sábado, 30 de novembro de 2013

Pelada

O Inter empatou com o Corinthians em 0 x 0, hoje, no Pacaembu, pelo Campeonato Brasileiro. Poucas vezes o resultado de um jogo foi tão previsível. O Corinthians tem enorme dificuldades para marcar gols, e está totalmente desmotivado, por não aspirar mais nada no Brasileirão. Nem mesmo a despedida do técnico Tite em jogos do Corinthians como mandante, que levou 35 mil pessoas ao estádio, foi capaz de tornar o time menos letárgico. Para o Inter, o empate interessava, pois era o ponto que faltava para afastar de vez a hipótese, que já era remota, de rebaixamento. A consequência foi uma partida fraquíssima, uma autêntica pelada, em que os dois times poderiam ficar jogando durante dias que, ainda assim, não marcariam gols. Nem mesmo o fato de ter ficado com um jogador a mais em campo desde os oito minutos do segundo tempo, quando Williams foi expulso, fez o Corinthians crescer em campo. O futebol praticado pelos dois times foi horroroso, incompatível com a tradição dos dois clubes, mas que espelha fielmente o que foram as suas campanhas na competição.. Em resumo, um jogo para ser esquecido.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A seleção do campeonato

A CBF divulgou, hoje, a seleção dos melhores do Campeonato Brasileiro de 2013. Os escolhidos foram Fábio (Cruzeiro), Marcos Rocha (Atlético Mineiro), Dedé (Cruzeiro), Manoel (Atlético Paranaense) e Alex Telles (Grêmio); Nílton (Cruzeiro), Elias (Flamengo), Éverton Ribeiro (Cruzeiro) e Paulo Baier (Atlético Paranaense); Wálter (Goiás) e Éderson (Atlético Paranaense). O craque do campeonato foi Éverton Ribeiro. O jogador revelação foi Marcelo (Atlético Paranaense). O melhor técnico, Marcelo Oliveira (Cruzeiro). A seleção escolhida deixa claro o baixo nível técnico do campeonato e do futebol brasileiro. Com exceção de Fábio, que inexplicavelmente nunca é convocado, Marcos Rocha, que já foi lembrado algumas vezes, e de Dedé, que segue nos planos de Felipão, os demais jogadores não são de nível de Seleção Brasileira. Manoel vem destacando-se há algum tempo pelo Atlético Paranaense, mas não se tem certeza sobre o que poderia fazer num grande clube, Alex Telles ainda é, apenas, uma promessa. Nílton, Elias e Evérton Ribeiro brilharam, mas não são foras de série. Paulo Baier, que só teve grande rendimento em clubes médios, já tem 39 anos. Wálter, de grande talento, vive uma eterna briga com a balança. Éderson foi o goleador do Brasileirão, mas é um jogador tecnicamente modesto. A revelação do campeonato, Marcelo, é outro que ainda terá de confirmar se é ou não um grande jogador. O futebol brasileiro, infelizmente, está nivelado por baixo. Há muita paridade entre os times, mas pela ausência de grandes valores, e não pela sua presença em número significativo, como seria desejável. O equilíbrio entre os disputantes até proporciona emoção, como no caso da luta pela classificação para a Libertadores, ainda não totalmente definida, mas tecnicamente os jogos são pobres. Os grandes clubes brasileiros gastam muito dinheiro para formar seus times, mas o que se vê em campo não justifica esse dispêndio. Resta torcer para que a inesgotável fábrica de talentos do futebol brasileiro possa nos brindar, brevemente, com novos craques capazes de alterar esse quadro.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Nílton Santos

O Brasil perdeu, hoje, um dos seus maiores jogadores de futebol de todos os tempos: Nílton Santos. Escolhido pela Fifa, no final do século passado, como o melhor lateral esquerdo da história do futebol mundial, Nílton Santos foi convocado pela Seleção Brasileira para as Copas do Mundo de 1950, 1954, 1958 e 1962, sendo campeão nas duas últimas. Em 16 anos de carreira, só vestiu duas camisas, a do Botafogo e a da Seleção Brasileira. Na Copa do Mundo de 1962, foi titular e campeão com 37 anos de idade. Nílton Santos não enriqueceu com o futebol. Após parar de jogar, teve algumas experiências como técnico, sem maior repercussão. Nessa atividade, aliás, por um breve período, treinou o São Paulo, de Rio Grande (RS). Craque dentro de campo, Nílton Santos foi também um grande ser humano. Há alguns anos, sofria do Mal de Alzheimer. Faleceu aos 88 anos, de infecção pulmonar. Mais um campeão do mundo que se vai, e que deixa uma imensa saudade.

Resultados lógicos

Os jogos de hoje Flamengo x Atlético Paranaense e Ponte Preta x São Paulo confirmaram a expectativa encaminhada pelas primeiras partidas. Com o empate em 1 x 1, no Durival Brito, o Flamengo levou uma grande vantagem para o Maracanã. Um simples empate me 0 x 0 daria o título da Copa do Brasil para o Flamengo. Esse foi o resultado que persistiu durante quase todo o jogo, mas com um gol no final da partida, e outro nos acréscimos, o Flamengo ganhou por 2 x 0 e não deixou dúvidas sobre a legitimidade da sua conquista. Esse é o terceiro título da Copa do Brasil ganho pelo Flamengo em cinco decisões que disputou da competição. Para o Atlético Paranaense pesou o fato de não ter vencido o jogo que disputou como mandante, e a postura na partida de hoje, quando precisava marcar gols mas mostrou pouca ousadia. No outro jogo da noite, a Ponte Preta empatou em 1 x 1 com o São Paulo, pelas semifinais da Copa Sul-Americana. Como havia vencido no Morumbi, por 3 x 1, a Ponte Preta estava com a classificação quase garantida, e apenas confirmou essa tendência no estádio Romildão, em Mogi-Mirim (SP). Sem jamais ter ganho um título em sua história, a Ponte Preta conseguiu a façanha de classificar-se para a decisão de sua primeira competição internacional. A Ponte Preta, no entanto, terá a torcida contra dos clubes que buscam classificação para a Libertadores pelo Campeonato Brasileiro. Afinal, se a Ponte Preta ganhar a Copa Sul-Americana, o Brasileirão classificará apenas três clubes para a Libertadores. Se ela for derrotada, serão quatros os clubes classificados.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Renovação inusitada

