quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Rotina insuportável

O Grêmio perdeu para o Santos por 2 x 0, hoje à noite, na Arena, pela Copa do Brasil. A estreia do Grêmio na competição, portanto, já encaminhou a despedida, pois precisará golear o Santos, na semana que vem, na Vila Belmiro, para se classificar para a próxima fase. Assim, prossegue a rotina insuportável de fracassos do Grêmio em competições de grande porte, que já dura 13 anos. A torcida do Grêmio, mais uma vez, se fez presente em bom número ao estádio, mas não há apoio que compense tanta falta de qualidade. A exemplo do que ocorreu contra o Cruzeiro, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro, o Grêmio criou várias chances de gol, mas não concretizou nenhuma, e acabou derrotado. Foram quase 20 escanteios em favor do Grêmio, que em nada resultaram. Alguns jogadores desafiam a paciência até do mais tolerante dos torcedores, como Pará, Werley, Dudu e Barcos. Sabia-se que o Grêmio, ao ser sorteado para enfrentar o Santos, com o segundo jogo na casa do adversário, pegara um desafio muito difícil na Copa do Brasil, mas imaginava-se que, pelo menos, fosse capaz de obter uma vitória na Arena. Porém, o Grêmio não se cansa de surpreender, negativamente, o seu sofrido torcedor. Pelo que se viu hoje em campo, o ano acabou em termos de possibilidade de títulos para o Grêmio. Resta tentar manter um mínimo de rendimento no Brasileirão para fugir da possibilidade, por enquanto distante, de um rebaixamento. Mesmo com nomes vitoriosos como Fábio Koff e Felipão, o Grêmio é, no momento, um barco rumo ao naufrágio.

Avenida da Legalidade e da Democracia

Em meio a tantos fatos negativos que nos atormentam diariamente, vez por outra surgem notícias capazes de elevar o nosso ânimo. Esse é o caso da aprovação, ocorrida ontem, da alteração do nome da principal via de acesso a Porto Alegre, de "Avenida Castelo Branco" para "Avenida da Legalidade e da Democracia". O projeto de autoria dos vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna, ambos do PSol, recebeu 21 votos a favor e cinco contra. Os vereadores dos partidos de direita, e até alguns comunicadores e historiadores, mostraram-se contrários a medida, argumentando que ela busca "apagar a história". O historiador Sérgio da Costa Franco, por exemplo, disse: "Já pensou se diversas ruas começassem a mudar de nome"? Eu responderia ao historiador que não só pensei na ideia, como ela me agradaria muito. Todas as rodovias, avenidas, ruas, praças, parques, escolas, pontes, prédios ou construções de qualquer tipo que levem o nome de agentes da espúria e assassina ditadura militar deveriam ter seus nomes trocados. Não faz sentido "preservar a memória histórica" homenageando ditadores e democraticidas. O projeto ainda precisa ser sancionado pelo prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), mas não se pode imaginar que ele não venha a fazê-lo, dada a sua trajetória pessoal vinculada ao combate à ditadura. O primeiro passo para eliminar as homenagens aos artífices do golpe militar, substituindo-as pela exaltação aos valores mais caros à sociedade, foi dado. Tomara que todo o Brasil o siga.