segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Pobreza técnica

Ainda falta uma rodada para o final do Campeonato Brasileiro, a que definirá o campeão, mas já é possível fazer uma analise do que se viu ao longo da competição. O principal dado a ser destacado é a pobreza técnica da disputa. Ainda que se leve em conta a excepcionalidade de uma competição realizada em meio a uma pandemia, sem público nos estádios e com um calendário comprimido, o futebol mostrado foi muito fraco. A pobreza técnica foi a regra, os bons jogos uma exceção. Até potenciais candidatos ao título ficaram muito abaixo das expectativas, como Grêmio e Atlético Mineiro, por exemplo. O Flamengo, sabidamente o detentor do melhor grupo de jogadores do país, também não fugiu desse panorama. Tanto que alcançou a liderança pela primeira vez apenas na penúltima rodada. Dois jogos realizados hoje deixaram ainda mais evidente esse quadro. Palmeiras e Atlético Goianiense empataram em 1 x 1 no Allianz Parque. Afora os dois golaços, pouco houve de aproveitável no jogo, que se desenrolou num ritmo de treino, talvez pelo fato de ambos os clubes não terem mais nada a buscar na competição. O outro jogo de hoje foi Botafogo 1 x 0 São Paulo, no Engenhão. O péssimo futebol jogado pelo São Paulo chamou a atenção. Nem mesmo a possibilidade de garantir classificação direta para a Libertadores serviu de estímulo para o São Paulo mostrar um melhor futebol. Numa competição nivelada por baixo, o equilíbrio levou a definição do título para a última rodada. Sem dúvida, isso gera muita emoção, mas não basta. O nível técnico do futebol brasileiro está muito abaixo do mínimo aceitável, e há que se buscar modificar esse quadro.