A renovação de contrato do técnico Gílson Kleina com o Palmeiras é mais uma demonstração de que o futebol brasileiro se encaminha, aos poucos, para adotar posturas mais racionais e menos irresponsáveis quanto aos gastos praticados pelos clubes, o que se insere dentro da ideia de mudanças estruturais proposta pelo movimento Bom Senso F.C. Kleina aceitou reduzir seu salário de R$ 300 mil para R$ 200 mil. O contrato prevê, no entanto, um sistema de bonificação que poderá fazer com que essa quantia possa até dobrar. No caso de uma eventual demissão, Kleina receberá o equivalente a dois meses de salário, exceto se, nesse período acertar-se com outro clube. Como se vê, é um avanço em relação aos contratos que vem sendo praticados pelos grandes clubes nos últimos anos. Em geral, os maiores clubes brasileiros pagam salários exorbitantes para seus técnicos, com cláusulas rescisórias milionárias. Dessa forma, se o técnico é demitido muito antes do término do contrato, o clube segue passando seu salário, que se soma ao do novo treinador, gerando uma espiral de gastos. Isso, somado aos gastos igualmente altos com o grupo de jogadores, faz com que os grandes clubes tenham enormes dívidas, apesar de não arrecadarem pouco. Ao contrário do que muitas vezes dão a entender, os maiores clubes brasileiros ganham muito dinheiro. A televisão, com o que paga pelos direitos de transmissão das competições, por exemplo, é uma grande fonte de recursos. A permanente crise financeira dos clubes não se dá pela falta de recursos, mas pela má administração dos mesmos. O novo contrato entre o Palmeiras e Gílson Kleina é um indicativo do que pode ser uma nova tendência no futebol brasileiro, com salários menores, mas com metas de produtividade que poderão gerar ganhos adicionais. Tomara que isso se confirme, e que o futebol brasileiro tenha, daqui por diante, uma administração mais responsável, preservando as finanças dos clubes, quase sempre combalidas.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Polêmica oportunista

A fala do jogador Júlio Baptista, do Cruzeiro, dirigida a Cris, do Vasco, que foi captada pelas câmeras de transmissão da partida, no sábado, geraram uma enorme polêmica no futebol brasileiro. A leitura labial do que disse Júlio Baptista foi "Faz logo outro gol...", o que, para alguns permanentes paranóicos significa a evidência de que o Cruzeiro entregou o jogo para o Vasco. A explicação de Júlio Baptista, que admitiu ter mesmo dito a frase, foi de que era uma resposta a um pedido de Cris para que o Cruzeiro "aliviasse" o jogo, já que nada mais aspira no Campeonato Brasileiro, por ter ganho o título antecipadamente, enquanto o Vasco sofre grande risco de rebaixamento. A argumentação do jogador do Cruzeiro me parece absolutamente coerente e expressa o que deve, verdadeiramente ter acontecido. Por absoluta leviandade ou por sensacionalismo, vários profissionais dos meios de comunicação difundiram a ideia de que o Brasileirão estava manchado por um jogo "amolecido". Um dos que sustentam essa impressão é o ex-jogador, e atualmente comentarista, Roger Flores, cuja conduta, ao tempo em que desfilava pelos gramados, em nada o autoriza a manter uma postura de paladino da ética. Aqui no Rio Grande do Sul, defensores apaixonados das competições com formulismos e "mata-mata", aproveitaram para dizer que o problema está na fórmula de pontos corridos, por favorecer a ocorrência de resultados arranjados. O que esses eternos farejadores de golpes não explicam é porque, nessa mesma fórmula, clubes como o próprio Vasco e o Corinthians já foram rebaixados. O que se está vendo no momento é a eclosão de uma polêmica oportunista e carregada de leviandade. Inimigos dos pontos corridos e clubes que disputam com o Vasco a fuga da zona de rebaixamento estão se aproveitando do episódio para favorecer seus interesses. A explicação de Júlio Baptista é plenamente convincente. Pensar o contrário é procurar pelo em ovo.

domingo, 24 de novembro de 2013

Decepcionante

O Inter empatou em 0 x 0 com o Coritiba, hoje, no Francisco Stédile, pelo Campeonato Brasileiro. Mesmo com  toda a tentativa de mobilização feita pela diretoria do clube, barateando o preço dos ingressos, convocando a ajuda do torcedor, e com a volta de jogadores importantes como Juan e Leandro Damião, o Inter voltou a ter uma atuação decepcionante e só não deverá terminar o Brasileirão na condição de rebaixado porque o entredevoramento dos outros clubes que estão na parte de baixo da tabela tende a favorecê-lo. A reclamação de Williams, após a partida, de que o técnico do Inter, Clemer, tem jogadores no banco e não faz modificações, deixa evidente de que as causas dos insucessos em campo continuam as mesmas, independente de quem esteja no cargo. O presidente do Inter, Giovanni Luigi, está há três anos no posto. Nesse período, o clube se caracterizou pela alta rotatividade de técnicos, e por um vestiário indomável. Fala-se que Abel será o próximo técnico do Inter. Por ter conquistado o maior título da história do Inter, o de campeão mundial, Abel chegará, caso sua contratação se confirme, com enorme força e cartaz. Resta saber se isso será suficiente para controlar o vestiário.

