quinta-feira, 30 de abril de 2020

A busca do confronto

A cada dia, fica mais evidente que o presidente Jair Bolsonaro é um psicopata. Sedento pelo poder, egocêntrico, indiferente ao sofrimento alheio, defensor da ditadura, Bolsonaro faz sempre a busca do confronto. Não lhe interessa qualquer tipo de conciliação, seja com quem for. Na sua mente doentia e perversa, isso seria demonstração de fraqueza. Admirador do poder absoluto, sem nenhum apreço pelas normas democráticas, Bolsonaro faz questão de provocar atritos com todos. Desafia os demais poderes da República, flerta com a possibilidade de fechar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. As ações agressivas visam, também, fazer com que esteja sempre em evidência. O ex-capitão quer a atenção para si de modo permanente, e não tolera que alguém de seu governo ganhe um destaque superior ao dele. Nesse confronto com tudo e todos, Bolsonaro mirou,  agora, no ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que acolheu uma ação impedindo a posse de Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal. Desrespeitando flagrantemente a independência entre os poderes, Bolsonaro disse que "não engoliu" a decisão do ministro, e insiste que ainda vai conseguir empossar Ramagem. Sem limites na sua sanha beligerante, Bolsonaro atira para todos os lados, atacando, até mesmo a Organização Mundial de Saúde. Suas declarações mostram cinismo e desdém diante das milhares de mortes no país causadas pelo coronavírus. Vendo os números aterrorizantes, que só fazem aumentar, tenta transferir a culpa para prefeitos e governadores, afirmando que não vão jogar no seu colo uma culpa que não é dele. Muitas vezes, Bolsonaro, ao perceber as reações negativas ao que diz, baixa o tom, para, no dia seguinte, tornar a fazer declarações ofensivas. O país poderia ficar livre desse tormento, desde que o Congresso e o STF cumprissem com o seu papel, e encaminhassem a destituição de Bolsonaro. Razões legais, devidamente tipificadas, não faltam para isso.