sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Os 45 anos de All Things Must Pass

Na data de hoje, há 45 anos, era lançado o álbum triplo "All Things Must Pass", de George Harrison, o seu primeiro trabalho solo após a dissolução dos Beatles, ocorrida sete meses antes. Foi direto para o topo das paradas. Nele, George pode colocar diversas músicas compostas em anos anteriores que não conseguia incluir nos discos dos Beatles, onde só lhe reservavam uma ou duas faixas a cada lançamento. "All Things Must Pass" é uma obra-prima. No livro "1001 um discos para ouvir antes de morrer", ele é classificado como um dos dois ou três melhores discos solo de um beatle. Permito-me discordar. Os integrantes dos Beatles lançaram alguns trabalhos solo muito bons, como "Imagine", de John Lennon, e "Band on the Run", de Paul McCartney, por exemplo, mas nenhum deles, ou qualquer outro, supera "All Things Must Pass" em qualidade. A carreira solo do mais novo dos Beatles teve oscilações, com outros discos muito bons, como "George Harrison", de 1979, e "Cloud Nine", de 1987, e alguns menos inspirados, mas "All Things Must Pass" é de uma qualidade superlativa. Os que o conhecem, por certo, ainda hoje, não se cansam de ouvi-lo. Os mais jovens, se não o escutaram, devem buscar preencher essa lacuna e se deliciar com "I'd Love You Anytime" (parceria de George com Bob Dylan), "My Sweet Lord", "Isn't a Pitty", "Behind of Locked a Door", "Awaiting on you Wall", entre outras pérolas. Um grande disco, que, 45 anos depois do seu lançamento, merece continuar a ser reverenciado.

A declaração de Sartori

Nada é tão ruim que não possa piorar, ensina a sabedoria popular. Essa sentença se ajusta, de forma exemplar, ao governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori. Despreparado e inepto para o cargo que ocupa, Sartori é uma usina de más notícias e de previsões sombrias. Neoliberal, Sartori é do tipo que defende o enxugamento da máquina estatal, a venda de patrimônio público, enfim, a chamada "austeridade". Ontem, essa nefasta figura que eleitores incautos levaram ao poder, declarou que os funcionários públicos deveriam levantar as mãos para o céu por possuírem estabilidade no emprego. A declaração de Sartori deixa claro que, se dependesse apenas da sua vontade, ele demitiria um grande número de funcionários públicos, só não o fazendo por que a lei não permite. A administração de Sartori é um pesadelo para os gaúchos. Seu governo não tem projeto nem plano de ação. Seu único objetivo é o desmonte do Estado, tirando ainda mais dos pobres para dar aos ricos. O pior é que Sartori sequer completou o primeiro ano de mandato. A eleição de Sartori é a demonstração do quanto podem ser desastrosos os efeitos de escolhas irrefletidas de eleitores desinformados, que se deixam seduzir por estratégias de marketing e por uma cobertura de imprensa tendenciosa. As pessoas que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff argumentam, entre outras alegações, que o país não resistirá a mais três anos de um governo que, entendem, está sem rumo. Por essa linha de raciocínio, haveria muito mais razão para que se operasse o impeachment de Sartori, pois, enquanto ele estiver no poder, o Rio Grande do Sul será uma nau à deriva.