quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Os vetos de Dilma

A presidente Dilma Rousseff vetou nove artigos do novo Código Florestal Brasileiro, aprovado pelo Congresso Nacional. Não cabe, aqui, citar em detalhes os vetos de Dilma, pois tornaria o texto muito extenso e pormenorizado. O que deve ser destacado é que, com sua atitude, a presidente atingiu diretamente os interesses de médios e grandes proprietários rurais, que eram flagrantemente beneficiados pelo novo código. A proposta original do código, aliás, foi reabilitada pelos vetos de Dilma, já que havia sido modificada durante sua tramitação no Congresso Nacional, favorecendo os médios e grandes proprietários e comprometendo a preservação ambiental. Por medidas como essa é que Dilma, a exemplo de seu antecessor e padrinho político, Luís Inácio Lula da Silva, obtém índices altíssimos de popularidade e de aprovação ao seu governo. Erros e malfeitos ocorrem em todos os governos, e no de Dilma isso também acontece. O que concede credibilidade a um governante é a coerência entre o discurso e a prática e a fidelidade aos seus princípios. Com seus vetos, Dilma mostra-se alinhada com sua trajetória histórica de esquerda. A bancada ruralista, é claro, já reclamou contra a decisão de Dilma. O vice-líder do DEM na Câmara dos Deputados, Ronaldo Caiado (GO), disse que a presidente está querendo legislar por decreto e quer que seus vetos sejam julgados pelo Congresso. Isso, no entanto, não deverá acontecer. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) declarou que não há espaço na pauta para o julgamento dos vetos, e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que o Código Florestal Brasileiro é uma página virada. Por essas e por outras é que a direita brasileira, apoiada pela imprensa conservadora, ataca frontalmente o governo. Afinal, é a primeira vez na história do país que seus interesses estão sendo contrariados.