terça-feira, 12 de dezembro de 2023

O drama da Argentina

Há décadas, a Argentina se debate com problemas econômicos que parecem insolúveis. O drama da Argentina ganhou um novo capítulo com a posse, no último domingo, do ultradireitista Javier Milei como novo presidente do país. As soluções da direita para a economia, sabidamente, só geram mais crise. Os argentinos puderam ver isso na prática com Maurício Macri, que presidiu o país de 2015 a 2019, depois de um longo período de governos de esquerda com Nestor Kirchner e Cristina Kirchner. A velha receita da austeridade, defendida por Macri, fracassou, o que fez com que não conseguisse a reeleição. Veio, então, o governo de esquerda de Alberto Férnández, que não teve êxito em debelar a crise econômica argentina, e sequer se candidatou à reeleição. Milei, um homem excêntrico e histriônico, personagem típico da direita no mundo atual, conquistou o eleitorado com um discurso incendiário, prometendo dolarizar a economia e fechar o banco central do país. Na prática, vai requentar as receitas ortodoxas do liberalismo, que só agravam as dificuldades econômicas. Depois de empossado, Milei admitiu que a Argentina viverá um período de estagflação, ou seja, estagnação econômica associada com altas taxas de inflação. Conforme Milei, serão necessários de 18 a 24 meses até que a situação econõmica da Argentina melhore. Será mais uma tentativa frustrada dos argentinos em buscar uma solução para os problemas econômicos que os inquietam, e resultam em 40% da população em situação de pobreza. Provavelmente, na próxima eleição, a esquerda estará de volta ao poder. Não existem soluções mágicas para crises econômicas.