quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Coisas do Brasil

Tem coisas que, decididamente, só acontecem no Brasil. Em mais uma prova da tolerância do país para com a corrupção e os desmandos do poder instituído, Fernando Collor de Mello, que foi deposto do cargo de presidente da República em 1992, recuperou seus direitos políticos anos mais tarde e, atualmente, é senador. O mais incrível é que Collor acaba de ser escolhido para ser o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado. Nos últimos dois anos, já havia presidido a Comissão de Infraestrutura, que fiscaliza as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Trata-se de um escárnio. Collor não poderia ter tidos seus direitos políticos restituídos. Deveria ter sido banido da vida pública. Não foi e, o que é pior, tornou-se presidente de comissões importantes do Senado. Os caras-pintadas deveriam voltar para as ruas, desta vez vestidos de palhaços, que é a condição a que os políticos reduzem todos os cidadãos brasileiros.

Libertadores

Com exceção do Santos, todos os demais clubes brasileiros fizeram essa semana o seu segundo jogo pela Libertadores. O pior resultado foi o do Fluminense. Empatou o segundo jogo consecutivo dentro de casa, desperdiçando enorme oportunidade de acumular pontos e, agora, já é o terceiro colocado do seu grupo, fora, portanto, da zona de classificação. O Cruzeiro fez o contrário, isto é, aproveitou os dois jogos seguidos em casa e ganhou ambos por goleada, encaminhando sua classificação. Grêmio e Inter viveram situações bem distintas. O Inter jogou em casa contra um adversário fraco, o Jaguares, atualmente na lanterna do Campeonato Mexicano. Dessa forma, mesmo jogando mal e concedendo a posse de bola para o adversário, goleou por 4 x 0. Apesar da vitória, ficou a impressão de que será preciso muito mais futebol para alimentar pretensões de título. Já o Grêmio apresentou uma atuação de altos e baixos e acabou derrotado, fora de casa, pelo Atlético Junior de Barranquilla, da Colômbia. O Grêmio começou melhor, marcando o adversário na saída de bola. Com isso, conseguiu abrir o marcador aos 4 minutos. Porém, a partir dos 25 minutos de jogo recuou, sofreu o gol de empate e foi dominado até o final do primeiro tempo. O segundo tempo começou com o Grêmio melhor, tendo a posse de bola e contendo o adversário. No entanto, mesmo dominando, o Grêmio não chutava a gol. Para piorar, numa cobrança de escanteio, uma falha da defesa permitiu o gol da virada. O resultado, em si, não deverá trazer maiores prejuízos ao Grêmio, que irá se classificar com facilidade, resta saber se em primeiro ou segundo lugar. Alguns pontos, entretanto, terão de ser observados pelo técnico do Grêmio, Renato Portaluppi, visando os jogos futuros. Carlos Alberto não dá nenhuma contribuição para o time e não pode continuar a ser escalado pelo nome ou por ser uma indicação do técnico. Gílson fez, pela enésima vez, uma partida horrorosa, sendo uma verdadeira avenida por onde o Grêmio foi atacado o tempo inteiro. Sua contratação em definitivo, efetuada essa semana, soa como algo incompreensível, e é outro jogador que está se valendo do fato de ser uma indicação do técnico para se manter como titular. Apesar de todos os erros do próprio Grêmio, é preciso dizer que o resultado também teve a influência da arbitragem. O árbitro mexicano Marco Rodriguez, que já apitou até em Copa do Mundo, mostrou-se localista durante todo o jogo, deixou de marcar um pênalti sobre Borges e deu apenas um minuto e meio de acréscimo. Já em termos da participação dos clubes brasileiros, como um todo,  na Libertadores, pode-se dizer, até aqui, que só o Fluminense corre riscos. Os demais deverão se classificar sem sobressaltos.