sábado, 4 de novembro de 2017

Polarização ideológica

Ainda faltam 11 meses para a eleição presidencial, e, portanto, qualquer previsão sobre o seu resultado é muito prematura. Porém, chamam a atenção as pesquisas de intenção de voto que apresentam o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e o deputado federal Jair Bolsonaro como os preferidos do eleitorado. Esse quadro revela uma polarização ideológica, e a ausência de um nome "moderado" com capacidade de seduzir o eleitor. A batalha entre "petralhas" e "coxinhas" ainda persiste. Nenhum dos demais pré-candidatos a presidente parece ter capacidade de atrair eleitores ao ponto de se tornar uma terceira alternativa. O país seguirá dividido entre dois pólos ideológicos, o que poderá levar a uma campanha eleitoral extremamente tensa, e a um resultado que não seja devidamente assimilado pela parte perdedora. Estamos quase em 2018, mas, politicamente, 2016 ainda não acabou. Por outro lado, os dois nomes mais destacados nas intenções de voto não estão equilibrados na preferência dos eleitores. Os índices de Lula representam quase o dobro dos de Bolsonaro. Não se sabe, no entanto, se o ex-presidente poderá concorrer, ou se será preso antes da eleição. Um pleito sem que o candidato favorito possa participar tende a criar uma situação explosiva em termos de tensão social. O Brasil segue em plena tempestade, sem que se vislumbre a perspectiva de uma bonança.