sexta-feira, 4 de março de 2011

Carnaval

Mais uma vez, é Carnaval. Um Carnaval em março, o que, sempre que acontece, parece um tanto estranho, pois no seu megasucesso "País Tropical", Jorge Benjor já dizia que "em fevereiro tem Carnaval". Porém, independentemente do período de realização da chamada "festa de momo", ela nos leva a algumas reflexões. Há quem adore o Carnaval, há quem deteste. Eu não me situo em nenhum dos dois grupos. Gosto, simplesmente, sem adorar. O problema que envolve os dias de folia é que, a exemplo do Natal e do Ano Novo, há como que uma imposição para que todos sejam felizes. A mensagem nesse sentido é tão forte que quem não está integrado ao sentimento de euforia geral, sente-se um peixe fora d'água, agravado pelo fato de que, diferentemente das outras duas datas citadas, o Carnaval implica num superferiadão de quatro dias de duração. Dessa forma, quem não participar dos festejos, por não poder ou não gostar, e, também, não puder viajar, sente-se um desvalido, entregue ao tédio e a melancolia. Entre tantos problemas que apresenta a sociedade, sempre tão doente e confusa, está o de  tentar estabelecer uma felicidade geral, por decreto, vinculada a datas ou festividades. Ninguém pode ser feliz porque lhe ordenam que assim seja, em um determinado período. A felicidade é uma conquista, não pode surgir a um apertar de botão. A vida é um processo contínuo e não obedece a um controle remoto em que se possa determinar quando e onde iremos alcançar a felicidade. Por nos negarmos a reconhecer tal evidência é que, a cada nova data festiva, a cada novo feriadão, o que mais se encontra é, simplesmente, muita frustração.