domingo, 17 de julho de 2011

A volta da crise

O futebol navega ao sabor dos resultados, disso todos sabem há muito tempo. O Inter iniciou mal no Campeonato Brasileiro e, mesmo tendo sido campeão gaúcho, o trabalho do técnico Falcão começou a ser contestado. A derrota para o Ceará em pleno Beira-Rio, principalmente, não foi bem absorvida pela torcida e imprensa, embora Falcão sustente, até hoje, que o Inter merecia ganhar aquele jogo. Depois de um período de irregularidades, o Inter conseguiu obter três vitórias consecutivas, duas delas por goleadas. Imediatamente, alguns críticos começaram  a achar que o time tinha, finalmente, encaixado, que o trabalho de Falcão começava a se consolidar, que o Inter iria brigar pelas primeiras colocações do Campeonato Brasileiro. Foi aí que a tabela da competição apresentou para o Inter uma prova de fogo. Até aquele momento, o clube gaúcho só havia enfrentado adversários colocados do meio para baixo da tabela. Vieram, então, três jogos seguidos, sendo dois deles fora de casa, contra adversários de grande expressão, situados nas primeiras posições do Brasileirão. Um desafio, sem dúvida, mas, também, uma grande chance para o Inter mostrar que havia se consolidado como time. Porém, a reprovação no teste foi total. O Inter perdeu para Vasco e Corinthians fora de casa e foi goleado pelo São Paulo no Beira-Rio. Ao todo, nos três jogos, sofreu seis gols e não marcou nenhum. A crise voltou a se instalar no Inter. Numa demonstração de como as coisas andam confusas no clube, após o jogo contra o São Paulo, o sanguíneo vice-presidente de futebol, Roberto Siegmann, adotou um discurso contemporizador, enquanto o pacato presidente Giovanni Luigi mostrou inconformidade e indignação. Os próximos dias no Inter serão turbulentos e o cargo de Falcão poderá ficar a perigo.

Eliminação ridícula

Como se pode aceitar que a Seleção Brasileira, a mais vitoriosa dentre todas as seleções nacionais, seja eliminada de uma competição errando todas as cobranças que fez de tiros livres da marca do pênalti? As cobranças não foram apenas erradas, foram grotescas. Só um dos quatro tiros dados pela Seleção chegou ao gol. Dois foram chutados nas nuvens, e um pela linha de fundo. A Seleção Brasileira até jogou relativamente bem durante o tempo normal de partida, mas não conseguiu marcar gols, o que se repetiu na prorrogação. Em poucos dias, a equipe brasileira empatou duas vezes com o Paraguai e, antes, já o havia feito com a Venezuela. Só ganhou do Equador, por 4 x 2, mas o jogo chegou a estar empatado em 2 x 2. Atual bicampeã da Copa América, a Seleção teve uma participação constrangedora na edição de 2011 da competição. O pior é que isso vem a se somar com o pífio desempenho nos amistosos, pois quando enfrentou adversários mais fortes, não conseguiu vencer. Agora, até mesmo no enfrentamento com modestos adversários sul-americanos a Seleção não está conseguindo se impor. Passados 11 meses desde a estréia do técnico Mano Menezes na Seleção Brasileira, já se pode dizer que o trabalho não é bom. Além do fraco desempenho da equipe, Mano parece não estar conseguindo passar tranquilidade para seus jogadores. Nas cobranças de tiros livres de hoje era visível a tensão estampada no semblante dos jogadores ao partirem para os chutes. Ora, era um jogo contra o Paraguai, válido pela Copa América, não uma decisão de Copa do Mundo contra uma potência do futebol. Não há justificativa para jogadores da mais exitosa de todas as seleções sentirem o peso da responsabilidade numa circunstância como a de hoje. A Seleção ainda fará amistosos em 2011, e contra equipes de ponta, como Alemanha e Itália. Se não mostrar um rendimento substancialmente superior ao que foi visto até agora, um novo técnico poderá assumir a equipe já no início de 2012. Mano Menezes é um técnico competente, mas, até agora, seu desempenho na Seleção Brasileira é decepcionante.