terça-feira, 26 de novembro de 2013

Renovação inusitada

A renovação de contrato do técnico Gílson Kleina com o Palmeiras é mais uma demonstração de que o futebol brasileiro se encaminha, aos poucos, para adotar posturas mais racionais e menos irresponsáveis quanto aos gastos praticados pelos clubes, o que se insere dentro da ideia de mudanças estruturais proposta pelo movimento Bom Senso F.C. Kleina aceitou reduzir seu salário de R$ 300 mil para R$ 200 mil. O contrato prevê, no entanto, um sistema de bonificação que poderá fazer com que essa quantia possa até dobrar. No caso de uma eventual demissão, Kleina receberá o equivalente a dois meses de salário, exceto se, nesse período acertar-se com outro clube. Como se vê, é um avanço em relação aos contratos que vem sendo praticados pelos grandes clubes nos últimos anos. Em geral, os maiores clubes brasileiros pagam salários exorbitantes para seus técnicos, com cláusulas rescisórias milionárias. Dessa forma, se o técnico é demitido muito antes do término do contrato, o clube segue passando seu salário, que se soma ao do novo treinador, gerando uma espiral de gastos. Isso, somado aos gastos igualmente altos com o grupo de jogadores, faz com que os grandes clubes tenham enormes dívidas, apesar de não arrecadarem pouco. Ao contrário do que muitas vezes dão a entender, os maiores clubes brasileiros ganham muito dinheiro. A televisão, com o que paga pelos direitos de transmissão das competições, por exemplo, é uma grande fonte de recursos. A permanente crise financeira dos clubes não se dá pela falta de recursos, mas pela má administração dos mesmos. O novo contrato entre o Palmeiras e Gílson Kleina é um indicativo do que pode ser uma nova tendência no futebol brasileiro, com salários menores, mas com metas de produtividade que poderão gerar ganhos adicionais. Tomara que isso se confirme, e que o futebol brasileiro tenha, daqui por diante, uma administração mais responsável, preservando as finanças dos clubes, quase sempre combalidas.