terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Presidente boquirroto

Há um ditado que expressa que o peixe morre pela boca. Ele parece se encaixar com perfeição no novo presidente do Inter, Vitório Píffero, eleito no sábado. Píffero baseou sua campanha na promessa de grandes contratações. Em relação ao técnico, Píffero, desde o início, fixou-se no nome de Tite. Logo após o anúncio de sua vitória nas urnas, chegou a dizer que fora o único técnico com que mantivera contato. Anteriormente, numa entrevista concedida dois dias antes da eleição, Píffero fez severas críticas ao trabalho de Abel Braga em 2014, e declarou que embora considere Mano Menezes um bom técnico não o acha adequado para esse momento do Inter. Mais tarde, também afastou a hipótese de contratar Celso Roth. Ontem, começaram as complicações para Píffero. Tite, o técnico dos seus sonhos, foi contratado pelo Corinthians. Antes do acerto de Tite com o clube paulista, ocorrido á noite, Abel, no início da tarde, em entrevista para a Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, afirmou que não ficaria no Inter. Numa última busca de um  técnico de renome, o Inter, hoje, tentou o nome de Vanderlei Luxemburgo, que recusou. À tarde, ao apresentar o vice-presidente de futebol, Luís Fernando Costa, Píffero tentou minimizar os efeitos das notícias negativas. Disse que Tite já estava acertado com o Corinthians há cerca de 20 dias, de que não tentara a contratação de Luxemburgo, e que o atual técnico do Flamengo é que, em diversas oportunidades, teria lhe revelado o desejo de treinar o Inter. Afora isso, admitiu recuar nos vetos aos nomes de Mano Menezes e Celso Roth e deixou circular a hipótese de uma reaproximação com Abel. Vitório Píffero é um dirigente bem sucedido, mas sempre foi dado a falar demais. O Inter já está pagando o preço por ter um presidente boquirroto. Píffero prometeu muito, e, mesmo antes de tomar posse oficialmente, seus planos não estão se concretizando. Faltando dois meses para começar a disputa de mais uma Libertadores, o Inter sequer tem o seu técnico definido. O trocadilho, nessa hora, é inevitável. O começo de administração do presidente do Inter está sendo pífio.