segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Cifras escandalosas

Não é de hoje que o futebol tornou-se uma atividade milionária. Os principais clubes do mundo possuem orçamentos altíssimos, que lhes permitem gastar fortunas na aquisição de jogadores e no pagamento de seus salários. Porém, está mais do que clara a necessidade de se colocar um freio nessa situação, por extrapolar qualquer limite que se considere razoável. A renovação de contrato do galês Bale com o Real Madrid é uma evidência disso. Bale estendeu seu contrato com o clube espanhol até o ano de 2022. Pelo novo contrato, Bale irá ganhar um salário equivalente a 1,3 milhão reais por semana. Convenhamos, quantias assim é o que se pode classificar de cifras escandalosas. Bale é um bom jogador, mas está longe de ser um gênio e, portanto, não tem cabimento que se torne o detentor do maior salário do futebol mundial. Diante de tamanhas quantias, é natural que se pense que o futebol está sendo usado para lavagem de dinheiro. Algo precisa ser feito para mudar esse quadro. Soa ofensivo para o cidadão comum tomar conhecimento de que se paguem salários astronômicos como o de Bale. O futebol é um grande espetáculo, e é natural que seus maiores astros sejam bem remunerados. Salários como o do novo contrato de Bale, no entanto, agridem o bom senso. Nenhum jogador, por mais extraordinário que seja, nem mesmo Messi, mereceria ganhar uma quantia tão alta. Cabe á comunidade futebolística, no mundo inteiro, se mobilizar contra essa aberração. O mais popular dos esportes deve transmitir aos seus torcedores uma imagem de dignidade. As quantias cada vez mais altas que circulam no futebol apontam no sentido contrário, e o tornam uma atividade cheia de suspeições.

domingo, 30 de outubro de 2016

Confirmação

O segundo turno da eleição para prefeito de Porto Alegre não apresentou surpresa. Nélson Marchezan Júnior (PSDB) venceu o pleito, numa confirmação do que as pesquisas indicavam. Ainda mergulhado numa irracional onda antiesquerdista movida pela imprensa conservadora, o eleitorado resolveu eleger a raposa para cuidar do galinheiro. Ao escolher Marchezan Júnior, o eleitor entrega a administração da cidade ao herdeiro de uma figura proeminente da Arena, partido de sustentação do regime militar, o falecido Nélson Marchezan. Mais do que isso, Marchezan Júnior é um neoliberal e privatista. Os próximos quatro anos tendem a ser desalentadores para Porto Alegre. Diante desse quadro, o incompreensível é que nem mesmo a catastrófica escolha de José Ivo Sartori para governador do Rio Grande do Sul, em 2014, serviu de alerta. O eleitor gaúcho parece tomado por um impulso de autoflagelação. Resta esperar que nas eleições de 2018 essa tendência autodestrutiva tenha sido superada, e o eleitor volte a votar com consciência, concedendo o poder a quem tem compromisso com as demandas sociais.

sábado, 29 de outubro de 2016

Tropeço inesperado

Ninguém poderia imaginar a hipótese do Inter não vencer o Santa Cruz, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. O empate em 1 x 1 foi um tropeço inesperado, e que pode complicar muito a vida do Inter na reta final do Brasileirão. O Inter abriu o placar logo aos seis minutos do primeiro tempo, o que reforçou a ideia de que ganharia com facilidade. O tempo, no entanto, foi transcorrendo, os outros gols não vieram. Para piorar, o Santa Cruz empatou, e o volante Eduardo Henrique, do Inter, foi expulso. A partir daí, mesmo tendo boa parte do primeiro tempo, e todo o segundo, para vencer o jogo, o Inter não conseguiu o desempate. A fuga do rebaixamento, que parecia tranquila após vencer o Flamengo e empatar com o Grêmio, voltou a ficar dramática para o Inter. A agonia da luta para não cair talvez se estenda até a última rodada.

Empate chocho

Um jogo de muito baixo nível técnico, com poucas emoções, foi o que se viu em Figueirense 0 x 0 Grêmio, hoje, no Orlando Scarpelli, pelo Campeonato Brasileiro. Um empate chocho entre um clube que luta para fugir do rebaixamento e outro que foi para o campo com os reservas. Para quem tenta escapar de um rebaixamento cada vez mais provável, o Figueirense mostrou pouco, seja porque o time é fraco ou por não acreditar mais na possibilidade de evitar a queda para a Segunda Divisão. O Grêmio, jogando, mais uma vez, com um time reserva fora de casa, tornou a empatar, mas sem mostrar a mesma boa atuação da partida contra o Santos. Foi um jogo que se arrastou até o final. O resultado não foi bom para ninguém. O Figueirense continuou afundado na zona de rebaixamento, e o Grêmio não conseguiu ingressar na faixa de classificação para a Libertadores.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Uma lista sem pé nem cabeça

A revista inglesa "Four Four Two" elaborou uma lista com, no seu entender, os 50 melhores times de futebol de todos os tempos. Embora relacione grandes equipes da história do futebol, é uma lista sem pé nem cabeça. O primeiro, e fundamental, erro da lista, é misturar clubes e seleções. São elementos absolutamente distintos, não podem ser comparados. O que já começa errado não poderia ter um bom resultado. A colocação das equipes na lista é risível, para dizer o mínimo. O primeiro lugar da lista é ocupado pelo time do Ajax, da Holanda, liderado por Cruyff, que foi tricampeão da Europa em 1971/1972/1973. A Seleção Brasileira de 1970 aparece em segundo lugar. Convenhamos, essa avaliação é absurda. A Seleção de 70 é apontada como a melhor equipe da história do futebol pela maioria dos rankings feitos no mundo inteiro. A lista sequer inclui a Seleção Brasileira de 1958, tão boa ou melhor que a de 1970. No entanto, a Seleção Brasileira de 1982, uma grande equipe, mas muito inferior á de 1958, foi colocada no trigésimo-oitavo lugar. O time do Flamengo de Zico, campeão mundial em 1981, ficou oito posições acima, em trigésimo lugar, em outra avaliação aberrante, pois embora sua inegável qualidade não pode ser considerado superior a uma Seleção de tão alto nível. Por outro lado, a maravilhosa seleção da Hungria de Puskas ficou num modesto décimo lugar. Entre os times de clubes são poucos os que, no mundo inteiro, não consideram o Santos de Pelé o melhor de todos os tempos. Porém, na lista em questão, ele aparece em nono lugar. O Real Madrid de Di Stefano ficou em quarto. Definitivamente, o ranking da revista inglesa não pode ser levado a sério. Num levantamento criterioso, seleções e clubes teriam de ser avaliados separadamente. Caso isso fosse feito, uma das listas teria o seu primeiro lugar disputado pelas seleções brasileiras de 1958 e 1970. No levantamento de clubes, o Santos de Pelé viria em primeiro lugar, e, logo a seguir, estaria o Real Madrid de Di Stefano. Toda a lista do gênero envolve um certo grau de subjetividade, mas a da revista inglesa contraria o bom senso de maneira irremediável.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Alienação