Frustrante

O Grêmio empatou em 1 x 1 com a Ponte Preta, hoje à tarde, no Moisés Lucarelli, pelo Campeonato Brasileiro. O resultado, combinado com a goleada do Atlético Paranaense sobre o Náutico por 6 x 1, fez o Grêmio cair para o terceiro lugar na tabela de classificação. Mais uma vez, o torcedor do Grêmio se viu tomado pela frustração. Dessa vez, o Grêmio teve até mais volume de jogo, criou chances em bom número, mas, como sempre, teve enorme dificuldade para marcar gols. O técnico do Grêmio, Renato, escalou o time com três atacantes, aproveitando a volta de Vargas, que estava jogando pelo Chile. Foi de Vargas, inclusive, o único gol do Grêmio. Porém, os outros dois homens de frente, Kléber e Barcos, repetiram pela enésima vez o mau futebol e a ausência de gols. Nem mesmo o fato de ter jogado fora de casa serve como atenuante para o Grêmio. A Ponte Preta já entrou em campo virtualmente rebaixada, poupou alguns titulares, e o estádio não recebeu um grande público. Sabedor de que não poderia deixar Máxi Rodriguez fora do jogo, e de que tinha que retirar um dos outros três estrangeiros do grupo para incluí-lo entre os relacionados para a partida, Renato sacrificou Riveros. Tudo para não tirar Barcos, escolha óbvia da maioria da torcida e da imprensa. Barcos, embora tenha se esforçado, teve uma atuação calamitosa, abaixo da crítica, errou praticamente todas as jogadas. Kléber, um atacante que não marca gols desde setembro, foi, novamente, uma nulidade, e ainda ficou irritado ao ser substituído! Máxi Rodriguez entrou no segundo tempo e, talvez sentindo o peso de ser visto como um salvador da pátria, não chegou a brilhar. A sorte do Grêmio é que, nessa rodada, o Goiás perdeu e o Botafogo apenas empatou. No entanto, se antes o Grêmio dependia apenas de si para manter-se em segundo lugar no Brasileirão, posição que dá classificação direta para a Libertadores, agora não é mais assim. Como tem o mesmo número de pontos e de vitórias que o Atlético Paranaense, mas saldo de gols muito inferior, terá de torcer para que ele tropece. Poucas vezes um jogo esteve tão fácil de ser vencido como o de hoje, mas o Grêmio, esbarrando nas mesmas limitações de outros tantos jogos, obteve mais um empate frustrante.

sábado, 23 de novembro de 2013

O radicalismo de Bachelet

A revista "Veja" segue, a cada semana, com sua incansável defesa do capitalismo e da "sociedade de mercado". Seu radar está voltado não só para o Brasil, mas para qualquer lugar do mundo onde algum governo se guie por outros parâmetros. Nesse caso, os adjetivos são sempre duros, pois não há algo que "Veja" suporte menos do que contestações ao capitalismo selvagem. A mais nova vítima da ira da publicação, na edição que chegou hoje às bancas, é a candidata a presidente do Chile, Michelle Bachelet. Ela ganhou o primeiro turno das eleições, e deverá ter sua vitória confirmada no segundo. Bachelet já presidiu o Chile de 2006 a 2010 e teria sido, segundo a revista, a maior representante da chamada "esquerda vegetariana", expressão criada pelo direitista peruano Álvaro Vargas Llosa para definir políticos da América Latina que, embora defendessem ideias socialistas, mantinham políticas "pragmáticas" e "respeitavam as instituições democráticas". Como tal, se contrapunham ao grupo dos "carnívoros", como o falecido venezuelano Hugo Chávez e o boliviano Evo Morales. No  entender da revista, Bachelet, embora ainda distante de Chávez e Evo, está mais "radical". Tudo porque suas propostas de campanha ameaçam o modelo econômico que, conforme "Veja", colocou o Chile "na porta de entrada do Primeiro Mundo". Bachelet propõe reformar a Constituição, permitir a reeleição, eliminar o lucro na educação, promover o avanço estatal no sistema de aposentadorias, reduzir os estímulos para investidores estrangeiros e nacionais e elevar impostos às empresas. Para qualquer pessoa que analise tais propostas com discernimento, elas representam um avanço na direção da justiça social. Para "Veja", no entanto, são demonstrações de radicalismo. O lucro na educação é uma ignomínia, por comerciar com um dos mais nobres valores humanos. A participação do governo no sistema de aposentadorias é uma imposição moral de qualquer país. Os trabalhadores não podem ter o seu futuro preso, apenas, a planos de previdência privada, como deseja "Veja" no seu modelo de sociedade ideal. A redução de estímulos governamentais para empresários é outra medida elogiável. O governo tem de agir para mitigar os problemas sociais, não para subsidiar investidores privados. A elevação de impostos para as empresas, segue na mesma linha, pois quem mais arrecada, deve dar uma maior contribuição. O que "Veja" não esclarece aos seus leitores é que o atual presidente do Chile, Sebastian Piñera, é um milionário que aplicou em seu mandato todo o receituário neoliberal. Por isso mesmo, sua candidata foi facilmente batida por Bachelet no primeiro turno. Não é de hoje que os eleitores dos países da América do Sul se inclinam à esquerda do espectro político. Se, como aconteceu no Chile, experimentam eleger um candidato de direita, logo se arrependem e voltam atrás. Brasil, Argentina, Uruguai, Equador, Bolívia e Venezuela são governados pela esquerda, e o Chile prepara-se para juntar-se ao grupo. Todos esses governos enfrentam marcação cerrada da imprensa conservadora, que tenta desmoralizá-los e desestabilizá-los, sempre de modo infrutífero. A preferência dos sul-americanos pela esquerda não é um modismo, é convicção. Para o bem dos países por ela governados e desconsolo de "Veja", que continuará com suas teses caindo no vazio.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O pessimismo de Pelé

