sábado, 4 de junho de 2011

Seleção ainda não convenceu

A Seleção Brasileira, sob o comando do técnico Mano Menezes, ainda não convenceu. Se é verdade que Mano está há poucos meses no cargo e de que faltam três anos para a Copa do Mundo de 2014, não deixa de ser preocupante constatar que, toda vez que a Seleção enfrentou um adversário mais credenciado, não conseguiu vencer. Foi assim nas derrotas para a Argentina e França e no empate de hoje à tarde, em 0 x 0, com a Holanda, no estádio Serra Dourada, em Goiânia. A Seleção fez um mau primeiro tempo, saindo vaiada para o intervalo, e melhorou sensivelmente no segundo tempo, mas sem conseguir ganhar o jogo. Ainda que se saiba que, no período anterior à Copa de 2002, a campanha da Seleção era ruim e isso não impediu a conquista do título, e que em 2010 deu-se o contrário, com excelentes resultados antes e a perda do título da competição depois, a equipe de Mano Menezes já está devendo resultados mais consistentes. Em que pese contar com muito mais talentos do que na Copa de 2010, a atual Seleção ainda não empolga. Mano é muito mais técnico que Dunga, que não havia trabalhado como treinador antes de assumir na Seleção e está desempregado desde que deixou o cargo. Porém, é preciso mostrar isso na prática, o que não vem acontecendo.

A entrevista

Depois de quase 20 dias em que foi a figura mais citada nos noticiários, devido ao seu súbito enriquecimento, o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Antônio Palocci Filho, finalmente veio a público para, com uma entrevista concedida ontem ao Jornal Nacional, da Rede Globo, prestar esclarecimentos sobre o fato. O problema reside justamente nesse aspecto, isto é, a entrevista nada esclareceu. Palocci limitou-se a repetir tudo o que já havia sido dito anteriormente em sua defesa, ou seja, de que agiu dentro da legalidade nos serviços de sua empresa de assessoria, que prestou contas a todos os orgãos de controle do governo, que recolheu todos os impostos devidos. O que se precisa saber, no entanto, Palocci não se dispôs a contar. O que interessa em toda essa questão é revelar quais empresas contrataram os serviços da assessoria de Palocci, com que finalidade, e quanto o ministro recebeu por tais tarefas. A entrevista do ministro, na verdade, foi um festival de tergiversações, em que nenhum dado objetivo e concreto foi levado ao conhecimento público. Palocci chegou a dizer que não há nada mais difícil do que provar o que não se fez. Com base nisso, ao declarar que não fez tráfico de influência, admitiu que não tem como prová-lo, mas argumentou que "tem que existir boa-fé nas pessoas". O que Palocci não diz é porque, já estando no terceiro escândalo em sua curta trajetória política, mereceria contar com a boa-fé por parte de qualquer pessoa. Como era de se esperar, a oposição bateu forte quanto ao conteúdo da entrevista e os defensores do governo a elogiaram. Só que está muito claro de que lado está a razão. Só mesmo os mesquinhos interesses da política podem fazer com que alguém se disponha a defender o indefensável, a considerar que Palocci foi firme e objetivo, quando, na verdade, foi evasivo e redundante. Não há como limpar a imagem de Palocci, nem como explicar seu absurdo enriquecimento. As evidências de que o ministro transgrediu as  fronteiras da licitude são por demais gritantes. Não há porque se empenhar em salvar alguém que já está condenado pelos fatos. A presidente Dilma Roussef precisa é preservar o seu governo, e isso implica em demitir Palocci, retirando o caso da esfera política e remetendo-o para a área jurídica