Causou muito má impressão o fato de que dentre os atuais jogadores da Seleção Brasileira só Gabriel Jesus tenha usado as redes sociais para fazer referência a morte de Carlos Alberto, um dos grandes mitos do futebol brasileiro, falecido anteontem. Os demais jogadores não se manifestaram. Eis aí o retrato da alienação e do egocentrismo dos jogadores de futebol na atualidade. Com a independência financeira conquistada ainda muito cedo, tornam-se mimados e autocentrados. O maior nome da Seleção Brasileira nos dias de hoje, Neymar, é um exemplo disso. Neymar não é mais um menino, tem 24 anos, e até já é pai de um garotinho. Porém, se comporta como um eterno adolescente. Deslumbrado com o que o dinheiro pode proporcionar, usufrui uma vida de festas, carrões e mulheres bonitas. Não se posiciona sobre temas polêmicos, nem revela preferências políticas. Seu estilo de vida é claramente hedonista, voltado para a satisfação dos próprios prazeres. Gabriel Jesus tem apenas 19 anos, não viu Carlos Alberto jogar, mas, por estar bem informado sobre quem ele foi, ou tendo sido bem orientado pelos seus assessores, portou-se adequadamente diante da perda de um ícone do futebol brasileiro. Os demais jogadores da Seleção Brasileira, por desinformação ou desinteresse, hipóteses igualmente execráveis, nada referiram sobre a morte de Carlos Alberto. O futebol não é uma ilha. Ele é um microcosmo de uma sociedade mergulhada na vacuidade e no individualismo exacerbado. Uma sociedade frívola e consumista, onde impera o imediatismo e se despreza a memória. A tarefa de recuperar a combalida imagem da Seleção Brasileira não se resume ao futebol dentro do campo. Será preciso reformar a postura de seus jogadores como cidadãos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Resultado lógico

Recuperado em sua autoestima, pelos bons resultados que vem alcançando em seus últimos jogos, o Inter conseguiu, mesmo com um time reserva, fazer um bom enfrentamento com o Atlético Mineiro, hoje, no Beira-Rio, pelas semifinais da Copa do Brasil, mas perdeu por 2 x 1. O Atlético abriu o placar logo aos dois minutos do primeiro tempo. O Inter só obteve o empate no segundo tempo, com um gol de pênalti, e esbarrou no goleiro Victor, que fez grandes defesas. Porém, no momento em que buscava o gol de desempate, o Inter sofreu um contra-ataque mortífero, e o Atlético venceu o jogo. Embora o Inter também pudesse ter ganho a partida, foi um resultado lógico. O Atlético Mineiro era o favorito no confronto, e ao vencer o primeiro jogo fora de casa ampliou ainda mais essa condição.

Atuação brilhante

Os defensores do futebol de resultados sustentam que o importante é vencer, não importa como. O Grêmio, no entanto, não seguiu essa linha de pensamento, hoje, e venceu o Cruzeiro por 2 x 0, no Mineirão, pelas semifinais da Copa do Brasil, com uma atuação brilhante. O desempenho do Grêmio chegou quase ao nível da perfeição, mantendo o controle do jogo durante todo o tempo, não permitindo nenhuma oportunidade concreta para o adversário, explorando bem os contra-ataques, e, principalmente, fazendo dois belos gols. Belo Horizonte parece fazer bem ao Grêmio. Algumas de suas melhores atuações tem ocorrido na capital de Minas Gerais. Foi assim, por exemplo, quando venceu o Atlético Mineiro no Campeonato Brasileiro de 2015 por 2 x 0, e na atual edição da competição, quando goleou o mesmo adversário por 3 x 0. No jogo de hoje, nenhum jogador do Grêmio esteve mal. O jogo coletivo, em função disso, atingiu uma grande desenvoltura. Com o resultado obtido no Mineirão, o Grêmio está com a faca e o queijo na mão para voltar a disputar uma decisão de Copa do Brasil, e, finalmente, acabar com o seu jejum de títulos.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Carlos Alberto

O Brasil perdeu, hoje, Carlos Alberto, um dos grandes mitos do seu futebol. Carlos Alberto era o lateral direito e, principalmente, o capitão da magnífica Seleção Brasileira campeã da Copa do Mundo de 1970, a maior equipe já formada na história do futebol. Curiosamente, embora tenha jogado 59 partidas com a camisa da Seleção, foi a única Copa do Mundo de que ele participou. Em sua exitosa carreira, jogou no Fluminense, Santos, Botafogo, Flamengo e New York Cosmos. Como técnico, foi campeão brasileiro pelo Flamengo, e da Copa Conmebol, pelo Botafogo. Nos últimos anos, participava como comentarista no canal a cabo SporTV. Também integrava um grupo formado pela CBF para sugerir mudanças estruturais no futebol brasileiro. Tecnicamente brilhante, e com uma capacidade de liderança que o levou á condição de capitão da Seleção, Carlos Alberto pertence ao panteão dos maiores jogadores brasileiros de todos os tempos. Entre os seus pares, em especial os seus companheiros de Seleção, ele era o "Capita". Por toda a sua trajetória, obteve respeito e admiração por onde esteve. Autor do último gol da Copa de 70, e um dos mais célebres da história da competição pela beleza de sua construção coletiva, Carlos Alberto será sempre lembrado pelos amantes do futebol, nos quais deixa, desde já, uma imensa saudade.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Oportunismo

