sábado, 9 de fevereiro de 2019

Caos administrativo

Nada é tão ruim que não possa piorar. O governo de Jair Bolsonaro estava condenado a ser um desastre, só rematados imbecis acreditariam que pudesse dar certo. Porém, o que se vê em apenas 40 dias da nova administração do país é muito pior do que qualquer projeção. O que se tem é um caos administrativo. A longa internação de Bolsonaro, muito maior do que a inicialmente prevista, deixa em dúvida a sua real condição de saúde. As discrepâncias entre as declarações do vice-presidente Hamilton Mourão com posições anteriormente assumidas por Bolsonaro geram tensões entre os integrantes do governo, e estimulam especulações de uma briga pelo poder. Afinal, quem está, efetivamente, governando o Brasil? Bolsonaro, isolado num hospital e com um quadro incerto de saúde, apenas simula estar exercendo o cargo. Mourão não está autorizado a governar, pois Bolsonaro não lhe transmitiu o cargo interinamente. O governo Bolsonaro parece estar dividido em grupos heterogêneos que buscam o poder avidamente. Não há um norte administrativo, um projeto de país. As perspectivas para o futuro são, todas elas, muito sombrias. O Brasil caminha para o abismo, aceleradamente. A letargia da população diante desse quadro é que espanta. Será fruto da teimosia em apostar num governo inviável, ou resignação diante de um sonho desfeito tão rapidamente? Por tudo que se observa, o pior ainda está por vir. O desatino eleitoral praticado por muitos brasileiros já está cobrando a sua conta.