sexta-feira, 11 de junho de 2021

A saída de Ramirez

Era inevitável. Miguel Angel Ramirez não é mais o técnico do Inter. A sequência de maus resultados tornou inviável a sua permanência no cargo, e a continuidade do seu "projeto" de um futebol posicional. A saída de Ramirez deveria servir para que dirigentes de clubes e parte da imprensa refletissem sobre a vinda de técnicos estrangeiros para o Brasil. Não ha nada de errado em contratar um técnico do exterior, mas isso virou um modismo no país. A partir da experiência vitoriosa do português Jorge Jesus no Flamengo, contratar um técnico de fora tornou-se, para dirigentes e uma parcela expressiva da imprensa, a solução para os males do futebol brasileiro. Só que isso não corresponde à realidade. Afora Jorge Jesus, só o argentino Hernan Crespo, no São Paulo, conseguiu mostrar um trabalho convincente. O também argentino Jorge Sampaoli fez um trabalho falsamente identificado como bom no Santos, com um desempenho muito instável e nenhum título, e fracassou no Atlético Mineiro, onde pediu mais de uma dezena de contratações e não conseguiu o esperado título de campeão brasileiro. O portugúês Jesualdo Ferreira, no Santos, teve um desempenho sofrível. Ricardo Sá Pinto, igualmente português, teve um rendimento pavoroso no Vasco. Outro português, Abel Ferreira, depois dos títulos da Libertadores e Copa do Brasil, em grande parte conquistados pelo bom trabalho do técnico interino Andrei Lopes, começa a acumular fracassos no Palmeiras. O que determina a qualidade de um técnico não é a sua nacionalidade. Contratar técnicos estrangeiros tornou-se uma tendência no Brasil, com resultados, muitas vezes, extremamente frustrantes.