. Os demais jogadores convocados não são ruins, mas estão longe de causar entusiasmo nos torcedores. A Seleção Brasileira, hoje, é uma equipe mediana. Os resultados, nessa segunda passagem de Dunga como técnico, tem sido bons, mas o brilho do passado não existe mais. O setor de meio de campo, por exemplo, antes uma fábrica de talentos no futebol brasileiro, hoje é ocupado por jogadores de bom nível, mas não diferenciados como em outras épocas. Afora Neymar, só Marcelo e Robinho, dentre os convocados, possuem uma técnica mais exuberante. Os demais jogadores poderiam ser trocados por outros, sem que houvesse maior prejuízo. A dupla de zaga David Luiz e Thiago Silva é um demonstrativo disso. Os dois não fizeram uma boa Copa do Mundo e, em seu clube, o Paris Saint Germain, tem tido, por vezes, atuações comprometedoras. Miranda, outro dos zagueiros convocados, é bom, mas pela idade não tem uma perspectiva muito longa na Seleção. Luiz Gustavo é um volante aplicado e útil, mas sem um padrão técnico mais elevado. Douglas Costa é bom jogador, mas tem uma longa estrada pela frente para provar que merece um lugar na Seleção. Roberto Firmino é uma aposta de Dunga, até aqui bem sucedida. Diego Tardelli é outro bom valor, mas a idade também não lhe permite uma projeção de longo prazo na Seleção. A Seleção tem condições, com o grupo de jogadores que foi convocado, de ganhar a Copa América. Porém, a capacidade de encantar os torcedores, como ocorria em outros tempos, parece distante.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

A seleção do Campeonato Gaúcho

Foram entregues, hoje à noite, na nova sede da Federação Gaúcha de Futebol, os prêmios para os melhores do Campeonato Gaúcho de 2015. Considero que foi uma escolha bastante criteriosa, distribuindo os prêmios entre profissionais de vários clubes, sem concentrar um grande número deles no campeão. A seleção do Gauchão de 2015 ficou assim: Bruno Grassi (Cruzeiro), Hélder (Juventude), Pereira (Juventude), Rhodolfo (Grêmio) e Rafael Forster (Brasil); Rodrigo Dourado (Inter), Maicon (Grêmio), Paulo Baier (Ypiranga) e D'Alessandro (Inter); Valdívia (Inter) e Michel (Passo Fundo). A revelação do campeonato foi Rodrigo Dourado. O melhor técnico, Luiz Antônio Zaluar (Cruzeiro). Anderson Daronco foi escolhido como o melhor árbitro. O melhor auxiliar de arbitragem foi Marcelo Barison. Carlos Pellegrini (Inter), foi o melhor dirigente. Particularmente, faço poucos reparos à seleção escolhida. Nas laterais, colocaria William (Inter) na direita, e Rafael Carioca (Caxias) na esquerda. Como dirigente do ano, não escolheria Carlos Pellegrini, por ser ainda incipiente na atividade. Porém, de resto, a seleção do Gauchão refletiu com fidelidade o que se viu durante a competição.

