terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Calote

O que se prenunciava como ruim, mostrou-se muito pior. O novo governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), adotou o calote como medida de "austeridade". Os governos conservadores tem obsessão por cortar gastos, como forma de atingir o "equilíbrio" nas contas. Em função disso, Sartori congelou, por seis meses, pagamentos a fornecedores e prestadores de serviço. Não foi especificado, no entanto, quais os pagamentos que serão suspensos. O nome que se dá a isso é um só: calote. O que será que diria a grande imprensa se essa medida fosse tomada por um governo do PT? Certamente, choveriam críticas. A medida, lamentável e ineficaz para a saúde das contas públicas, é um retrato fiel das administrações conservadoras, cujo único remédio econômico conhecido é o "corte de gastos". Como, de forma brilhante e certeira, declarou o ex-governador Tarso Genro (PT), em todos os lugares onde políticas de austeridade foram aplicadas, os médios e pobres pioraram de vida, e os ricos aumentaram o seu patrimônio. Como diria Aparício Torelly, o "Barão de Itararé", célebre humorista brasileiro, de onde menos se espera é que não sai nada mesmo. Sartori, com sua primeira e desastrada medida de impacto, apenas confirma as expectativas de qualquer pessoa dotada de mediana lucidez, ou seja, a de que fará um mau governo. O despreparo e a falta de conteúdo demonstrados por Sartori durante a campanha não deixam nenhuma margem para a hipótese contrária.