terça-feira, 24 de setembro de 2019

Discurso ultrajante

O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, hoje, na Assembleia Geral da ONU, superou as piores expectativas. Foi um discurso ultrajante, capaz de fazer corar um frade de pedra. Bolsonaro, em vez de falar para o mundo, disse o que os seus ensandecidos admiradores apreciam ouvir. Negou o desmatamento da Amazônia, declarou que não fará novas demarcações de reservas indígenas, reafirmou sua defesa do espúrio golpe militar de 1964, alegando que foi por meio dele que o Brasil foi salvo do "socialismo", atacou os governos anteriores ao seu, que teriam disseminado a corrupção e afrontado os valores religiosos do país. Foi uma torrente de disparates e asneiras que envergonham o Brasil perante o mundo. Não se poderia esperar nada diferente vindo de Bolsonaro. O ex-capitão tenta se sustentar no cargo agradando a sua plateia, e ignorando a opinião pública mundial. O que espanta não é que Bolsonaro faça um discurso desastroso em plena ONU, cobrindo o país de vergonha. O incompreensível é que ainda não tenha sido articulado o seu impeachment. O Brasil não pode ser governado por um desequilibrado mental. Deixar tudo como está levará o país a uma guerra civil. Não é possível esperar a próxima eleição. Bolsonaro tem de ser removido do cargo.