Bastou que ocorresse uma arbitragem polêmica no Gre-Nal de ontem, na Arena, para que a "isenta" imprensa esportiva do Rio Grande do Sul, historicamente identificada com a defesa dos interesses do Inter, insinuasse que um árbitro gaúcho teria uma atuação melhor. Acostumada com os "erros humanos" dos árbitros locais, que, curiosamente, sempre favorecem o Inter, a crônica esportiva gaúcha gostaria que eles estendessem seus tentáculos aos grenais do Campeonato Brasileiro. O mote para essa defesa da arbitragem doméstica foi a suposta má atuação de Francisco Carlos do Nascimento (AL) no Gre-Nal de ontem. Esse argumento não resiste a uma análise mais atenta do que aconteceu no jogo. A celeuma toda em torno do árbitro se deu pelo fato de que ele teria expulsado Rodrigo Dourado, do Inter, injustamente. Se é verdade que Rodrigo Dourado não merecia ser expulso, Vitinho deveria ter levado o cartão vermelho, o que não foi feito. Ademais, o árbitro não influiu no resultado do jogo, pois não marcou pênaltis inexistentes, nem validou gols em impedimento. Os mesmos que agora berram contra a expulsão de Rodrigo Dourado acharam que a criminosa agressão de William que resultou numa dupla fratura de mandíbula em Bolanos, no Gre-Nal realizado em março, na Arena, foi um "acidente". Não é á toa que o Inter tem vantagem no número de vitórias em grenais, mas fica atrás quando se levam em conta apenas os válidos pelo Campeonato Brasileiro. Respondendo, objetivamente, a pergunta deixada no ar pela imprensa gaúcha, um árbitro local não se sairia melhor ontem. Basta, para constatar isso, verificar que Anderson Daronco, um dos árbitros preferidos da imprensa gaúcha, influiu no resultado de Flamengo 2 x 2 Corinthians, ao validar o primeiro gol do clube carioca em flagrante impedimento. Se Francisco Carlos do Nascimento teve falhas no aspecto disciplinar, não cometeu nenhum erro técnico grave, o que é muito mais importante. O estrilar da imprensa gaúcha foi puro oportunismo de quem não sabe tratar os fatos com isenção.

domingo, 23 de outubro de 2016

Futebol frustrante

Havia uma enorme expectativa em torno do Gre-Nal de hoje, pelo Campeonato Brasileiro. A evidência disso está no fato de que o recorde de público da história da Arena foi quebrado. Num estádio com capacidade para 55 mil pessoas, mais de 53 mil se fizeram presentes. Porém, o jogo não correspondeu a tamanha mobilização do público. O placar de 0 x 0 foi fiel ao que se viu em campo. Um futebol frustrante, pobre tecnicamente, sem chances claras de gol, enfadonho. O Grêmio escalou o seu time titular, com exceção de Douglas, mas vários jogadores tiveram atuações insuficientes. Walace esteve péssimo, errando passes a todo o momento, o que é extremamente preocupante em se tratando do volante que fica logo á frente dos zagueiros. Luan, como de costume, errou quase todas as jogadas em que tentou obter vantagem sobre seus marcadores. Bolanos, que finalmente teve a chance de jogar na posição em que diz se sentir melhor, teve um desempenho decepcionante. Pedro Rocha, mais uma vez, esteve muito apagado, e já não é possível entender A insistência do técnico Renato em tê-lo como titular. A rigor, os dois únicos destaques do Grêmio foram os zagueiros. Geromel e Kannemann fizeram uma grande partida, com muita raça. O Inter, dentro das suas limitações, conseguiu segurar o Grêmio com uma forte marcação. Nenhum de seus jogadores se destacou na partida, mas coletivamente o time se portou bem. Para o Inter, o empate fora de casa foi bom, ainda mais que a maioria dos resultados paralelos lhe favoreceram na luta para fugir do rebaixamento. Como espetáculo, no entanto, o jogo foi muito fraco. O grande público que esteve na Arena merecia assistir uma partida de melhor qualidade.

sábado, 22 de outubro de 2016

O outro lado do futebol

O futebol dos grandes clubes é sempre associado a jogadores de salários milionários, que fazem seu "pé de meia" para levar uma vida confortável depois de pararem. Porém, nem sempre é assim. Uma reportagem do jornal "Zero Hora", publicada na edição de fim de semana, mostra a atual situação de vida de seis ex-jogadores da dupla Gre-Nal que, hoje, enfrentam dificuldades financeiras depois de terem parado. São eles Caio, China, Almir, Flecha, Cláudio Freitas e Balalo.  China ganhou todos os títulos possíveis pelo Grêmio, do estadual ao Mundial de Clubes. Caio foi campeão da Libertadores e do Mundo pelo Grêmio. Balalo foi campeão mundial sub-20 pela Seleção Brasileira da categoria. Flecha chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira. Em comum, todos estão em precária situação financeira, por desperdício de dinheiro ou investimentos mal sucedidos. Ainda que não tenham vivido a fase de fausto financeiro que caracteriza o futebol atual, ganharam um bom dinheiro, mas não souberam planejar o futuro. Hoje, pagam o preço da imprevidência. Porém, não se mostram revoltados. Conscientes de que são os principais responsáveis pela condição em que vivem, mostram-se resignados. Eles reconhecem que as festas e a bebida foram responsáveis, em grande parte, para que tenham chegado á situação presente. Suas histórias mostram que o glamour do futebol é efêmero, e que a vida depois de parar de jogar pode ser muito dura. O outro lado do futebol, longe das manchetes e da badalação da imprensa, pode ser muito difícil para quem não se preparou para ele.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Competição inchada

