segunda-feira, 16 de março de 2015

Protestos

A expectativa em torno do dia 15 de março, com seus protestos programados contra o governo da presidente Dilma Rousseff e a corrupção, era grande. Pois bem, as manifestações aconteceram e, como deveria ser, de forma pacífica. O país não saiu às ruas, como alardeavam os seus promotores. Numa população de 200 milhões de habitantes, cerca de 2 milhões participaram dos atos, ou seja, 1% do total. Os protestos ocorreram em algumas capitais e umas poucas cidades médias, num país que possui mais de 5.500 municípios. Numa forma bem humorada de encarar o movimento reacionário de ontem, defensores do governo realizaram um "coxinhaço" no Parque Farroupilha, em Porto Alegre, à espera dos manifestantes que vinham do Parcão, no bairro de classe alta Moinhos de Vento. O "coxinhaço" consistiu em 300 coxinhas de galinha assadas em churrasqueiras ao ar livre no parque, em alusão à denominação pela qual são conhecidos os opositores do governo. Aliás, o percentual de integrantes dos protestos em relação ao total da população do país, e os locais onde concentraram suas manifestações, é emblemático. No Rio de Janeiro, concentraram-se na sofisticada Zona Sul, com encerramento em frente ao hotel Copacabana Palace. Em Porto Alegre, no já referido Parcão, também numa região de alto poder aquisitivo. Ontem, não foi o povo que saiu às ruas, foi uma parcela da população privilegiada economicamente. Deram o seu recado, fizeram o seu barulho, mas o governo não vai cair.