segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Mais uma tentativa fracassada

As coisas não andam fáceis, mesmo, para a oposição e a imprensa de direita, no Brasil. Desesperada com a popularidade dos governos petistas, que já comandam o país pelo terceiro mandato consecutivo, a imprensa conservadora brasileira vive tentando encontrar candidatos a presidente capazes de retirar do poder os atuais ocupantes. Nos últimos tempos, dois nomes surgiram como possibilidade, o do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, e o do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Barbosa foi alçado a condição de herói nacional por ter, como relator do processo, imputado severas penas aos réus do mensalão. Campos, por ter rompido alianças com o PT em alguns municípios e obtido vitórias que o teriam qualificado para "voar com as próprias asas", se candidatando a presidente em 2014. A realidade, contudo, teima em desafiar tais conjecturas. Pesquisas de intenção de voto recentemente realizadas mostraram que tanto a presidente Dilma Rousseff como o seu antecessor no cargo, Luís Inácio Lula da Silva, ganhariam  a eleição, caso ela se realizasse hoje. O "herói", Barbosa, por sua vez, tem apenas 9% da preferência do eleitorado. Em relação a Eduardo Campos, o tombo é ainda pior. Em entrevista à revista "Época", Campos revelou que não será candidato a presidente em 2014, e que seguirá na base de sustentação a Dilma, apoiando a sua reeleição. Campos acrescentou que esteve junto com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), outro potencial candidato da oposição, no mesmo palanque, pela última vez, em apoio a Tancredo Neves, e que não irá se juntar a ele nas eleições de 2014. Em pouquíssimo tempo, as duas candidaturas suscitadas pelos antipetistas já fizeram água. Barbosa ainda teria tempo para tentar inflar seus índices nas pesquisas, mas é pouco provável que conseguisse, depois de apresentar números tão modestos justamente quando está tremendamente exposto pela mídia. Campos simplesmente mostrou de que lado está e desestimulou os que pretendiam postular sua candidatura a presidente. A cada dia que passa, para a inconformidade de muitos e satisfação da maioria, confirma-se a constatação de que, mesmo com denúncias e escândalos surgindo a cada dia, e sofrendo uma campanha contrária incessante de veículos de comunicação, os atuais mandatários seguem desfrutando de altíssimos índices de popularidade e com a perspectiva de uma longa permanência no poder. Afinal, numa democracia, quem decide isso é o eleitor, e ele continua deixando clara qual é a sua opção.