segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O drama do Palmeiras

Ao ser goleado pelo Goiás, ontem, por 6 x 0, o Palmeiras escreveu mais um terrível capítulo na sua campanha no Campeonato Brasileiro, que tem sido desastrosa. O Palmeiras caminha para mais uma ida para a Segunda Divisão, que seria a terceira na história do clube. Um drama que é ainda maior quando se sabe que o clube recém retornou à Primeira Divisão, depois de disputar a "segundona" no ano passado. Como pode um clube que foi escolhido pela CBF como o de melhor desempenho no país no século 20, e que possui a quinta maior torcida do Brasil, chegar a esse ponto? Os erros administrativos são muitos, é claro. O Palmeiras contrata muito, e mal. Seu grupo de jogadores é inchado, mas tem pouca qualidade. A troca constante de técnicos, desde a saída de Felipão, também não contribui para que se desenvolva um trabalho mais consistente. Porém, entre tantas causas possíveis de serem arroladas para explicar o infortúnio palmeirense, uma, talvez, não tenha sido identificada devidamente. Ela é a presença, exercendo o cargo de gerente de futebol, de José Carlos Brunoro. Os arautos da "modernidade", cada vez mais presentes no futebol, adoram tipos como Brunoro. Eles representariam, na visão míope dos modernosos, o sopro de "profissionalismo" de que o futebol brasileiro, no entender deles, tanto carece. Brunoro aproveita-se desses incautos para se manter no mercado, levando a sua incompetência, paga a peso de ouro, para vários clubes, e, invariavelmente, fracassando em todos eles. Com exceção do próprio Palmeiras na época da parceria com a fabricante de laticínios Parmalat, quando contava com um robusto orçamento, Brunoro foi mal sucedido em todos os seus trabalhos. Visto por muitos como exemplo de um profissional do esporte, Brunoro não passa de um curandeiro com status de médico. Ele não é o único culpado da debacle palmeirense, mas é um dos principais.  A contratação do técnico Dorival Júnior foi outro terrível equívoco. Dorival estava parado, depois de uma série de insucessos, e não tem o perfil de personalidade para comandar uma reação num clube ameaçado de rebaixamento. Um clube que vive o ano do seu centenário, e está por inaugurar um novo estádio, no padrão Fifa, não merecia estar passando por tudo isso. Será muito difícil para o Palmeiras conseguir impedir uma nova queda, mas é preciso tentar de todas as formas. Corrigir o erro da contratação de Dorival Júnior, trazendo um técnico mais pragmático e motivador, e livrar-se do falso guru Brunoro deveriam ser as primeiras providências a tomar para que o objetivo seja alcançado.