A Copa Sul-Minas-Rio terá na sua segunda edição, em 2017, a participação de 16 clubes. Entre eles, estará o Brasil de Pelotas. Competição que nasceu como embrião de uma futura liga nacional de clubes, a Copa Sul-Minas-Rio teve em 2016 uma primeira edição razoável, mas sem que se pudesse apostar no seu sucesso a longo. A disputa é curta e em poucas datas, já que os participantes são divididos em grupos. Ainda assim, o número de 16 participantes é excessivo e torna a competição inchada. A inclusão de vários clubes pequenos e médios diminui o nível técnico da competição, o que deverá repercutir negativamente na afluência do público. Com o calendário do futebol brasileiro cada vez mais apertado, a Sul-Minas-Rio, mesmo com poucas datas, terá dificuldades para a sua realização, e, espremida entre outras competições, poderá se mostrar de baixa atratividade. A Sul-Minas-Rio deveria apostar na qualidade dos participantes, não em aumentar sua quantidade.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Prisão tardia

A prisão do deputado federal cassado Eduardo Cunha  (PMDB/RJ), ontem efetuada, é mais uma evidência do descalabro jurídico que se instalou no Brasil. Os motivos para prender Cunha são vários, e já existiam, comprovadamente, desde 2015. Portanto, é uma prisão tardia. Porque Cunha permaneceu solto por tanto tempo se os motivos para colocá-lo no cárcere, e as provas correspondentes, já existiam anteriormente? A resposta é óbvia. Cunha ficou solto para levar adiante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os golpistas precisavam de Cunha, como presidente da Câmara dos Deputados, para fazer o serviço sujo. Cumprido esse papel, a prisão de Cunha serve, agora, para que o juiz Sérgio Moro, que a ordenou, demonstre que a Operação Lava-Jato não é seletiva, que ela pune igualmente todos os corruptos, independentemente de sua ideologia ou filiação partidária. Porém, só os muito ingênuos, ou irrecuperavelmente estúpidos, podem se deixar enganar por essa encenação. Prender Cunha também seria um meio, por idênticas razões, de justificar que se fizesse o mesmo procedimento com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Ao contrário do que sustenta a imprensa conservadora, que tenta lhe dar a condição de herói, Moro é um mau juiz, que não age de acordo com o interesse público, mas a serviço de um grupo político que, inconformado com as sucessivas derrotas nas urnas, perpetrou um golpe de Estado, depondo, sob alegações inconsistentes, uma presidente legitimamente eleita. A prisão de Cunha era algo que se impunha, e não poderia ter demorado tanto tempo para ocorrer. Se estivéssemos num país em que a Justiça agisse de acordo com o que dela se espera, o próprio Sérgio Moro, por seus atos abusivos é sectários, também deveria ser preso.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Façanha inesperada

Depois de vencer o Flamengo pelo Campeonato Brasileiro, o Inter aprontou outra surpresa. Hoje, no Beira-Rio, jogando com os reservas, ganhou do Santos por 2 x 0, e se classificou para as semifinais da Copa do Brasil. Sem dúvida, foi uma façanha inesperada, contra um adversário que podia se classificar com um empate, e que estava com seu time titular. Nas semifinais, o Inter irá enfrentar o Atlético Mineiro, novamente na condição de zebra, mas, diante do que aconteceu nos seus dois últimos jogos, não se pode duvidar de que seja capaz de contrariar a lógica, mais uma vez. As nuvens negras que ainda rondam o Inter, ameaçado de rebaixamento no Brasileirão, parece que começam a se dissipar.

Classificação sofrida

Ao longo de sua história, o Grêmio caracterizou-se pela dramaticidade que envolve muitos de seus jogos. Hoje, não foi diferente. No empate em 1 x 1 com o Palmeiras, no Allianz Parque, pelas quartas de final da Copa do Brasil, o Grêmio não teve uma grande atuação, chegou a estar atrás no placar, o que lhe eliminaria da competição, mas acabou obtendo uma classificação sofrida. Mais uma vez, o Grêmio sofreu um gol de bola aérea. A eliminação parecia certa, mas a expulsão de Allione, do Palmeiras, aos 19 minutos do segundo tempo, mudou a face do jogo. Logo depois, o Grêmio empatou a partida, e ficou com o domínio do jogo. O Grêmio poderia, inclusive, ter vencido o Palmeiras, pois teve oportunidade para isso em três excelentes contra-ataques, que, no entanto, foram todos desperdiçados, o que é preocupante. O técnico do Grêmio, Renato, disse que irá dar um puxão de orelhas em seus jogadores, pois essas chances não concretizadas poderiam ter custado caro para o clube, resultando numa eliminação. Porém, mesmo com percalços, a classificação para as semifinais da Copa do Brasil foi obtida. Agora, o Grêmio irá enfrentar o Cruzeiro, no confronto dos dois clubes que mais ganharam a competição, com quatro títulos cada um. Será uma disputa emocionante. Se eliminar o Cruzeiro, o Grêmio estará a dois jogos da possibilidade de dar um fim ao seu jejum de títulos. Os próximos dias prometem grandes emoções para o torcedor do Grêmio.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Atitude absurda

