terça-feira, 27 de novembro de 2012

Conduta estranha

Alegando riscos à integridade física dos torcedores, a Brigada Militar e o Corpo de Bombeiros decidiram proibir a chamada "avalanche" da torcida Geral do Grêmio no futuro estádio do clube, a Arena. O fato chama a atenção pois o estádio está sendo construído há mais de dois anos, e era de conhecimento público que uma área dele havia sido reservada para a avalanche. Agora, Brigada e Bombeiros exigem que o estádio tenha cadeiras na totalidade de suas acomodações, impedindo a avalanche. Os motivos alegados parecem sempre, aos desavisados, muito ponderáveis e responsáveis, mas não me convencem. Porque as duas instituições só se manifestaram sobre o assunto agora, quando falta pouco mais de uma semana para a inauguração do estádio? Porque as mesmas instituições deram seu aval permitindo que o Beira-Rio, que há muito deveria estar interditado, continue a sediar jogos, mesmo sendo um estádio totalmente inseguro e praticamente reduzido a escombros em função das obras de sua reforma? Entendo que o Grêmio não deva se curvar a tal proibição e faça o possível para manter a avalanche. Não cabe à Brigada e aos Bombeiros tomar esse tipo de decisão, ainda que alegadamente para a defesa do público. No contexto do futebol, Brigada e Bombeiros são auxiliares, não podem assumir uma condição de protagonismo. Seu papel é colaborar com o espetáculo, não o de proibir ou decidir seja lá o que for. São coadjuvantes, jamais, em hipótese alguma, podem se tornar protagonistas. Devem trabalhar a partir do que lhes for solicitado, nunca comandar as decisões. O Grêmio não pode se submeter á ingerência indevida e descabida. Cabe ao clube, e a mais ninguém, estabelecer as regras a serem observadas em seu estádio.