terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Premiações justas

Na noite de domingo, aconteceu pela, 87ª , vez a cerimônia de entrega do Oscar, o mais importante prêmio do cinema mundial. Todos os anos, não faltam os que criticam a dinâmica da cerimônia, ou que a qualifiquem de chata e sem graça, mas o fato é que ela é assistida em mais de 100 países em todo o mundo, o que comprova que seu fascínio e glamour continuam intactos. Os filmes que receberam o maior número de indicações para os prêmios caracterizaram-se pela boa qualidade. Até por isso, não houve uma concentração de Oscars num único filme, e as premiações foram justas, distribuindo-se entre os vários indicados. A única escolha que, longe de ser injusta, poderia ser questionada, é a de Melhor Ator para Eddie Redmayne, por "A Teoria de Tudo". Redmayne teve uma atuação excepcional, mas Michael Keaton, que concorria na mesma categoria, não ficou atrás com seu desempenho em "Birdman", que foi escolhido como Melhor Filme e ainda arrebatou o prêmio de diretor para o mexicano Alejandro González Iñarritu. As demais escolhas foram dentro do esperado. Julianne Moore, como era cogitado, venceu como Melhor Atriz por  "Simplesmente Alice". Lamentavelmente, o filme só entrará em circuito no Brasil no dia 12 de março. O trabalho brilhante de J.K. Simmons em "Whiplash" fazia dele o favorito absoluto para o prêmio de Ator Coadjuvante, o que, afinal, se confirmou. Patrícia Arquette também correspondeu às expectativas, vencendo na categoria Atriz Coadjuvante. "O Grande Hotel Budapeste", um filme de composição esmerada, ganhou os prêmios de Maquiagem e Cabelo, Trilha Sonora e Design de Produção. "Selma", tido por muitos como um filme injustiçado no número de categorias para as quais foi indicado, ganhou o prêmio de Melhor Canção, com a comovente "Glory", cuja interpretação, feita por John Legend e Common, arrancou lágrimas da plateia. Por outro lado, "Sniper Americano" recebeu apenas o prêmio de Edição de Som, uma categoria técnica, mostrando que nem os americanos levaram a sério a patriotada dirigida por Clint Eastwood. Num ano de bons filmes, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood soube, na quase totalidade dos casos, distribuir os prêmios de acordo com os méritos de cada um.