Foi noticiado, hoje, que o Grêmio teria decidido jogar o Gre-Nal do próximo domingo com reservas, caso venha a se classificar para as semifinais da Copa do Brasil, amanhã, eliminando o Palmeiras. Se isso se confirmar, será uma atitude absurda e indesculpável. Não é possível que, em nome de um suposto senso prático, se desconheça que, para o torcedor do Grêmio a possibilidade de contribuir para o rebaixamento do Inter para a Segunda Divisão é mais importante do que a conquista de um título. Afora isso, quem garante que, caso se classifique para as semifinais, o Grêmio será campeão da Copa do Brasil?  O Gre-Nal de domingo será na Arena, onde, nas duas últimas edições do Brasileirão, o Grêmio goleou o Inter. Afora isso, a esmagadora maioria do público será formada por torcedores do Grêmio. O time titular do Grêmio é claramente superior ao do Inter. O fato de ter de jogar, possivelmente, uma partida pela Copa do Brasil três dias depois não é justificativa para se poupar jogadores. Na verdade, a ideia de colocar reservas no Gre-Nal é uma postura covarde, de quem teme que o seu maior rival inicie uma recuperação nesse jogo. São atitudes como essa que explicam porque o Grêmio vive um enorme jejum de títulos. Campeões não temem nada, nem ninguém.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Campanha violenta

O segundo turno das eleições para prefeito de Porto Alegre tinha tudo para ser insosso, pois os dois candidatos são da mesma vertente ideológica, e seus partidos atuavam coligados na atual administração. Porém o embate entre Nélson Marchezan Júnior  (PSDB) e Sebastião Melo  (PMDB) tem sido muito tenso. Melo tem feito uma campanha com fortes ataques contra Marchezan Júnior. Nos diversos debates realizados com os candidatos, o clima tem sido muito tenso. Agora, com a morte, provavelmente por suicídio, do coordenador geral de campanha de Melo, Plínio Zalewski, e ataques a sede municipal do PSDB, o nível de belicosidade em torno dos dois candidatos parece muito alto. Poucas vezes se viu um quadro tão desalentador numa eleição, pois nenhum dos candidatos representa uma opção inovadora para a cidade. Uma campanha violenta é apenas o reflexo da deterioração política que o país vive. Com candidatos ruins, de discursos ocos, num clima de disputa marcado pela beligerância, o futuro de Porto Alegre não é nada promissor.

domingo, 16 de outubro de 2016

A saida da zona

O que o Inter tanto queria aconteceu, e, por enquanto, o clube está fora da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. A saída da tão temida região da tabela se deu ao vencer o Flamengo por 2 x 1, de virada, hoje, no Beira-Rio. Depois de um primeiro tempo que terminou empatado em 0 x 0, o Flamengo marcou um gol logo no início do segundo, mas, curiosamente, isso não abateu o Inter que, a partir daí, partiu com ímpeto para buscar a virada, o que acabou conseguindo. Nada está decidido ainda, mas o resultado traz um alento para o Inter, pois, dos adversários que lhe restavam em casa, o Flamengo era o mais difícil. A esperança de escapar do rebaixamento renasceu no Inter.

Agradável surpresa

O torcedor ficou sabendo de última hora que o Grêmio jogaria com o seu time reserva contra o Santos, a fim de poupar os titulares para o jogo decisivo contra o Palmeiras, quarta-feira, pela Copa do Brasil. O que poderia ser considerado uma temeridade acabou se revelando uma agradável surpresa. O Grêmio empatou em 1 x 1 com o Santos, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro, jogando num estádio onde historicamente tem dificuldades, mesmo quando coloca em campo o que tem de melhor. Everton fez 1 x 0 para o Grêmio logo no início do jogo, mas o time não segurou o resultado por muito tempo, logo sofrendo o gol de empate. A partir daí, no entanto, o jogo foi marcado pelo equilíbrio e pela tentativa incessante dos times em vencer a partida. Everton teve a chance de marcar o gol que colocaria o Grêmio novamente na frente no placar, mas foi individualista e desperdiçou a oportunidade duas vezes no mesmo lance, quando poderia dar a bola para Bolanos, que estava livre na grande área, sem marcação. O resultado, ainda assim, foi bom, o que mantém a confiança do grupo em alta para os difíceis jogos que virão pela frente, na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro.

sábado, 15 de outubro de 2016

Candidaturas

Estão definidas as candidaturas ao cargo de presidente do Grêmio, cuja primeira etapa da eleição, no Conselho Deliberativo, ocorrerá ainda no mês de outubro. Como já era esperado, o presidente Romildo Bolzan Júnior concorrerá á reeleição. Com a mudança estatutária recentemente aprovada, caso vença, ficará mais três anos no cargo, não dois como ocorria até o atual mandato. O candidato que concorrerá pela oposição será Raul Mendes da Rocha, ex-jogador do clube nos anos 80. Chama a atenção, na chapa de Raul, o nome de Fábio Koff Júnior, filho do padrinho político de Romildo no Grêmio, o ex-presidente do clube, Fábio Koff. Na eleição para a renovação de metade do Conselho Deliberativo, há poucas semanas, a chapa que apoiava a atual administração foi vitoriosa. Esse dado, e o fato de que a oposição só anunciou um candidato na última hora, depois da recusa de nomes mais conhecidos, indicam que Romildo deverá ser reeleito, o que é preocupante. No futebol, razão de ser do clube, Romildo, até agora, só colheu fracassos. Sendo assim, dar-lhe mais três anos de mandato é uma temeridade. Por sinal, essa modificação estatutária é mais um dos atentados ao bom senso que tem caracterizado a política do Grêmio nos últimos anos, a exemplo do que aconteceu quando as eleições para presidente, que ocorriam no período de férias do futebol, foram antecipadas, realizando-se paralelamente às competições, desfocando o clube do seu objetivo primordial, que é a conquista de títulos. Não há razão para que o mandato de presidente tenha sido ampliado, nem para que a eleição deixasse de ser realizada após o encerramento dos jogos oficiais do ano. As pretensas vantagens de tais mudanças são mínimas, e os prejuízos causados por elas ao clube são por demais evidentes.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

