domingo, 29 de junho de 2014

Classificação épica

A Costa Rica continua cometendo façanhas na Copa do Mundo. Ao empatar em 1 x 1 com a Grécia no tempo normal, hoje, na Arena Pernambuco, enfrentou uma prorrogação com um jogador a menos e a equipe fisicamente esgotada, mas conseguiu vencer por 5 x 3 nos tiros livres da marca do pênalti. Com isso, obteve uma histórica e inédita classificação para as quartas de final da Copa do Mundo. Obviamente, a favorita para o jogo é a Holanda, mas, para quem ficou em primeiro lugar no "grupo da morte" e ainda está invicta na competição, nada é impossível. Seja como for, a Costa Rica, apontada, antes da Copa, como uma "turista", já marcou sua presença de forma gloriosa na competição. No jogo de hoje, talvez não precisasse passar por tanto sofrimento, não fosse o excessivo rigor da arbitragem, que expulsou Duarte aos 20 minutos do segundo tempo. Tendo ficado com um homem a menos, a Costa Rica foi fortemente pressionada pela Grécia, tentou resistir, mas levou um gol no final do jogo. Ainda assim não se abateu, e obteve uma classificação épica. A Costa Rica é, sem dúvida, a mais simpática surpresa da Copa.

Erro fatal

O México teve a chance de igualar as suas duas melhores campanhas em Copas do Mundo, chegando às quartas de final, o que só conseguiu nas duas vezes em que sediou a competição. Foi derrotado por 2 x 1 pela Holanda, de virada, hoje, no Castelão, num jogo em que vencia quando a partida já se aproximava do final. Porém, o México não pode se considerar um azarado. O resultado não expressa uma injustiça, e sim um erro fatal cometido por seu técnico, Miguel Herrera. Ele sacou, já aos 15 minutos do segundo tempo, o autor do gol que dava a vitória parcial para a sua equipe, Giovani dos Santos, optando por uma postura defensiva, visando manter o placar. Não se faz isso, impunemente, com uma equipe do nível da Holanda. Caso o jogo fosse para a prorrogação, é provável que o México tivesse vantagem, pois o calor causticante de Fortaleza castiga muito mais os europeus. No entanto, nem isso foi possível. Ao sofrer o gol de empate, ficou que evidente que o México não resistiria a pressão final da Holanda, o que acabou se confirmando. Afora a sua frustração, o México também influiu decisivamente no desenrolar da Copa. Se eliminasse a Holanda, tiraria do caminho uma das grandes candidatas ao título e disputaria com a Costa Rica um lugar nas semifinais. Agora, com a Holanda tendo se classificado, é difícil imaginar que ela não seja uma das semifinalistas, ou seja, o México tornou mais dura a vida dos demais postulantes ao título. O erro cometido por Miguel Herrera é recorrente entre os técnicos, que insistem em querer sustentar uma vantagem mínima, atraindo o adversário para o seu campo, quase sempre com terríveis consequências. Mesmo que seja uma atitude reiteradamente fracassada, eles insistem em praticá-la.