domingo, 6 de abril de 2014

Primeiras pesquisas

Saíram as primeiras pesquisas sobre as intenções de votos para as eleições de governador e senador no Rio Grande do Sul. Ainda é muito cedo para se tirar conclusões ou se fazer prognósticos. Eleições anteriores demonstraram que as pesquisas iniciais refletem pouco o resultado final da eleição. Ainda assim, os dados revelados chamam a atenção, e negativamente. Para governador, a senadora Ana Amélia Lemos, pré-candidata do PP, aparece na frente, com 38% das intenções de voto, na pesquisa estimulada, contra 31% do atual ocupante do cargo, Tarso Genro (PT). Na pesquisa espontânea, Tarso está na frente, com 11%, e Ana Amélia tem 8%. No item rejeição, Tarso tem 26% e Ana Amélia, 10%. Na projeção de segundo turno entre os dois, Ana Amélia tem 48%, contra 34% de Tarso. Na eleição para senador, vantagem absoluta de Lasier Martins (PDT). Nos diversos cenários da pesquisa estimulada, conforme os adversários cogitados, Lasier varia de 38% a 45% das intenções de voto. Na pesquisa espontânea, tem 5%, contra 3% de Pedro Simon e Germano Rigotto, ambos do PMDB. No item rejeição, Lasier tem 10%.  Os números para governador estão longe de serem conclusivos, mas os de senador indicam uma eleição tranquila para Lasier. Aí reside a questão negativa a que me referi anteriormente. Ana Amélia e Lasier concorrem por partidos diferentes, de espectro ideológico muito diverso. No entanto, fica claro que muitos eleitores pretendem votar nos dois candidatos. Isso reafirma que o eleitor brasileiro ignora os partidos, votando em pessoas, o que é um brutal equívoco, e mostra, também, o poder de sedução dos meios de comunicação. Lasier e Ana Amélia foram, durante décadas, profissionais da RBS, a maior rede de comunicação do sul do país. Sua popularidade, por suas aparições em rádio, tv e jornal, está se traduzindo em intenções de voto. Isso não é novidade. Foi assim, também, no passado, com Mendes Ribeiro, Antônio Britto, Maria do Carmo, Sérgio Zambiasi, José Antônio Daudt. Não é um bom critério. Ser popular como jornalista não credencia ninguém a ser um bom governante ou parlamentar. Os brasileiros padecem de um exagerado culto à personalidade. Um fato que evidencia a falta de politização da população. Claro que nada impede que comunicadores tenham um bom desempenho em cargos políticos, mas o critério para elegê-los não pode ser a admiração por sua atividade profissional. Esse tipo de poder dos meios de comunicação não contribui para o aprimoramento da atividade política.