O Prêmio Nobel de Bob Dylan

A escolha de Bob Dylan para receber o Prêmio Nobel de Literatura de 2016 causou surpresa em todo o mundo. Dylan é cantor e compositor, não um literato na acepção do termo. Como letrista, no entanto, Bob Dylan apresenta características muito próprias. Suas letras são longas, carregadas de mensagens e questionamentos, não um mero complemento para uma melodia. Algumas de suas composições tornaram-se hinos de várias gerações, como "Blowin in the Wind" e "Like a Rolling Stone". Sem dúvida, a qualidade e a profundidade de suas letras estão muito acima da média de outros compositores do pop e do rock. Evidentemente, não serão poucos os que irão se rebelar contra a premiação, pois a escolha fugiu ao convencional. Particularmente, acho um tanto discutível dar um prêmio de literatura para um compositor. Seja como for, Bob Dylan é um artista brilhante, um ícone. O Nobel é mais um prêmio que se soma a uma série de troféus ganhos por Dylan durante sua longa e prolífica carreira. Pelo alto nível de sua obra, a premiação pode ser inusitada, mas não é injusta.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Boa atuação

O técnico Renato está há pouco tempo no Grêmio, mas as marcas do seu trabalho vão ficando cada vez mais evidentes. O time adquiriu solidez defensiva e a bola aérea deixou de ser um terror. A adoção da marcação no jogador, e não por zona como fazia o técnico anterior, Roger Machado, certamente está por trás dessa evolução. O time também tornou-se mais vibrante e agudo. A deficiência nos chutes a gol permanece, é verdade, mas o nível do futebol apresentado tem melhorado. Foi o que se viu, hoje, quando o Grêmio venceu o Atlético Paranaense por 1 x 0, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. O Grêmio foi superior durante todo o jogo, mereceu ganhar, e poderia tê-lo feito por um placar mais largo. A boa atuação de hoje lembrou a do jogo contra o São Paulo, também na Arena, ainda sob a orientação de Roger Machado. Naquela oportunidade, o Grêmio fez uma grande partida, criou várias chances de gol, mas venceu só por 1 x 0. Com o resultado obtido contra o Atlético Paranaense, o Grêmio permanece vivo na busca pela classificação para a Libertadores. Em pouco tempo, Renato conseguiu fazer um grupo de jogadores que estava desmobilizado reagir, e lutar por objetivos em duas frentes, no Brasileirão e na Copa do Brasil.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Sem sair do lugar

A rodada do Campeonato Brasileiro iniciou favorável ao Inter, já que, pela manhã, o Sport, jogando fora de casa, foi goleado por 3 x 0 pela Chapecoense. Com esse resultado, bastaria um empate contra o Botafogo para o Inter sair da zona do rebaixamento. Porém, mesmo jogando uma partida razoável, e equilibrando as ações com o Botafogo, o Inter voltou a perder, depois de duas vitórias consecutivas. A derrota, por 1 x 0, aconteceu com um gol de pênalti, aos 40 minutos do segundo tempo, o que a torna ainda mais dolorosa. O pênalti, no entanto, foi claro, não se justificando os protestos de jogadores, do técnico Celso Roth e de alguns cronistas quanto a marcação do mesmo. O Inter segue sem sair do lugar, o número de jogos vai diminuindo, e a necessidade de pontos aumenta. A situação do Inter é dramática, e o rebaixamento uma possibilidade cada vez mais próxima de se confirmar.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Liderança

Bastou a Seleção Brasileira ter um técnico de verdade para a sua situação mudar completamente. Antes da chegada de Tite, a Seleção estava em sexto lugar nas Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, ou seja, fora da faixa de classificação. Em quatro jogos com Tite, a Seleção já pulou para a liderança. Hoje, a Seleção venceu a Venezuela por 2 x 0, em Mérida. Não foi uma grande atuação, mas isso pouco importa. Com quatro vitórias em igual número de jogos, não há o que reclamar da equipe sob o comando de Tite. Nem tudo é perfeito, claro, como, por exemplo, a insistência do técnico com Paulinho, um jogador que está abaixo das necessidades da Seleção, mas, na média, o trabalho de Tite é de alto nível. Cada vez mais, fica evidente que a Seleção teve dois anos jogados fora enquanto Dunga foi seu técnico. Se, antes, a possibilidade da Seleção, pela primeira vez na história, ficar fora de uma Copa do Mundo era considerável, agora não há mais dúvida de que ela estará na Rússia em 2018. O próximo jogo pelas Eliminatórias, em novembro, será contra a Argentina, no Mineirão. Se ganhar, e bem, da maior rival da Seleção, Tite obterá a sua afirmação definitiva. Antes sombrio, o horizonte da Seleção tornou-se risonho.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Perversidade

O Brasil está entregue à perversidade no campo político. Conquistas históricas dos trabalhadores estão prestes a serem dizimadas. Um governo ilegítimo, instaurado a partir de um golpe, assumiu o poder no plano federal. Para agravar a situação, o eleitorado, intoxicado por uma sórdida campanha antipetista, colocou em muitos governos estaduais, e agora em várias prefeituras, figuras comprometidas com o reacionarismo e o neoliberalismo. No governo do Rio Grande do Sul, os salários do funcionalismo público são pagos de forma parcelada. A previdência estadual foi desmontada, empresas estatais serão privatizadas. No entanto, mesmo submetido, desde o início de 2015, às atrocidades do mais inepto e incompetente governador do Estado em todos os tempos, o eleitor segue prestigiando os seus algozes, e levou para o segundo turno do pleito para prefeito de Porto Alegre dois candidatos de direita. O futuro político do país não poderia ser mais sombrio. Um retrocesso enorme se avizinha. O país irá voltar ao estágio social da República Velha. O pior ainda está por vir.

domingo, 9 de outubro de 2016

Classificação heróica

A volta do Juventude ao Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão teve um tom de dramaticidade. Foi um classificação heróica. No Castelao, com um público superior a 63 mil pessoas, o Juventude empatou com o Fortaleza em 1 x 1, e obteve o seu retorno á Série B. Depois de um primeiro tempo em que resistiu a pressão do Fortaleza, para quem só vencer servia, o Juventude abriu o placar logo no início do segundo. O tempo ia correndo em favor do Juventude, até que, aos 22 minutos, o Fortaleza conseguiu o empate. A partir daí, o jogo se tornou um teste para os nervos. Roberson ainda perdeu um gol feito para o Juventude que teria definido a partida. O Fortaleza foi para cima, e Elias, o goleiro do Juventude, tornou-se o herói do jogo, com uma série de grandes defesas. O Rio Grande do Sul, que durante muitos anos ficou sem representantes na Série B, já contou, em 2016, com o Brasil de Pelotas, e, agora, terá, também o Juventude. Sem dúvida, é uma boa notícia para o futebol do Estado.

