quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Sete bilhões de habitantes

Um assunto que vem tomando conta dos noticiários, nos últimos dias, é o fato de que o mundo atingiu a marca de 7 bilhões de habitantes. O número, por si só, é impactante. Como consequência, logo é atrelado à previsões catastrofistas, de um mundo superpovoado, com escassez de alimentos e água. Não é bem assim. Se é verdade que 7 bilhões de habitantes é um dado que impressiona, o número está longe de caracterizar uma superpopulação. Há produção de alimentos em volume suficiente para atender todas essas bocas. A população mundial vem crescendo exponencialmente não por uma procriação irresponsável, mas pelos avanços da ciência que fazem as pessoas viverem cada vez mais e melhor. O que deve nos assustar não é o total de habitantes da Terra, mas a maneira injusta e desigual como essas pessoas se distribuem quanto à qualidade de vida. Sabe-se, por exemplo, que se o padrão de consumo adotado nos Estados Unidos se espalhasse para todos os habitantes do mundo, seriam necessários seis planetas Terra para dar conta da tarefa. Isso mostra qual é o verdadeiro problema: a desigual repartição da renda e das riquezas. A opulência de um lado, e a miséria de outro. A ideia de que a Terra caminha para o caos por ter gente demais é uma visão simplória. Não há que se frear o aumento populacional. O que se tem de fazer é procurar um meio de se alcançar um mundo mais justo, com inclusão social, sem a dicotomia do luxo para poucos e do lixo para os demais. Não temos de nos preocupar com quantos habitantes há no mundo, mas sim em proporcionar a cada um deles, sem exceção, as condições para que tenham uma vida digna.