sábado, 13 de outubro de 2012

Hecatombe

A derrota do Inter para o Atlético Goianiense, lanterna do Campeonato Brasileiro, por 3 x 1, de virada, hoje, no Serra Dourada, é um desastre de imensas proporções. O Inter acumula erros desde 2011, mas insiste em não reconhecê-los, no que é seguido pela imprensa esportiva do Rio Grande do Sul que, historicamente simpática ao clube, sempre trata de tapar o sol com a peneira quando se trata de apontar os equívocos nele praticados. Os problemas do Inter não são de agora. O clube já havia cometido um erro brutal quando, no final de 2010, renovou o contrato de Celso Roth, técnico do maior vexame não só do Inter mas de um clube brasileiro em toda a história, a derrota para o Mazembe, do Congo, pelas semifinais do Mundial de Clubes daquele ano. Roth iniciou o trabalho em 2011, mas, ainda durante a primeira fase da Libertadores, foi demitido. Veio Falcão que, mesmo tendo sido campeão gaúcho, ficou, apenas, três meses no cargo. O Inter ainda seria treinado, no ano passado, pelo interino Osmar Loss, até que veio Dorival Júnior. Como o Inter conseguiu, na última rodada do Brasileirão, classificar-se para a Pré-Libertadores, parecia que estava tudo bem. Não estava. Uma análise mais detalhada da campanha do clube naquela competição mostraria que ele teve mais sorte que juízo. Afinal, das 38 rodadas, apenas em três delas o Inter alcançou o quarto lugar. Uma delas foi a última, o que lhe valeu a ida para a Libertadores. Porém, em 17 rodadas, o Inter esteve em 7º lugar. Em 2012, o que era ruim ficou pior. O Inter ficou o campeonato inteiro oscilando entre o 5° e o 8° lugares, sempre insistindo, com a concordância da imprensa, de que iria entrar na zona de classificação para a Libertadores. A goleada de 3 x 0 sobre o Atlético Mineiro, na quarta-feira passada, serviu para sustentar o discurso fantasioso, pois fez o Inter diminuir sua diferença para o 4º colocado. Hoje, finalmente, a máscara caiu. Não há mais como sustentar um discurso esperançoso, dizer que o Inter não vai jogar a toalha. Não há mais toalha, ela já caiu das mãos do Inter faz tempo. As possibilidades matemáticas do Inter se classificar para a Libertadores existem, mas não são mais que um exercício de ficção dos mais delirantes. Seria preciso vencer sete jogos e empatar um nos oito que faltam. A realidade é que 2012 acabou para o Inter. Dentro de campo resta-lhe, somente, cumprir tabela. Fora dele, buscar, na eleição para presidente do clube, que terá seu primeiro turno em novembro, a retomada do caminho que leva ás vitórias. Não é crível que a sujeira continue a ser empurrada para debaixo do tapete. O Inter, há muito tempo, necessita de mudanças. A derrota para o Atlético Goianiense é uma hecatombe. A partir dela, um novo rumo será inevitável.