quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Os humores do mercado

Uma chantagem permanente sobre os governos, visando manter os privilégios da parte mais favorecida da sociedade. Assim são os humores do "mercado". A qualquer manifestação de um governante que fuja do receituário neoliberal, os teóricos e apoiadores do mercado pintam um quadro pessimista, acompanhando uma queda da Bolsa de Valores e alta do dólar. O argumento é de que medidas que comprometam o "ajuste fiscal" espantam investidores. O desejo do mercado é que todo e qualquer governo se paute pela austeridade fiscal, com rigoroso controle de gastos. Essa ladainha só faz sentido num governo de direita, e os resultados são conhecidos, com retração do consumo, e aumento da desigualdade social. A cada anúncio de um nome do futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o mercado reagia com aceitação ou "apreensão". A última reação, claro, se dá quando o nome anunciado não segue os postulados neoliberais. Fernando Haddad no ministério da Fazenda? O mercado se preocupa. Aloízio Mercadante como presidente do BNDES? O mercado se estressa. O que precisa ser entendido pelo mercado é que o futuro governo Lula tem compromisso com a parte social, e não irá abrir mão disso. Não se pode privilegiar especuladores em detrimento do amparo aos mais necessitados e da busca de diminuir a desigualdade social. A flexibilização do teto de gastos é uma necessidade, e será feita, goste o mercado ou não.