quarta-feira, 17 de abril de 2013

Formulismo

A Libertadores é uma competição de grande charme e apelo, até porque concede ao seu vencedor a condição de disputar o Campeonato Mundial de Clubes, mas sua fórmula de disputa é muito ruim. Em primeiro lugar, ha excesso de participantes. Não há como fazer uma competição de alto nível técnico com 32 clubes, pois muitos deles são de pouca expressão no cenário do futebol. Esses 32 participantes são divididos em oito grupos de quatro clubes, dos quais se classificam para as oitavas de final os primeiros e segundos colocados de cada chave. Como os grupos são definidos por sorteio, sua composição é aleatória, com alguns concentrando clubes mais fortes e outros não. Ainda assim, para a definição dos enfrentamentos das oitavas de final, é levado em conta o número de pontos alcançado por cada clube na fase de grupos. O clube que mais pontuou entre os 16 classificados enfrenta o de pior pontuação, ou seja, o  primeiro colocado na classificação geral enfrenta o décimo-sexto, o segundo joga contra o décimo-quinto, e assim sucessivamente. Trata-se de um critério que não premia o desempenho dentro de campo. Afinal, o primeiro colocado na classificação geral pode ser, apenas, um clube que se beneficiou de entrar num grupo com adversários mais fracos, o que lhe possibilitou fazer um número maior de pontos. Por outro lado, a vantagem concedida aos melhores colocados não é tão expressiva. Ela consiste em jogar em casa as segundas partidas dos mata-matas, a partir das oitavas de final. A vitória do São Paulo por 2 x 0 sobre o Atlético Mineiro, hoje à noite, no Morumbi, que classificou o clube paulista para as oitavas de final, exemplifica bem essa situação. O São Paulo classificou-se com apenas 7 pontos, e ficou em décimo-sexto lugar na colocação geral, isto é, o último entre os que foram para a próxima fase da competição. O Atlético Mineiro, que até então havia ganho todos os seus jogos, ficou em primeiro lugar na classificação geral, mas, agora, fará um novo enfrentamento contra o São Paulo, em dois jogos, no qual seu único trunfo será fazer a segunda e decisiva partida em casa. Os defensores do formulismo dizem que ele proporciona mais emoção às competições. Pode até ser. Porém, o principal objetivo de uma competição deveria ser o de favorecer a prevalência da qualidade na definição de seu campeão. Os mata-matas, ao nivelarem adversários de desempenho desigual, não contribuem para isso.