Pelé é, sem dúvida, o maior jogador de futebol de todos os tempos. Maradona, Garrincha, Messi, Di Stéfano e Puskas são outros exemplos de craques extraordinários, mas Pelé é superior a todos, um verdadeiro gênio. Porém, ao contrário do que alguns possam pensar, a genialidade não é multifatorial, ela se concentra num determinado dom ou habilidade. Sendo assim, alguém que atinge a condição de gênio numa atividade, poderá ser medíocre em outros campos de atuação. No caso específico de Pelé, ele nunca demonstrou o mesmo brilho em qualquer outra área com que tenha se envolvido. Ele já aventurou-se como compositor, mas as músicas que criou constrangem pelo primarismo. Também já arriscou-se como ator e, igualmente, não despertou nenhum entusiasmo pelo seu desempenho. Como ministro dos Esportes no governo de Fernando Henrique Cardoso, criou a malfadada lei que leva o seu nome e que, sob o pretexto de libertar os jogadores da "escravidão", prejudicou imensamente os clubes, favorecendo intermediários que, usando a alcunha de "empresários", nada mais são do que gigolôs fazendo fortuna às custas do suor alheio. Ao longo do tempo, as manifestações públicas de Pelé também foram, em geral, desastradas. Ficou célebre uma declaração sua, ainda nos tempos da ditadura, dizendo que o povo brasileiro não sabia votar. Seus muitos disparates fizeram com que, certa vez, o também ex-jogador Romário dissesse que " De boca fechada, Pelé é um poeta". Agora, em  mais uma declaração inoportuna e infeliz, Pelé afirmou que não acredita no êxito do movimento Bom Senso F.C., criado por jogadores, que visa obter mudanças na estrutura do futebol brasileiro, principalmente em relação ao calendário. O movimento, criado há pouco mais de um mês, já conseguiu que os campeonatos estaduais de 2014 tivessem sua duração reduzida, o que, parece, não foi observado por Pelé. O Bom Senso F.C. pretende, entre outras coisas, um calendário mais enxuto e racional, com um mês de pré-temporada. Os jogadores já fizeram manifestações de protesto antes de partidas do Campeonato Brasileiro, e pretendem intensificar suas ações na rodada desse fim de semana da competição, por entenderem que a CBF não está correspondendo às expectativas do movimento quanto às mudanças no futebol do país. Em vez de juntar sua voz com a dos jogadores, valendo-se da representatividade que sua figura possui, Pelé manifesta seu pessimismo quanto ao atendimento das reivindicações que eles encaminharam. Mais uma vez, Pelé presta-se a um triste papel, andando de mãos dadas com as forças mais retrógradas do futebol brasileiro. Comprova, com isso, que sua genialidade ficou restrita ao que fazia dentro do campo. Fora dele, quase sempre, mete os pés pelas mãos.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Confronto

A questão da prisão dos réus do mensalão tomou conta do noticiário dos meios de comunicação e das discussões nas redes sociais. Todos os demais assuntos parecem estar em absoluto segundo plano. Poucos são os que conseguem fazer uma análise equidistante do fato. O que se vê é uma defesa apaixonada dos réus, por um lado, e um ódio desmesurado pelos mesmos, de outro. Independentemente do grau de culpabilidade dos acusados, o mensalão tem sido usado pela imprensa conservadora e pela oposição como uma tentativa de enfraquecer o governo. Uma tentativa, por sinal, tão persistente quanto infrutífera. O chamado "escândalo do mensalão" chegou ao conhecimento público em 2005, ainda no primeiro mandato do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, o que não impediu sua reeleição em 2006, nem que fizesse de Dilma Rousseff sua substituta no cargo, em 2010. Mesmo com a condenação dos réus, em 2012, os reflexos no campo político não se fizeram sentir. As pesquisas de opinião indicam que Dilma Rousseff deverá se reeleger, em 2014, no primeiro turno. O confronto que se vê entre defensores e detratores dos réus se dá entre setores mais engajados politicamente, mas, pelo visto, é ignorado pelo cidadão comum, que está mais preocupado com as questões práticas que afetam a sua vida. Como comprovam as pesquisas, a maioria do eleitorado está satisfeita com as ações do governo. O embate que ora se verifica em torno das condenações do mensalão é o caso típico de muito barulho por nada. Manchetes grandiloquentes e debates acalorados mantém o assunto em evidência, mas não influem no ânimo do eleitor. Assim, talvez seja a hora de deixar o fato seguir o seu andamento jurídico e tratar de questões pertinentes aos interesses mais prementes dos brasileiros.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Todos as campeãs estarão na Copa

Ficaram definidas, hoje, todas as 32 seleções que participarão da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Para satisfação de todos os que gostam de futebol, todas as seleções que já ganharam a competição estarão presentes na Copa de 2014. No dia 6 de dezembro, será feito o sorteio dos grupos e, a partir daí, a proximidade do início da Copa deverá, finalmente, instaurar o entusiasmo coletivo por sua realização, sobrepondo-se às resistências que tão magnífico acontecimento, incrivelmente, ainda enfrenta por parte de certos setores. Será a segunda vez que o Brasil sediará uma Copa do Mundo, com uma distância de 64 anos entre uma e outra. A imensa maioria dos brasileiros que a assistirão, portanto, não teve a chance de testemunhar a primeira, nem viverá o suficiente para ver uma terceira Copa no país, caso ela venha a ocorrer um dia. Trata-se de uma oportunidade ímpar de presenciar um evento inesquecível. Por mais que sejam ponderáveis os argumentos contra os vultosos gastos para a realização da Copa, eles não podem se sobrepor ao privilégio que é ter a maior competição do futebol mundial sendo realizada em nosso país. Uma Copa, por si só, já é um fato da mais alta relevância. Com todas as seleções campeãs participando dela, tem tudo para ser a mais espetacular de todos os tempos.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Vitória para encerrar o ano

A Seleção Brasileira venceu o Chile por 2 x 1, hoje, em Toronto, partida amistosa que encerrou as atividades da equipe em 2013. Agora, só haverá mais um amistoso antes da Copa do Mundo de 2014. Será em março do próximo ano, contra a África do Sul. O Chile, que vinha de uma boa vitória sobre a Inglaterra, por 2 x 0, foi um adversário bem mais forte do que Honduras. Depois de fazer um gol relativamente cedo, aos 15 minutos do primeiro tempo, marcado por Hulk, a Seleção foi diminuindo o seu ímpeto. Isso permitiu que, pouco depois da metade do segundo tempo, o Chile empatasse, com mais um gol de Vargas, do Grêmio. Porém, sentindo-se desafiada, a Seleção voltou a pressionar, e alcançou o gol da vitória, feito por Robinho. Neymar deixou um pouco a desejar, enfeitando alguns lances desnecessariamente. Foi uma boa vitória da Seleção, cujo balanço do ano é altamente positivo. Com Felipão como técnico, a Seleção ganhou uma base definida e recuperou sua confiança. As perspectivas para a Copa de 2014 são animadoras.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Habilidade punida

