segunda-feira, 7 de outubro de 2019

O VAR à brasileira

Desde que foi implantado no Brasil, o VAR, sistema de revisão pelo video de lances decisivos no futebol, foi cercado de polêmicas. Em vez de servir para trazer mais justiça aos resultados dos jogos, diminuindo erros flagrantes, o VAR está sendo uma nova fonte de omissões ou marcações estapafúrdias por parte dos árbitros. A rodada do fim de semana no Campeonato Brasileiro exacerbou esse quadro. Os pênaltis marcados em favor de Cruzeiro e CSA contra Inter e Avaí, respectivamente, foram absurdos. Pior, foram resultado de chamados das equipes de vídeo aos árbitros dos jogos, que nada haviam marcado nos referidos lances. Nesses casos, se está diante de um duplo erro. As equipes do VAR erraram ao chamarem os árbitros para revisarem lances de natureza interpretativa. Os árbitros erraram ao voltarem atrás em sua decisão inicial marcando pênaltis que não foram confirmados pelas imagens. Deve ficar claro que não há nada de errado com o VAR em si, ele é um. excelente instrumento para trazer mais lisura para os resultados dos jogos, o que há muito se fazia necessário. O problema é o "VAR à brasileira", ou seja, o modo como esse recurso é aplicado no país. Enquanto na Inglaterra, por exemplo, o VAR recém foi implantado e já apresenta um alto nível de eficiência, com decisões rápidas e sem margem para polêmicas, no Brasil as checagens de vídeo levam vários minutos e culminam, muitas vezes, em decisões equivocadas. Como se vê, a arbitragem brasileira, historicamente fraca, consegue até mesmo a "façanha" de brigar com as imagens. O VAR no futebol veio para ficar. Cogitar o fim do VAR no Brasil, como alguns já insinuaram, é um disparate. O que precisa ser alterado é o nível da arbitragem brasileira. Enquanto ele permanecer tão baixo como sempre foi, não há instrumento tecnológico, por melhor que seja, capaz de minimizar os erros que produzem injustiças no futebol, alterando os resultados de jogos e, até mesmo, de competições.