quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Tragédia climática

O Rio Grande do Sul vive momentos de caos, e teve decretado o estado de calamidade pública. A maior tragédia climática da história do estado, com transbordamento de rios devido aos altos volumes de chuva, produzidos por ciclones, já tem 36 mortos confirmados, mas o número deverá se elevar muito mais. Municípios como Mussum e Roca Sales, no Vale do Taquari, foram praticamente destruídos. Porém, não se está diante de uma fatalidade. Os desastres climáticos têm sido constantes, no mundo todo. Sabidamente, isso é reflexo do descaso para com o aquecimento global, resultado da emissão desenfreada de gás carbônico na atmosfera durante décadas. O negacionismo dos grupos de direita, que tratam o aquecimento global e outros danos climâticos como delírios da esquerda, só faz agravar a situação. A Europa teve o mês de agosto mais quente da história. Cidades a beira-mar poderão, num futuro não tão distante, serem tragadas pelas águas. Os verões estão cada vez mais tórridos, os invernos nunca foram tão gélidos. A natureza responde às agressões sofridas em nome de uma concepção irracional de progresso. Tragédias climáticas, antes esporádicas, agora são sistemáticas, em todas as partes do mundo. Não é mais tolerável ignorar as evidências de que tudo é consequência da ação irresponsável dos que só pensam em ganhos financeiros, sacrificando o equilíbrio da natureza. Não se trata de uma disputa ideológica, mas de preservar o meio ambiente para salvar a espécie humana.