O futebol modificou-se muito ao longo do tempo. Vivemos, hoje, uma época de profissionalismo extremado, salários milionários, transações de custos estratosféricos, arena moderníssimas. Tudo isso representa uma evolução natural do esporte mais popular do mundo. Porém, em alguns aspectos, o futebol involuiu. Um deles, sem dúvida, é quanto à qualidade técnica. Houve um tempo em que o futebol tinha jogadores que eram verdadeiros malabaristas em campo, dotados de excepcional técnica, levando os torcedores ao êxtase. Garrincha talvez tenha sido o principal representante dessa linhagem, com seus dribles desconcertantes sobre um "joão", denominação genérica que dava aos seus marcadores. Hoje, no entanto, quando um jogador arrisca um lance de maior apuro técnico, como "balãozinho", "janelinha", "meia-lua", ou mesmo um drible, isso é encarado como desrespeito ou provocação pelos adversários que, então, apelam para a violência. No amistoso Seleção Brasileira x Honduras, sábado, em  Miami, Neymar foi caçado pelos adversários por tentar demonstrar sua técnica superior. Ontem, no jogo Goiás x Inter, D'Alessandro (Int) segurou a bola com as mãos para impedir que Válter (Goi) lhe desse um balãozinho. Há alguns anos, o então árbitro Leonardo Gaciba interrompeu uma partida entre Coritiba e Santos para advertir um jogador do clube paranaense que havia feito firulas sobre o seu marcador! A exibição de técnica por parte de jogadores qualificados é um dos grandes encantos do futebol. Ela não pode ser deixada de lado pelo mau humor e a inveja seja lá de quem for. O futebol não pode se transformar apenas num jogo de resultados, sem brilho. Os melhores tem todo o direito de exibir sua categoria, para deleite do público.

domingo, 17 de novembro de 2013

A ameaça ainda existe

O Inter perdeu por 3 x 1 para o Goiás, hoje, no Serra Dourada, pelo Campeonato Brasileiro. Com o resultado, uma ameaça que parecia afastada após a vitória sobre o Botafogo voltou a perturbar o sono dos torcedores do clube. A distância do Inter para a zona de rebaixamento é de apenas quatro pontos, faltando ainda nove para serem disputados por cada clube. Há vários clubes muito mais próximos da queda, é verdade, mas a situação do Inter já não é tão tranquila. Esse é mais um fato a evidenciar a péssima campanha do Inter no Brasileirão. Na mesma competição, em 2012, o Inter chegou 19 pontos atrás de seu maior rival, o Grêmio. Agora, já está 15 pontos atrás do mesmo adversário. Sua folha de pagamento é altíssima, uma das maiores do futebol brasileiro. Possui jogadores de renome, como Juan, D'Alessandro, Diego Forlán, Leandro Damião, Scocco. Ainda assim, afundou na competição, da mesma forma que havia acontecido no ano anterior. A administração do presidente do Inter, Giovanni Luigi, é ruinosa no futebol. Só foi salva do fiasco completo porque, beneficiado por ter um conselheiro do clube como presidente da federação estadual, o Inter tem ganho os campeonatos gaúchos. Porém, aí está uma das causas do fracasso do Inter em outras competições. Beneficiado por arbitragens facciosas que, por exemplo, não lhe expulsaram um jogador sequer no Gauchão de 2013, e por uma série de favorecimentos de todos os tipos, que lhe facilitam alcançar os títulos estaduais, o Inter estranha a ausência dessa ajuda em outras disputas. Nada indica que as coisas melhorem em 2014. Resta ao torcedor do Inter o consolo de saber que o próximo ano será o último de Luigi como presidente. Como já foi reeleito, ele não pode concorrer a um novo mandato.

A evidência de um erro

O Grêmio venceu o Flamengo por 2 x 1, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Uma vitória importantíssima, pois recolocou o clube na vice-liderança do Brasileirão, posição que concede classificação direta para a Libertadores. Como não poderia deixar de ser, em se tratando de um jogo do Grêmio, foi um resultado alcançado com toques de dramaticidade. Depois de um primeiro tempo fraquíssimo, em que ficou no 0 x 0 contra o time reserva do Flamengo, o Grêmio saiu na frente no placar, sofreu o gol do empate aos 39 minutos do segundo, e fez o gol da vitória aos 42. O empate teria sido desastroso para o Grêmio, mas o mesmo jogador que fizera o primeiro gol, também foi o autor do segundo, e é aí que se escancara um terrível erro que não permitiu ao clube colher resultados ainda melhores em 2013. O jogador em questão é Máxi Rodriguez. Para qualquer observador atento do futebol, já havia ficado claro que Máxi Rodriguez é o único articulador que o Grêmio possui em seu grupo, de que só ele é capaz de realizar a ligação do meio de campo com o ataque. Hoje, mais do que isso, foi, também, o homem da conclusão, marcando dois gols que encaminharam o Grêmio para o vice-campeonato brasileiro e a consequente classificação direta para a Libertadores. Pois esse jogador, por incrível que pareça, é reserva no Grêmio. Pior do que isso, só é relacionado quando um dos outros estrangeiros do grupo está impossibilitado de jogar, já que a lei só permite três por partida. O técnico do Grêmio, Renato, prefere Riveros, Vargas e Barcos, mais famosos e de contracheque alto, preterindo Máxi Rodriguez. Incompreensivelmente, no primeiro jogo das semifinais da Copa do Brasil, contra o Atlético Paranaense, em Curitiba, Máxi não saiu jogando, nem sequer entrou durante a partida, da qual Vargas e Barcos estavam ausentes por suspensão. Porém, os dois últimos jogos do Grêmio mostraram o tamanho desse equívoco. Contra o Vasco, Máxi entrou quando o Grêmio já vencia por 1 x 0, mas fez o time melhorar e quase marcou um gol de placa. No jogo contra o Flamengo, não ficou no quase, marcou dois gols, o segundo belíssimo, e mostrou que tem um lugar no time. Para isso, será preciso retirar um dos outros três estrangeiros. A torcida já deixou claro quem ela escolheria para sair. Uma pesquisa interativa de um programa de televisão, sobre quem deveria deixar o time para a entrada de Máxi Rodriguez, teve 68% dos votos para Barcos. Vargas e Riveros receberam 16% cada um. O problema é que Barcos é o capitão do time, e homem de confiança de Renato, que tem nele sua maior liderança junto ao grupo. Tecnicamente, no entanto, seu rendimento tem sido sofrível, com vaias constantes do torcedor. Mais um caso em que o "bruxismo" de um técnico por um jogador prejudica os interesses do clube. Seja como for, depois da vitória de hoje, todo o discurso de Renato sobre Máxi até aqui, de que não está pronto, que tem ser trabalhado, que precisa ser mais competitivo, de que ainda vai fazer história no Grêmio, cai por terra. Máxi Rodriguez já está fazendo história e tem de ser titular, sem discussão.