domingo, 3 de maio de 2015

Sofrimento interminável

O Inter venceu o Grêmio por 2 x 1, hoje á tarde, no Beira-Rio, e conquistou o pentacampeonato gaúcho. O sofrimento do torcedor gremista parece interminável. Desde 1973, portanto, há 42 anos, o Inter não era pentacampeão gaúcho. O Grêmio, com sua rotina de fracassos vê, a cada dia, o seu maior adversário tomar uma dianteira mais ampla. Na contagem geral de Grenais, o Inter já tem 153 vitórias, contra 125 do Grêmio, uma diferença de 28 jogos. Em número de campeonatos gaúchos, o Inter já está com 44, e o Grêmio com 36, ou seja, oito títulos a mais. A demonstração do desastre do Grêmio, a partir de 2002, fica evidente quando se sabe que, em 2001, Grêmio e Inter tinham 33 títulos gaúchos para cada clube. Como se vê, a partir dali, o Grêmio ganhou, apenas, mais três gauchões, e o Inter, onze. Na verdade, o favoritismo do Inter para o título era evidente. Começando pelas arbitragens, que o beneficiaram escandalosamente na fase classificatória, permitindo que chegasse na frente de todos os demais.clubes. Continuou com a vacilação do Grêmio, que teve grandes chances de levar o segundo jogo da decisão para casa, e as desperdiçou. Culminou com a postura do Grêmio no primeiro jogo da decisão, na Arena, quando era fundamental ter uma atuação mais agressiva para vencer e encaminhar uma segunda partida onde pudesse administrar o resultado. Ao contrário, o Grêmio foi ineficiente ofensivamente, e não acertou nenhuma bola no gol! Hoje, com apenas 19 minutos de jogo, o Grêmio já sofria o segundo gol, depois de uma falha imperdoável de Fellipe Bastos, que entregou uma bola de presente para Nilmar quando a tinha dominada. O novo fracasso do Grêmio tem muitos culpados. A diretoria tem uma enorme parcela de culpa, pela contratação desastrada de Braian Rodriguez, um dos piores jogadores que já vestiram a camisa do Grêmio. O técnico Felipão tem, também, muita responsabilidade por mais essa derrota. Ele insistiu com Braian Rodriguez, com o jogador não dando resposta, e manteve Fellipe Bastos como titular, ainda que dispusesse de Walace, mais jovem e qualificado, revelado por ele mesmo. Porém, o resumo de mais esse revés gremista está na atuação das duas jovens revelações de cada lado. Valdívia, do Inter, foi um monstro em campo, disparadamente o melhor jogador da partida. Luan do Grêmio, de quem alguns dizem maravilhas, errou tudo o que tentou, de modo exasperante. O que se pode estabelecer, analisando o futuro imediato do Grêmio, é que não há mais clima para a permanência de Braian Rodriguez e de Fellipe Bastos. O primeiro por absoluta deficiência técnica. O segundo por ter cometido um erro infantil e fatal que jamais será esquecido pelos torcedores. A agonia do Grêmio continua, e aparenta estar muito longe de acabar.

sábado, 2 de maio de 2015

Decisões

Amanhã, os principais campeonatos estaduais do país terão suas decisões e conhecerão seus campeões. A rivalidade entre os clubes dentro dos seus estados, garante grandes públicos para os jogos decisivos, mas essas competições, como já escrevi várias vezes nesse espaço, são anacrônicas. A maioria das partidas, envolvendo a presença de clubes pequenos, não atrai o público, e os estádios recebem poucas pessoas. O mais incrível é que os campeonatos estaduais ainda ocupem quase um semestre inteiro do calendário. Com isso, o Campeonato Brasileiro, a mais importante e interessante disputa dentro do país, se obriga a ter várias rodadas em meio de semana. Se os campeonatos estaduais fossem extintos, isso não precisaria ocorrer, pois o Brasileirão teria o seu início antecipado, duraria nove meses, como os campeonatos nacionais europeus, e poderia ser jogado só nos finais de semana. Seja como for, os campeões estaduais serão conhecidos amanhã, e, a partir daí, o que o calendário esportivo brasileiro tem de melhor terá início. Finalmente, se poderá dizer, no quinto mês do ano, que o futebol brasileiro, em 2015, terá começado de fato.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

A entrevista

O presidente do Inter, Vitório Píffero, sempre foi um boquirroto. Ultimamente, andava estranhamente quieto. Porém, hoje, na antevéspera do Gre-Nal que decidirá o Campeonato Gaúcho, não se conteve, e voltou à sua forma habitual. Píffero disparou contra o técnico do Grêmio, Felipão, acusando-o de ter xingado um jogador do Inter no primeiro Gre-Nal decisivo, na Arena. No entanto, perguntado sobre quem era esse jogador, recomendou aos repórteres que olhassem as imagens da partida novamente para saber. O presidente do Inter não parou por aí, e disse que o Grêmio, desde o Gre-Nal anterior, tentou condicionar a arbitragem. Vitório Píffero perguntou, de forma irônica, se no Grêmio não ocorriam problemas, já que a imprensa, segundo afirmou, passou a semana apontando-os apenas no Inter. Na verdade, a semana transcorreu tranquila, sem polêmicas, o que não é comum em Grenais. Foi Píffero quem, com a entrevista que concedeu hoje, procurou quebrar esse clima, trazendo um componente extracampo que em nada favorece ao jogo, e que revela que, por trás da sua conhecida arrogância, está o temor de, mais uma vez, como dirigente, ver o Grêmio sair do Beira-Rio com a taça de campeão, a exemplo do que ocorreu em 2006, quando era vice-presidente de futebol.