terça-feira, 15 de novembro de 2011

A guerra não é uma solução

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, após participar da cúpula da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico, não descartou a possibilidade de uma ação militar contra o Irã, devido ao programa nuclear que está sendo desenvolvido por aquele país. Obama disse que acredita na possibilidade de os Estados Unidos trabalharem com a China e a Rússia para tentar estabelecer maiores sanções antes de partir para um ataque, mas que os três governos concordaram com a necessidade de garantir que o Irã não se torne uma potência nuclear. A afirmação de Obama foi feita ao ser indagado sobre se a ação militar deve ser considerada em algum momento, como já foi sugerido por alguns presidenciáveis republicanos. Obama declarou que prefere continuar a negociar uma solução, mas que nenhuma opção ficou fora da mesa. O presidente americano disse, ainda, que o mundo está unido contra um Irã isolado. A posição de Obama gerou divergências entre diplomatas europeus. Em reunião de ministros das Relações Exteriores da União Européia, realizada em Bruxelas, representantes da Grã-Bretanha e da Alemanha tiveram posições diferentes sobre o assunto. O ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, William Hague, declarou que não considera a opção de uma ação militar contra o Irã no momento, mas que a hipótese poderá ser cogitada no futuro. Já o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, afirmou que seu país se recusa a falar sobre o assunto, embora o diplomata entenda ser inevitável a aplicação de sanções mais severas caso o Irã se recuse a cooperar com a Agência Internacional de Energia Atômica, que acusa o governo iraniano de tentar produzir armas nucleares. Como se pode perceber, os motivos alegados para as ações militares variam, mas os Estados Unidos continuam a praticar o intervencionismo, sempre que julgarem necessário. Os americanos entendem que lhes cabe o papel de "xerifes" do mundo, e assim tem agido, invadindo e atacando países, sempre alegando motivos nobres para fazê-lo. Outros países já desenvolveram programas atômicos, sem que isso implicasse numa intervençao militar. A reação extremada contra o Irã, ecoada pela imprensa ocidental, resulta da posição hostil de seu governo, comandado pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad, contra os Estados Unidos e Israel. Não se trata de desdenhar das consequências do desenvolvimento de uma bomba atômica pelo Irã, mas há de se encontrar outros meios de enfrentar a situação, sem partir para uma ação militar com seu rastro de destruição e morte de civis inocentes. Esse é um filme já visto, e que não merece ser repetido.