sábado, 16 de novembro de 2013

Goleada sobre a violência

A Seleção Brasileira goleou Honduras por 5 x 0, hoje, em amistoso, no estádio Sun Life, em Miami. Ainda que Honduras não seja uma grande equipe, está classificada para a Copa do Mundo de 2014, e tem em seu currículo o feito de ter eliminado a Seleção Brasileira da Copa América de 2001. O jogo terminou o primeiro tempo com vitória da Seleção por 1 x 0. O elástico resultado final se explica porque Honduras esqueceu-se de jogar futebol e apelou para a violência, especialmente sobre Neymar. No futebol atual, parece que o fato de um jogador ser altamente técnico desperta o ódio dos adversários, que se sentem "desrespeitados" quando são vítimas de sua categoria superior. Neymar apanhou o tempo todo em que esteve em campo, sob a absoluta complacência do árbitro. Porém, Neymar e seus companheiros não perderam a cabeça, e responderam com gols e jogadas inspiradas à violência hondurenha. O futebol da Seleção agradou, ainda que se desconte a fragilidade do adversário. O próximo amistoso, contra o Chile, terça-feira, deverá ter um grau de exigência maior.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

As prisões dos réus do mensalão

A imprensa conservadora brasileira está em êxtase. Os réus do mensalão, finalmente, irão para a cadeia. Condenados por vários crimes, eles cumprirão pena por aqueles para os quais não cabe o recurso dos embargos infringentes. Bem, se são culpados, é correto que paguem por seus delitos. Porém, o que não é tolerável é a ideia de que estes réus foram responsáveis pelo "maior escândalo da história do país". Como se pode mensurar escândalos a ponto de se estabelecer uma hierarquia? Num país tão pródigo em malfeitos ao longo de sua história, porque o mensalão ostentaria tal condição? Na verdade, por trás da fúria moralizante da grande imprensa, o que existe é interesse político, uma busca desesperada de colar o escândalo ao governo, deteriorando sua imagem junto ao eleitorado. Isso vem sendo tentado desde 2005, quando da descoberta do mensalão. Sem sucesso. O fato não impediu a reeleição do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, nem que fizesse de Dilma Rousseff a sua substituta. Nada indica que isso venha a mudar. Dilma deverá se reeleger, provavelmente no primeiro turno. O eleitor, por certo, vê como acertada a medida de prender quem cometeu crimes. No entanto, ele sabe que isso não implica em retirar seu apoio a um governo que tem feito muito pelo setores mais desassistidos da sociedade. Programa Bolsa Família, política de cotas nas universidades, ProUni, expansão da classe média, são muitas as ações dos governos Lula e Dilma em favor de uma sociedade mais inclusiva. Isso é o que tem pesado na decisão de voto dos brasileiros, e, tudo indica, prosseguirá prevalecendo. Punir transgressores é uma obrigação, mas isso nada tem a ver com uma mudança nos ocupantes do poder. Para isso, é preciso uma proposta alternativa a de quem está governando, coisa que a oposição continua a não ter.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A volta para a segunda página

O Inter perdeu para o Atlético Mineiro, por 2 x 1, hoje á noite, no Independência, pelo Campeonato Brasileiro. Num jogo que valia muito pouco, o Inter perdeu mais uma partida. Em todo o segundo turno, até agora, o Inter ainda não conseguiu ganhar dois jogos seguidos. No domingo, após a vitória sobre o Botafogo, um dos diretores de futebol do Inter, Luís César Souto de Moura, destacou a importância do clube ter voltado para a "primeira página da tabela", referindo-se ao fato de que os programas de televisão mostram a tabela de classificação do Brasileirão em duas partes, do 1º ao 10º lugar e do 11º ao 20º. Para Souto de Moura, a chegada ao 10º lugar era motivo de satisfação, por colocar o Inter, novamente, na primeira página. Um pensamento, sem dúvida, muito pequeno para um clube da expressão do Inter. Pois o contentamento de Souto de Moura durou pouco. Com a derrota de hoje, o Inter caiu para o 11º lugar, voltando para a segunda página. Um final de ano melancólico para um clube que tem uma folha de pagamentos altíssima e é sempre apontado como um dos favoritos para o título da competição. O próximo jogo do Inter será contra o Goiás, no Serra Dourada. Historicamente, o Inter não tem um bom retrospecto contra o Goiás jogando como visitante. Afora isso, o clube goiano entrou na zona de classificação para a Libertadores e vive grande fase. Uma vitória do Goiás pode trazer problemas para o Grêmio, que também luta para classificar-se para a Libertadores. Com todos esses fatores somados, fica difícil acreditar num bom resultado do Inter. Para o Inter, os quatro jogos que restam até o fim do campeonato são apenas uma contagem regressiva para as férias.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Uma noite de sorte

