quinta-feira, 23 de abril de 2015

Terceirização

A aprovação, pela Câmara dos Deputados, da PEC que autoriza a terceirização da mão-de-obra até para a atividade principal de uma empresa, é um golpe mortal na classe trabalhadora. A proposta ainda tem de ser votada pelo Senado, mas a sua aprovação parcial já é um acinte contra os trabalhadores. Esse é mais um capítulo da história de terror que o Brasil vive desde a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para presidente da Câmara dos Deputados. Reacionário, e com suas campanhas financiadas por grandes empresas, Cunha age de acordo com os interesses de seus padrinhos, pouco se importando com o povo. A grande imprensa, é claro, não esconde sua simpatia pelo avanço da terceirização, mas ela representa um retrocesso inaceitável nas relações trabalhistas. A presidente Dilma Rousseff, acuada pela crise política que envolve seu governo, terá de, ainda assim, reagir a esse descalabro. Afinal, ela prometeu não mexer nos direitos trabalhistas. Seja qual for o custo político, Dilma terá de vetar o projeto quando ele chegar às suas mãos. Os arranjos e alianças feitos em nome da governabilidade não podem levar um governo do PT a retirar direitos dos trabalhadores. Será uma prova de fogo para a presidente Dilma, mas ela terá de ter a coragem necessária para enfrentar a oposição e tomar a atitude de vetar a PEC. Não há outra saída aceitável.