quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Tendência irreversível

A revelação por parte do ex-jogador de futebol alemão Hitzlsperger, que jogou 52 partidas pela seleção de seu país, de que é homossexual, é mais um indicativo de uma tendência irreversível de nossos dias, a de que os gays, continuadamente, "saiam do armário". Ainda há, é claro, muito preconceito e intolerância para com os homossexuais, mas os tempos em que eles estavam condenados a viver nas sombras está ficando, cada vez mais, para trás. A declaração de Hitzlsperger recebeu apoio do governo da Alemanha, da Federação Alemã de Futebol e de jogadores, comprovando a mentalidade mais arejada em relação ao assunto. A homossexualidade não é uma doença, nem uma falha de caráter, é uma condição existencial. Não tem porque ser alvo de intolerância ou perseguição. Ao longo da história da humanidade, grupos sempre procuraram estabelecer critérios hegemônicos, ditando o que é certo e errado, gerando odiosas discriminações e sectarismos. Essas inclinações talvez nunca sejam eliminadas de todo, mas já não possuem a força de antes. A sociedade caminha para a inclusão. Por natureza, ela é plural e multifacetada. Não há porque ser reduzida a critérios de "normalidade" impostos por visões tacanhas de fundo religioso. Todos merecem respeito, independentemente de sua orientação sexual, opção política, por ser crente ou ateu. Os que apostam em um discurso conservador, cheio de invectivas moralistas, vão acabar falando para poucos. Num mundo de avanços científicos e tecnológicos espantosos, a boçalidade vai se tornando anacrônica.