O Grêmio ganhou do Vasco por 1 x 0, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Depois de sete jogos sem vitórias, e seis sem marcar gols, o Grêmio voltou a ganhar. O futebol do time não melhorou em nada, mas, pelo menos, a vitória veio. O gol que quebrou com o jejum de resultados positivos foi do zagueiro Rhodolfo. O ataque, como sempre, primou pela ineficiência. Kléber completou 15 jogos sem marcar gols, algo inconcebível para um atacante. Sua atuação segue, invariavelmente, o mesmo padrão. Lento, pesado, longe da área, sem vitória pessoal sobre seus marcadores, tentando cavar faltas. Barcos teve oportunidades para marcar, mas desperdiçou-as. Zé Roberto, afora a cobrança de escanteio que resultou no gol de Rhodolfo, nada fez de útil. Alex Telles foi, simplesmente, desastroso. Suas atuações pioram a cada jogo. Ao longo da partida, a torcida demonstrou, várias vezes, a sua insatisfação. Na saída para o intervalo, com o jogo ainda empatado em 0 x 0, explodiu em vaias. O apoio ao técnico Renato já não é majoritário entre os torcedores. Na verdade, o que ficou de bom do jogo foi a vitória. Para melhorar, os resultados paralelos foram quase todos positivos. Se a vitória do Goiás sobre a Ponte Preta não foi boa para o Grêmio, foi compensada pela derrota do Atlético Paranaense para o Criciúma e o empate do Botafogo com a Portuguesa. Outro resultado favorável foi a derrota do Vitória para o Cruzeiro, que impediu o clube baiano de se aproximar da zona de classificação da Libertadores. Agora, o Grêmio terá mais um jogo em casa, contra o Flamengo, que deverá poupar jogadores pensando no primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil, na quarta-feira, e poderá se beneficiar do fato de que Botafogo e Atlético Paranaense farão um confronto direto na busca pela classificação para a Libertadores. Se vencer o Flamengo, e o Atlético Paranaense não ganhar do Botafogo, o Grêmio voltará para o segundo lugar no Brasileirão, que garante classificação direta para a Libertadores. Se o futebol continua precário, a sorte começa a sorrir, de novo, para o Grêmio.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

A exumação de João Goulart

A exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, que será realizada a partir de amanhã, é um fato de grande significado para a história do Brasil. Goulart era um presidente legítimo, que foi derrubado do cargo por um espúrio golpe militar, o qual jogou o país numa ditadura assassina que durou 21 anos. A causa oficial da morte de Goulart foi um ataque cardíaco, mas, há muito tempo, existem suspeitas de que ele teria sido envenenado por ordem do regime militar. Com a exumação de seus restos mortais, essa dúvida será dirimida. Isso já poderia ter sido feito há mais tempo. Agora, já se passaram 37 anos da morte de Goulart. Porém, antes tarde do que nunca. Ainda que autoridades como o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a secretária nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário, digam que o procedimento não tem conotações políticas, é inegável sua repercussão nesse campo, principalmente se a hipótese de envenenamento for confirmada. O Brasil precisa passar a limpo o período mais trágico da sua história. Pena que, no que tange aos crimes dos agentes da ditadura, continue a vigorar a mais absoluta impunidade, ao contrário do que fizeram nossos vizinhos, Uruguai e Argentina, em relação aos seus governos militares. Ao contrário do que sustenta a imprensa conservadora, o país nada ganha empurrando sua sujeira para debaixo do tapete. Há que se encarar os traumas do passado, em vez de ignorá-los. Com a exumação dos restos mortais de João Goulart o Brasil dá um passo para o acerto de contas com a sua história, o que deve servir de exemplo para ações futuras.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Felipe Massa na Williams

O piloto brasileiro Felipe Massa assinou contrato com a Williams por três anos. Assim, afasta-se a hipótese de que o Brasil ficasse sem um piloto na Fórmula-1, o que seria extremamente lamentável. Massa teve uma calorosa despedida da Ferrari, no autódromo de Mugello, na Itália, na qual compareceram 15 mil pessoas, mesmo abaixo de chuva. Ele ainda fará mais duas corridas pela equipe, os grandes prêmios dos Estados Unidos e do Brasil, que encerrarão o Campeonato Mundial de F-1 de 2013. Massa foi recebido com euforia na Williams, que vem tendo desempenhos modestos nos últimos campeonatos, e que teve em 2013 o seu pior ano na F-1, mas que pretende voltar aos seus melhores tempos a partir de 2014. "Para nós, hoje é Natal", chegou a dizer Cléo Williams, filha do proprietário da equipe, Frank Williams, quando da apresentação oficial de Massa. A Williams tem sete títulos de pilotos e nove de construtores na F-1, e Felipe Massa é o sétimo brasileiro a correr pela equipe. Nélson Piquet, inclusive, conquistou o último de seus três títulos mundiais pela Williams, em 1987. Se levarmos em conta os resultados da Williams nos últimos anos, as perspectivas de Massa lutar por vitórias e títulos não parecem as mais animadoras. Porém, trata-se de uma equipe com grande retrospecto e que fez uma série de outras contratações para o seu corpo técnico visando voltar às grandes conquistas. Afora isso, Massa será o primeiro piloto, sem ficar à sombra de outro, como acontecia na Ferrari, com o espanhol Fernando Alonso. Saudemos, portanto, o fato de que o Brasil continuará sendo representado na F-1, e façamos votos de que Massa e a Williams retornem, juntos, ao tempo em que somavam vitórias.

domingo, 10 de novembro de 2013

Tranquilidade

O Inter ganhou do Botafogo por 2 x 1, hoje à tarde, no Francisco Stédile, pelo Campeonato Brasileiro. Com isso, a hipótese de rebaixamento, que já era muito remota, foi totalmente afastada. Os últimos cinco jogos do Brasileirão, portanto, serão de absoluta tranquilidade para o Inter, que apenas cumprirá tabela. Circunstancialmente, a vitória do Inter também beneficiou o Grêmio, pois impediu que o Botafogo o ultrapassasse na classificação. Agora, com o Inter livre de qualquer ameaça de rebaixamento, e sem nenhum objetivo dentro da competição, não faltará quem levante a hipótese dele entregar o jogo que fará contra o Goiás, no Serra Dourada, no próximo final de semana, a fim de prejudicar o Grêmio. Seja como for, o Inter está liberado para projetar o ano de 2014. Com o clube sem ter mais o que buscar até o fim do campeonato, é obrigação dos dirigentes começarem a planejar o próximo ano, se não quiserem repetir o fracasso deste e do anterior.

