quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Os 25 anos de um disco notável

Em 2012 completam-se 25 anos do lançamento de "Cloud Nine", o último disco solo de George Harrison. Nos cinco anos anteriores, desde 1982 com "Gonne Troppo", George ficara sem gravar. Nos 14 anos que se seguiram, de "Cloud Nine" até sua morte, em 2001, George colocou no mercado uma coletânea, um álbum duplo gravado ao vivo no Japão, seu primeiro show desde 1974, e dois discos com o "Travelling Wilburys", grupo de astros da música que contava, também, com Bob Dylan, Roy Orbison, Jeff Lyne e Tom Petty. Orbison, por sinal, faleceu antes da gravação do segundo disco do grupo. Afora isso, Harrison, nesse longo período, fez participações em gravações de amigos e dedicou-se à sua produtora de filmes, a Handmade. O jubileu de prata de "Cloud Nine", no entanto, não vale ser destacado apenas por esses aspectos históricos. Sua qualidade é excelente, pouco abaixo, se é que está, do álbum triplo "All Things Must Pass", de 1970, a obra-prima da carreira solo de George. Ainda me recordo da sensação de quando adquiri "Cloud Nine", em vinil. A cada música que ouvia, mais encantado eu ficava. George, depois de um período de baixa na carreira, com trabalhos de qualidade irregular, voltava ao melhor da sua forma. A imprensa cobria o lançamento de elogios. Era o ressurgimento exuberante de um astro que permanecera sem gravar por cinco anos. "Cloud Nine" é para se ouvir sem pular faixas. Somado à excelência das composições, contou com a participação de músicos de primeiro nível. Nas guitarras, junto com George, Eric Clapton e Jeff Lyne. Na bateria, Ringo Starr e Jim Keltner. No piano, Elton John e Gary Wright. Na percussão, Ray Cooper. Um disco primoroso. Curiosamente, o grande sucesso do disco foi um cover, "Got My Mind Send On You", música composta por Rudy Clark. Com o disco, George voltou aos primeiros lugares das paradas de singles e de álbuns, depois de muitos anos. Tinha tudo para ser um retorno triunfal para uma série de lançamentos de grande êxito comercial, mas George não parecia pensar assim e praticamente encerrou sua carreira discográfica com "Cloud Nine". Talvez, por que tivesse provado, para quem duvidasse, de que podia fazer, novamente, um disco tão bom quanto os primeiros de sua carreira solo. Seja como for, quem não conhece "Cloud Nine" deveria ouvi-lo. Por certo, não irá se arrepender.