sábado, 24 de setembro de 2016

Vantagem situacionista

A eleição para a renovação de metade do Conselho Deliberativo do Grêmio, hoje realizada, teve ampla vantagem situacionista. A chapa 4, representando os atuais detentores do poder no clube, elegeu 81 conselheiros. A chapa 3 elegeu 35 conselheiros, e a 2, outros 34. A chapa 1 não alcançou o índice mínimo de 15% dos votos, e não obteve nenhuma cadeira no Conselho Deliberativo. Fica difícil entender o resultado final dessa eleição. O Grêmio vive um péssimo momento dentro de campo. O clube já está há seis anos sem ganhar nenhum título, e completou 15 anos sem uma conquista de expressão. Em 2016, o Grêmio sequer se classificou para a decisão do Campeonato Gaúcho. Seu presidente, Romildo Bolzan Júnior, só chegou ao cargo por ter sido apadrinhado por seu antecessor, Fábio Koff, figura mítica no clube. A administração de Romildo tem sido um somatório de fracassos. Porém, a maioria dos 6.500 sócios que participaram da eleição, de um total de 30 mil aptos a votar, escolheram a chapa situacionista. Com isso, Romildo Bolzan Júnior se torna o favorito para obter a reeleição no pleito para a escolha do presidente do Grêmio, que se realizará em outubro. Como, a partir de agora, o mandato presidencial no clube será de três anos, Romildo poderá acumular cinco anos consecutivos no cargo. Tendo em vista o que está fazendo no seu primeiro mandato, essa perspectiva se anuncia como desanimadora. Outro fato negativo a envolver a eleição de hoje foi a presença de apenas 2 mil sócios para registrar seu voto. Os outros 4.500 que votaram, o haviam feito pela internet. Comprova-se, assim, uma triste tradição nas eleições em clubes de futebol, no Brasil, que é a baixa participação dos sócios. Os que se omitiram de votar, e aqueles que escolheram a chapa situacionista, não poderão se queixar quando da ocorrência de novos insucessos em campo, pois, por ação ou omissão, terão colaborado para isso.