terça-feira, 4 de novembro de 2014

A declaração de um canalha

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, mais uma vez, botou suas garras de fora. Mendes é uma das mais deploráveis figuras que já passaram pelo Supremo, talvez a pior de todas. Defende os interesses dos poderosos, dos grandes grupos econômicos. O banqueiro Daniel Dantas, por exemplo, foi protegido por ele de sofrer qualquer sanção por seus crimes de colarinho branco. Foi Mendes, também, quem extinguiu a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, uma antiga aspiração dos grandes grupos de comunicação do país. Na ocasião, comparou o ofício de jornalista com o de cozinheiro. Agora, Mendes vem a público dizer do seu temor de que o Supremo se transforme numa corte "bolivariana", já que a presidente Dilma Rousseff deverá nomear mais seis integrantes do tribunal. Por sinal, Mendes é o único ministro da atual composição do Supremo Tribunal Federal que foi indicado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Suas decisões e declarações demonstram, claramente, sua falta de isenção, seu comprometimento ideológico. A declaração sobre o temor em relação à composição do Supremo é típica de um canalha. Os ministros do Supremo tem de possuir reputação ilibada e notável saber jurídico. Pelo menos, deveria ser assim. Gilmar Mendes talvez tenha um considerável conhecimento jurídico, mas, certamente, não tem uma reputação ilibada.