terça-feira, 1 de setembro de 2015

O ocaso dos grandes técnicos

A demissão do técnico do Cruzeiro, Vanderlei Luxemburgo, ontem ocorrida, é mais uma evidência de que os grandes nomes da profissão no Brasil enfrentam um processo de acentuada decadência. Até pouco tempo atrás, Luxemburgo compunha, junto com Felipão e Muricy Ramalho, o trio dos maiores técnicos do futebol brasileiro. Luxemburgo ainda detém o maior número de títulos do Campeonato Brasileiro, num total de cinco. Felipão, entre tantas conquistas que obteve, ostenta a glória de ter sido campeão de uma Copa do Mundo. Muricy, entre outros feitos, ganhou três edições do Brasileirão de forma consecutiva. Porém, o tempo passa para todos, e, agora, eles vivem o seu ocaso. Felipão, depois da conquista da Copa das Confederações, disputa na qual o empenho dos participantes não é dos mais intensos, afundou na Copa do Mundo de 2014 com a goleada de 7 x 1 sofrida pela Seleção Brasileira diante da Alemanha. Dois anos antes, no Palmeiras, embora tivesse sido campeão da Copa do Brasil, pediu demissão para evitar ficar marcado pelo rebaixamento do clube para a Segunda Divisão, o que acabou acontecendo quando Gílson Kleina já estava em seu lugar. Seu último trabalho, no Grêmio, foi muito ruim. Agora, foi para a China, onde o baixo nivel técnico do futebol local e a alta remuneração que recebe lhe permitirão esticar uma carreira que parecia condenada ao encerramento. Muricy, cujo rendimento já vinha caindo, teve de parar temporariamente de trabalhar, esse ano, por problemas de saúde. Pretende voltar em 2016, mas não se sabe se conseguirá retomar o nível anterior de seu desempenho, nem se sua saúde lhe permitirá trabalhar plenamente. Luxemburgo já está há mais de dez anos sem realizar um grande trabalho. Seu retrospecto mais próximo tem sido muito ruim. Suas recentes passagens por Grêmio, Fluminense e Flamengo não foram boas, e, no Cruzeiro, sua trajetória foi desastrosa. Provavelmente, depois de tantos insucessos seguidos, permanecerá um bom tempo fora do mercado. As carreiras, mesmo as mais bem sucedidas, obedecem a um ciclo, composto de ascensão, apogeu, e decadência. Com os grandes técnicos de futebol não é diferente.