sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O talento de George Harrison

A revista Rolling Stone lançou uma edição especial com as 500 maiores músicas internacionais de todos os tempos, escolhidas por um júri formado por 162 pessoas, entre artistas, produtores, executivos da indústria fonográfica e jornalistas. Listas como essa carregam, invariavelmente, alguma dose de subjetividade e dão margem a muitas discussões. Em função disso, prefiro pinçar um aspecto em particular. Refiro-me a participação na lista do tantas vezes subestimado George Harrison. São de George duas das 23 músicas dos Beatles incluídas entre as 500, "Something"e "While My Guitar Gently Weeps". Parece pouco? Saiba, então, que em toda a discografia regular dos Beatles, George Harrison teve apenas 22 composiçoes de sua autoria gravadas pelo grupo. Já John Lennon e Paul McCartney incluíam, a cada novo LP, cerca de dez músicas assinadas pela dupla. Outro fato, ainda mais significativo, é o número de músicas da carreira solo incluídas na lista. Cada um dos três entrou com uma. John com "Imagine", Paul com" Maybe Im Amazed," e George com "My Sweet Lord". Como beatlemaníaco assumido, acho importante destacar o talento de George Harrison, muitas vezes subdimensionado. Além de grande guitarrista, George também era um bom compositor, como prova sua participação na referida lista. Aliás, se alguma dúvida restasse sobre a capacidade de George, bastaria lembrar as palavras de Paul McCartney, quando de sua recente vinda ao Brasil. Em entrevista para a revista Veja, analisando os integrantes do mítico grupo ao qual pertenceu, disse que John era o mais durão, que ele, Paul, era o mais criativo e ousado, mas que, como músico, George era o melhor dos Beatles. Vindo de quem veio, um argumento incontestável.

Rivaldo

O jogador Rivaldo, campeão da Copa do Mundo de 2002 pela Seleção Brasileira, está de volta ao Brasil. Rivaldo voltou para, em princípio, acumular a condição de presidente e jogador do Mogi-Mirim, clube do município homônimo do interior de São Paulo. Há poucos dias, Rivaldo reclamou de uma suposta ingratidão do técnico do Palmeiras, Luiz Felipe, o Felipão, seu treinador na Copa de 2002. Ocorre que Rivaldo indicou Felipão para trabalhar no Bunyodkor, do Usbequistão, onde atuava como jogador. No entanto, quando decidiu retornar ao Brasil, Rivaldo não teve sua contratação pelo Palmeiras aprovada por Felipão, daí a sua mágoa. Agora, cogita-se que o São Paulo poderia estar contratando Rivaldo. Deixando de lado qualquer análise subjetiva e olhando apenas o futebol, Felipão está certo. Errado está o São Paulo. Rivaldo foi um grande jogador, mas, aos 38 anos, não mais poderá corresponder às exigências de um clube com as aspirações do São Paulo. A cogitação de sua contratação já demonstra que o clube multicampeão talvez esteja passando por uma crise financeira muito severa, que não lhe permita sonhar com jogadores jovens e caros. A verdade é que o tempo passa para todos, até para os grandes jogadores. Como jogador, Rivaldo já pertence ao passado. Aperceber-se disso, ao invés de cultivar ressentimentos, só iria lhe fazer bem.