domingo, 8 de outubro de 2023

Uma coleção de absurdos

Derrota vexatória, constrangedora, com uma atuação abaixo da crítica. Hoje, no Beira-Rio, o Grêmio perdeu por 3 x 2 para o Inter, mas poderia ter sido goleado, num jogo em que apresentou uma coleção de absurdos. Um dos absurdos foi a escalação concebida pelo técnico do Grêmio, Renato. Contra todas as expectativas, Renato não começou o jogo com Ronald, um jovem volante com capacidade de marcação, que foi essencial, ao entrar no segundo tempo, para que o Grêmio não perdesse o seu jogo anterior, contra o Fortaleza, no Castelão. Preferiu insistir com um meio de campo com Villasanti, Carballo, Pepê e Cristaldo, onde só o volante paraguaio possui capacidade de marcação. A consequência, como ocorre em todos os jogos do Grêmio, é um meio de campo frouxo, espaçado, por onde os adversários desfilam como numa passarela. O meia Alan Patrick, principal referência técnica do Inter, jogou o tempo inteiro sem marcação, e fez o que quis na partida. Os dois gols do Grêmio só saíram porque o Inter, como de costume, cansou antes do final do jogo, e o goleiro Rochet falhou em ambos os lances. Outro absurdo foi Renato não ter concedido a entrevista após o jogo, alegando que tinha um vôo marcado para o Rio de Janeiro. O presidente do Grêmio, Alberto Guerra, não gostou da atitude de Renato, e tratou de externar isso publicamente, por meio de uma entrevista, o que cria uma rota de colisão do mandatário com o técnico. O fato deverá ter desdobramentos durante a semana, podendo resultar, até, numa ruptura entre as partes. Os resultados paralelos de Flamengo e Palmeiras na rodada beneficiaram o Grêmio na busca pela classificação direta para a Libertadores. Porém, o Grêmio não pode, apenas, contar com ajuda externa. Tem, também, de fazer a sua parte, o que fica muito difícil com o baixo rendimento técnico nos jogos fora de casa. A partir de tudo o que aconteceu, dentro e fora das quatro linhas, o Grèmio poderá ter uma semana de muita turbulência.