segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Polêmica oportunista

A fala do jogador Júlio Baptista, do Cruzeiro, dirigida a Cris, do Vasco, que foi captada pelas câmeras de transmissão da partida, no sábado, geraram uma enorme polêmica no futebol brasileiro. A leitura labial do que disse Júlio Baptista foi "Faz logo outro gol...", o que, para alguns permanentes paranóicos significa a evidência de que o Cruzeiro entregou o jogo para o Vasco. A explicação de Júlio Baptista, que admitiu ter mesmo dito a frase, foi de que era uma resposta a um pedido de Cris para que o Cruzeiro "aliviasse" o jogo, já que nada mais aspira no Campeonato Brasileiro, por ter ganho o título antecipadamente, enquanto o Vasco sofre grande risco de rebaixamento. A argumentação do jogador do Cruzeiro me parece absolutamente coerente e expressa o que deve, verdadeiramente ter acontecido. Por absoluta leviandade ou por sensacionalismo, vários profissionais dos meios de comunicação difundiram a ideia de que o Brasileirão estava manchado por um jogo "amolecido". Um dos que sustentam essa impressão é o ex-jogador, e atualmente comentarista, Roger Flores, cuja conduta, ao tempo em que desfilava pelos gramados, em nada o autoriza a manter uma postura de paladino da ética. Aqui no Rio Grande do Sul, defensores apaixonados das competições com formulismos e "mata-mata", aproveitaram para dizer que o problema está na fórmula de pontos corridos, por favorecer a ocorrência de resultados arranjados. O que esses eternos farejadores de golpes não explicam é porque, nessa mesma fórmula, clubes como o próprio Vasco e o Corinthians já foram rebaixados. O que se está vendo no momento é a eclosão de uma polêmica oportunista e carregada de leviandade. Inimigos dos pontos corridos e clubes que disputam com o Vasco a fuga da zona de rebaixamento estão se aproveitando do episódio para favorecer seus interesses. A explicação de Júlio Baptista é plenamente convincente. Pensar o contrário é procurar pelo em ovo.