domingo, 2 de outubro de 2016

Desatino eleitoral

O Brasil presenciou, hoje, um desatino eleitoral. Nas disputas majoritárias, ou seja, para prefeitos, os eleitores fizeram escolhas incompreensíveis. Em São Paulo, o empresário João Doria Júnior (PSDB) ganhou a eleição no primeiro turno. João Doria é o exemplo típico de um integrante da elite predatória. São Paulo, dessa forma, trocará um prefeito sensível às causas sociais, Fernando Haddad  (PT), por um adepto da demofobia. A mesma insensatez também se verificou em Porto Alegre, onde dois candidatos de direita disputarão o segundo turno, Nélson Marchezan Júnior  (PSDB) e Sebastião Melo (PMDB). A escolha entre um e outro, no entanto, é mais do mesmo, pois seus partidos estão coligados na atual administração, onde Sebastião Melo é vice-prefeito. Sem chegar a ser surpreendente, mas nem por isso menos lamentável, foi a reeleição, no primeiro turno, do prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM). O fato comprova que o carlismo, mesmo tantos anos decorridos da morte do cacique político Antônio Carlos Magalhães, continua muito forte. Em Belo Horizonte, o segundo turno será
disputado entre um candidato evangélico, João Leite (PSDB) e outro de um partido sem expressão, Alexandre Kalil (PHS). No Rio de Janeiro, pelo menos, haverá uma disputa de verdadeiro antagonismo, entre o "bispo" da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella (PRB) e um candidato de esquerda, Marcelo Freixo (PSOL). O Brasil  pós-golpe é politicamente desalentador.