sábado, 8 de outubro de 2016

O drible virou humilhação

O jogador Duk, da Bolívia, que atingiu Neymar com uma cotovelada na goleada de 4 x 0 que a Seleção Brasileira impôs sobre a sua equipe, na Arena das Dunas, deu uma declaração que é muito esclarecedora quanto ao porquê do futebol dos tempos atuais ser tão menos encantador do que o de épocas anteriores. Duk afirmou que não teve a intenção de atingir Neymar, mas revelou que ele e outros jogadores ficam revoltados com a atitude dele de tentar driblar todos os adversários. No entender de Duk, Neymar faz isso para humilhar seus oponentes. Não são raros os jornalistas que também tecem críticas a jogadores que driblam em "excesso", preferindo a brilhatura técnica em detrimento da objetividade. Esses argumentos são absurdos. O futebol brasileiro sempre encantou o mundo por sua técnica superior, nunca igualada nos demais países. O que seria de Garrincha, se jogasse hoje, diante de tais conceitos? Seus dribles desconcertantes seriam penalizados? Exibir uma condição técnica superior não é humilhar ninguém. O politicamente correto vem causando danos sensíveis para a sociedade. Deixem o futebol fora disso.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Seriedade abalada

O Campeonato Brasileiro se encaminha para o final, de forma emocionante. São várias disputas dentro da mesma competição. Há a busca do título, a da classificação para a Libertadores, que ampliou o número de vagas de quatro para seis, e a fuga do rebaixamento. Com exceção de Santa Cruz e América Mineiro, os dois últimos colocados, cuja queda para a Segunda Divisão parece irreversível, os demais 18 participantes do Brasileirão estão lutando por algum objetivo. Porém, esse quadro estimulante está sendo deslustrado. A seriedade da competição foi abalada pela mudança de local dos jogos América Mineiro x Palmeiras e Santa Cruz x Corinthians. Sem ter mais o que fazer no campeonato, América Mineiro e Santa Cruz aceitaram transferir seus jogos para Londrina e Cuiabá, respectivamente, em troca de compensação financeira. Essa atitude gera desequilíbrio técnico na competição, pois fará com que Palmeiras e Corinthians tenham maioria de torcedores em jogos nos quais, mantidos os locais originais, isso não aconteceria. Os clubes que disputam o título com o Palmeiras, e os que concorrem com o Corinthians por vagas na Libertadores, são prejudicados por essas alterações. O calcanhar de Aquiles do futebol brasileiro continua sendo o fator extracampo. Sem lisura nos aspectos administrativos, nenhuma competição garante a indispensável isonomia entre os participantes.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

O resgate da Seleção Brasileira

Depois de um longo período em que foi tendo a sua imagem desgastada, a Seleção Brasileira está voltando a estabelecer uma conexão com o torcedor. A Seleção goleou a Bolívia por 5 x 0, pelas Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Golear a Bolívia está longe de ser uma façanha, mas, nos últimos anos, esses resultados, antes tão comuns, não estavam acontecendo. O técnico Tite está fazendo o resgate da Seleção Brasileira. A afabilidade de Tite, e os bons resultados em sequência, estão reconquistando o torcedor. A era Dunga, aos poucos vai se tornando, apenas, uma lembrança desagradável.

Alívio temporário

Depois de ter um pênalti contra si aos 35 minutos do segundo tempo, que poderia ter decretado a sua derrota e encaminhar, de forma definitiva o seu rebaixamento, o Inter venceu o Coritiba por 1 x 0, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. O Coritiba desperdiçou a sua cobrança de pênalti. Também num pênalti, aos 42 minutos do segundo tempo, o Inter ganhou o jogo. Pela necessidade do resultado, e pelas circunstâncias em que ele foi obtido, é óbvio que ele produzirá euforia e alívio na sua torcida. Porém, tende a ser um alívio temporário. A atuação do Inter, mais uma vez, foi muito fraca. A tendência é que, ao final da rodada, o Inter volte para a zona de rebaixamento. A situação do Inter continua terrível, e pelo futebol que vem jogando, as perspectivas não são nada animadoras para evitar o rebaixamento.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Resultado raro

Enfim, o Grêmio voltou a vencer fora de casa. Ganhou de 1 x 0 do Vitória, hoje, na Arena Fonte Nova, pelo Campeonato Brasileiro. A última vez que o Grêmio tinha vencido fora de casa havia sido em julho, quando ganhou do Inter, no Beira-Rio. Foi um resultado raro, portanto. O Grêmio subiu dois degraus na tabela, e está a uma posição da zona de classificação para a Libertadores. Assim, o Grêmio amplia suas chances de classificar-se para a Libertadores, pois continua disputando a Copa do Brasil. Não foi uma atuação brilhante do Grêmio, mas a superioridade sobre o Vitória foi clara. O placar foi magro, diante do número de oportunidades criadas, pois, mais uma vez, o Grêmio errou muito nas finalizações. O próximo jogo do Grêmio pelo Brasileirão será na Arena, contra o Atlético Paranaense, que está uma posição acima da sua na tabela. Portanto, o Grêmio tem a chance de uma nova ascensão na tabela na reta final da competição. Tomara que saiba aproveita-la.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

