terça-feira, 28 de agosto de 2012

O futebol virou comércio

O futebol profissionalizou-se há muito tempo. No Brasil, isso se deu em 1933, ou seja, há 79 anos. Ainda assim, em outras épocas, não havia se transformado no negócio bilionário que o caracteriza atualmente. Jogadores e seus empresários ganham verdadeiras fortunas com as transações de um clube para outro. O futebol tornou-se um negócio tão bom e vantajoso que futuros craques são procurados com avidez por empresários, ansiosos por faturarem altas somas representando-os e transacionando-os. Isso acabou se refletindo, até mesmo, no calendário de competições. Novos torneios e campeonatos Sub-15, Sub-17 e Sub-20 surgem a cada dia. Agora, por exemplo, a CBF anunciou a criação da Copa do Brasil Sub-20, que será classificatória para a Libertadores Sub-20, competição que já teve duas edições sem que, praticamente, ninguém soubesse. Não é de se estranhar. Essas competições, tanto as de clubes como as de seleções, não visam levar pessoas aos estádios, nem atrair telespectadores. Seu intuito, ainda que não confessado por seus promotores, é servir de chamariz para os empresários, facilitando sua tarefa de prospectar novos talentos que possam render muito dinheiro. Os jogadores, como se fossem gado numa exposição, mostram o seu futebol para olhos gananciosos. Os jovens jogadores, antes mesmo de fazerem história nos clubes que os revelaram, já são negociados para o exterior, garantindo sua independência financeira e proporcionando polpudas comissões para seus procuradores e representantes. Nesse comércio milionário, em que tantos ganham, só o torcedor é que perde. Afinal, os craques que poderiam lhe encantar a cada jogo, cedo saem em busca de um salário com muitos zeros à direita. O futebol, a cada dia, vai deixando de ser um esporte, e se transformando, apenas, em mais uma forma de fazer a fortuna de uns poucos à custa da paixão de muitos.