quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Decisão demagógica

Em decisão unânime do STJD, o Grêmio foi excluído da Copa do Brasil devido aos atos de injúria racial contra o goleiro Aranha, ocorridos no jogo com o Santos, na quinta-feira passada, na Arena. No aspecto técnico, a pena aplicada terá pouca consequência, já que, com a derrota por 2 x 0 naquela partida, o Grêmio dificilmente conseguiria reverter o resultado fora de casa para prosseguir na competição. Porém, a mancha moral contra o clube é imensa, e injusta. A decisão pespega no Grêmio o rótulo de clube racista, algo que, sabidamente, não é verdadeiro. Foi uma medida descabida, de cunho político, e não restrita ao âmbito jurídico, como deveria ser. Usou-se o Grêmio de bode expiatório, como instrumento para um "combate ao racismo". Como já expus em outras oportunidades, tratando de diferentes assuntos, estou convicto de que a índole das pessoas não se modifica com punições de qualquer natureza, nem com a edição de novas leis. O racismo é execrável, mas não pode ser combatido por decreto. Para o efeito que diz pretender, a decisão do STJD é inócua. Ela não ajudará em nada a erradicar as manifestações racistas nos estádios. O Grêmio, que não tem nenhuma responsabilidade sobre o ocorrido, acabou "pagando o pato". A atitude do tribunal é uma agressão a um dos maiores clubes do Brasil e do mundo, levando para a esfera esportiva um fato de natureza criminal e de responsabilização puramente individual. O sensacionalismo e o superdimensionamento em torno do fato, por parte da imprensa, e a sanha dos inimigos do clube, que nele viram uma oportunidade única para atacar a instituição, levou o julgamento a ter esse resultado. Uma decisão demagógica, carregada de conceitos próprios do "politicamente correto", e profundamente injusta. Uma aberração a mais, num país em que elas são a regra, e não a exceção.