O escancaramento do golpe

A declaração do prefeito eleito de São Paulo, João Doria Júnior, de que irá levar chocolates para o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva em Curitiba, e de que nenhum político do PSDB será preso, é o escancaramento do golpe político que foi perpetrado no Brasil. Doria Júnior sabe que a Operação Lava-Jato é um jogo de cartas marcadas que visa prender Lula para impedir que ele concorra novamente a presidente em 2018. Sabe, também, que nenhum político do PSDB será atingido pela Lava-Jato, pois o juiz Sérgio Moro, ídolo da direita brasileira, está a serviço do partido. Transcorridas as eleições municipais, os artífices do golpe deixam de lado qualquer falso pudor, e o assumem, sem disfarces. A sociedade brasileira, bombardeada por mensagens antipetistas da imprensa conservadora, votou maciçamente na direita nas eleições de domingo. Declarações como a acima referida mostram o quanto a maioria do eleitorado se deixou ludibriar por um grupo político. O arrependimento de muitos não tardará.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

As mudanças na Libertadores

A decisão da Conmebol de conceder sete vagas para o Brasil na Libertadores, ontem anunciada, é mais um passo na descaracterização que essa competição vem sofrendo há alguns anos. Antes uma disputa de acesso restrito, onde só tomavam parte os campeões e vices de cada país ou vencedores de competições seletivas, a Libertadores vem franqueando acesso para clubes de campanhas medianas nos seus campeonatos. Os clubes brasileiros, é claro, irão festejar a medida, mas ela não é boa para o nível da competição. O mesmo já ocorreu com a Champions League. Na verdade, o que há por trás dessas decisões é o interesse financeiro. Privilegia-se a participação dos clubes de maior expressão, sem levar em conta o mérito técnico, que deveria ser preponderante. Reservar vagas para sete clubes brasileiros vulgariza o acesso para a competição, e contribui para diminuir a sua qualidade. A ampliação da disputa da competição, que irá de fevereiro a novembro é uma tentativa de emular a Champions League. Outro item claramente copiado da competição europeia é a ida dos terceiros colocados da fase de grupos da Libertadores para a Copa Sul-Americana, no mesmo ano. Até a decisão em jogo único, com o local escolhido com meses đe antecedência, foi cogitada. As mudanças na Libertadores estão sendo festejadas por muitos, mas elas rebaixam o nível técnico da competição.

domingo, 2 de outubro de 2016

Desatino eleitoral

O Brasil presenciou, hoje, um desatino eleitoral. Nas disputas majoritárias, ou seja, para prefeitos, os eleitores fizeram escolhas incompreensíveis. Em São Paulo, o empresário João Doria Júnior (PSDB) ganhou a eleição no primeiro turno. João Doria é o exemplo típico de um integrante da elite predatória. São Paulo, dessa forma, trocará um prefeito sensível às causas sociais, Fernando Haddad  (PT), por um adepto da demofobia. A mesma insensatez também se verificou em Porto Alegre, onde dois candidatos de direita disputarão o segundo turno, Nélson Marchezan Júnior  (PSDB) e Sebastião Melo (PMDB). A escolha entre um e outro, no entanto, é mais do mesmo, pois seus partidos estão coligados na atual administração, onde Sebastião Melo é vice-prefeito. Sem chegar a ser surpreendente, mas nem por isso menos lamentável, foi a reeleição, no primeiro turno, do prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM). O fato comprova que o carlismo, mesmo tantos anos decorridos da morte do cacique político Antônio Carlos Magalhães, continua muito forte. Em Belo Horizonte, o segundo turno será
disputado entre um candidato evangélico, João Leite (PSDB) e outro de um partido sem expressão, Alexandre Kalil (PHS). No Rio de Janeiro, pelo menos, haverá uma disputa de verdadeiro antagonismo, entre o "bispo" da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella (PRB) e um candidato de esquerda, Marcelo Freixo (PSOL). O Brasil  pós-golpe é politicamente desalentador.

sábado, 1 de outubro de 2016

Estacionado

Era preciso vencer, e o Inter conseguiu. Venceu o Figueirense por 1 x 0, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Porém, na classificação, nada mudou. O Inter permaneceu estacionado no décimo-oitavo lugar na tabela do Brasileirão. A única alteração ocorrida é que sua diferença para o décimo-sétimo colocado caiu de três pontos para um. A situação do Inter continua dramática. Nos dez jogos que faltam até o final da competição, precisa ganhar a metade para poder escapar do rebaixamento. Afora isso, os resultados da rodada, até aqui, lhe foram, na maioria, desfavoráveis. Vitória e Cruzeiro venceram, e se mantiveram distantes do Inter em pontos. Se vencer o Coritiba, quinta-feira, novamente no Beira-Rio, o Inter só sairá da zona de rebaixamento se for beneficiado por uma combinação improvável de resultados paralelos. O Inter voltou a vencer, e isso traz alívio, mas o tamanho da sua dificuldade continua imenso.

Os erros de sempre

Um time previsível. Assim é o Grêmio, pois comete os erros de sempre, a cada jogo.  Não foi diferente, hoje, na derrota para o Cruzeiro, por 1 x 0, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro. O Grêmio começou o jogo melhor, e poderia ter saído na frente no placar, mas Pedro Rocha e Luan perderam grandes oportunidades nos primeiros minutos, o que poderia ter sido decisivo para a definição do resultado. O desenrolar do jogo deixou claro o porquê de o Cruzeiro não fazer uma boa campanha, já que, mesmo jogando em casa,  não conseguia exercer uma pressão maior em campo. O 0 x 0 parecia que seria o resultado final do jogo quando, numa falha da defesa do Grêmio após uma cobrança de escanteio, o Cruzeiro fez o único gol da partida. Por sinal, o gol do Cruzeiro foi consequência do único erro grave da arbitragem no jogo. Henrique, o autor do gol, deveria ter sido expulso, no primeiro tempo, por uma jogada violenta, mas só recebeu o cartão amarelo. Com a derrota, as perspectivas do Grêmio de classificar-se para a Libertadores via Campeonato Brasileiro tornaram-se ainda menores. A tendência é que, quando conquistar os pontos que o livrem de qualquer possibilidade de rebaixamento no Brasileirão, o Grêmio se dedique mais á Copa do Brasil.