Agonia

O Grêmio foi goleado pelo Cruzeiro, hoje à tarde, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro. A agonia da torcida prossegue, pois o Grêmio não marca um gol há seis jogos! Dessa vez, as chances até apareceram, e as duas maiores foram em chutes de Barcos, um que bateu na trave, outro que foi defendido espetacularmente pelo goleiro Fábio. Assim mesmo, não dá para aceitar as justificativas do técnico do Grêmio, Renato, para o resultado. Renato argumentou que o Grêmio jogou bem e que teve chances de fazer gols, o que só não conseguiu devido às grandes defesas de Fábio. Não é verdade. A atuação do Grêmio foi muito ruim no primeiro tempo, só melhorando, um pouco, no segundo. Mais uma vez, mesmo perdendo o jogo, Renato voltou do intervalo com o mesmo time. Pior, só mexeu no time aos 32 minutos do segundo tempo, quando o Cruzeiro já tinha feito três substituições. A entrevista de Renato, após o jogo, também foi lamentável. Exaltou o fato de que o Grêmio está há 21 semanas no G4, disse que só não assinou a renovação de seu contrato por que não quis, e ainda provocou o Inter, ao declarar que seu clube ainda tem objetivos no Brasileirão, enquanto outros já estão de férias há muito tempo. Renato criou um sistema tático com três zagueiros e três volantes que foi o responsável pela ascensão do Grêmio na competição. Tudo indica, no entanto, que esse esquema já perdeu o seu prazo de validade. Renato tem de buscar uma nova alternativa. O que antes era uma certeza, a classificação para a Libertadores, agora está seriamente ameaçada. O últimos jogos do campeonato eram para ser um tranquilo cumprimento de tabela para o Grêmio, mas transformaram-se num drama sem garantia de um final exitoso.

sábado, 9 de novembro de 2013

Competitividade

O "chefão" da Fórmula-1, Bernie Ecclestone, cogita a ideia de que a categoria mais importante do automobilismo mundial possa, mais uma vez, mudar o seu sistema de pontuação. Dessa vez, a proposta é de que a F-1 adote um sistema semelhante ao do circuito mundial de tênis, em que alguns torneios fornecem mais pontos do que outros para o estabelecimento do ranking. Assim, algumas corridas dariam mais pontos do que outras. A F-1 já realizou mudanças na sua pontuação anteriormente. Durante muitos anos, apenas os seis primeiros colocados pontuavam, e o vencedor recebia 9 pontos. Mais tarde, talvez para optar por um número mais "redondo", o vencedor passou a receber 10 pontos. Há alguns anos, houve uma mudança mais radical, e o vencedor passou a ganhar 25 pontos, com a zona de pontuação se estendendo até o 10º lugar, o que se mantém até hoje. Na verdade, o que há por trás da proposta de Ecclestone é a tentativa de garantir a competitividade da F1. Ele, certamente, está incomodado com a ampla superioridade do atual tetracampeão da categoria, Sebastian Vettel, que caminha para bater todos os recordes da F-1. A F-1 não é apenas um esporte, é, também uma atração transmitida pela televisão, e a previsibilidade atual de suas corridas pode diminuir o interesse do público. A preocupação do dirigente da F-1, portanto, é compreensível. Disputas mais acirradas aumentam o interesse das pessoas pelas competições esportivas. Há, por exemplo, quem não goste da fórmula de campeonatos de futebol em pontos corridos, de há muito implantada na Europa e que só chegou ao Brasil em 2003, por julgá-la pouco competitiva. Em contrapartida, exaltam as competições do tipo "mata-mata", cujo modelo de disputa nivela adversários de potenciais distintos. Particularmente, sou fã dos pontos corridos, por entender que é a mais justa fórmula para se definir um campeão. Os melhores não podem ser punidos pela sua maior qualidade. Ainda que a superioridade de um esportista ou de uma equipe, por vezes, torne algumas competições previsíveis quanto ao seu resultado, esse é o preço a se pagar quando se está diante de um talento, individual ou coletivo, superior. Como expressa o slogan de uma premiação publicitária, nada substitui o talento. Ele tem todo o direito de se mostrar na sua plenitude, e de obter os resultados correspondentes.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Irrelevância

Vivemos em uma época de notáveis avanços científicos e tecnológicos. Em consequência disso, nossa existência é cercada de confortos e recursos inimagináveis para nossos antepassados, e a longevidade humana, beneficiada pelo progresso da medicina, se expande cada vez mais. Tudo isso deveria fazer com que estivéssemos num período luminoso da história, mas não é o que acontece. A vida não se faz só de aspectos objetivos, possui uma grande carga de subjetividade, que envolve valores, expectativas, anseios, necessidades. O aspecto cultural também é importantíssimo. Em tais terrenos, parece que estamos involuindo. A produção cultural, decaiu de qualidade em relação ao passado. O conteúdo de jornais, revistas e internet, e as programações de rádio e televisão são marcadas pelo culto ao descartável, ao insignificante. São inúmeras matérias sobre celebridades, o que elas fazem, o que dizem, que lugares frequentam, que gafes cometem, onde passam suas férias. O padrão "revista Caras" espalhou-se por todos os veículos de comunicação. Enormes espaços são reservados para notícias que nada informam, sobre fatos que, na sua essência, não tem nenhuma importância. Numa sociedade marcada pelo consumo desenfreado e pela descartabilidade, até mesmo o jornalismo e a cultura foram tomados pelo supérfluo. Temos acesso a um volume de informações cada vez maior, mas apenas na quantidade. Tudo o que exige aprofundamento e reflexão foi deixado de lado, a superficialidade se impôs. Devíamos estar experimentando uma etapa grandiosa da história humana, mas, ao contrário, a aridez toma conta de nossas vidas. Em vez de movidos por ideais grandiosos, estamos cercados pela irrelevância.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Jorge Dória

O ator Jorge Dória, que faleceu ontem e foi enterrado hoje, no Rio de Janeiro, teve uma trajetória profissional singular. Ele já tinha uma longa carreira no teatro e no cinema quando fez sua estreia na televisão. Dória, que morreu com 92 anos, só chegou à televisão em 1970, na extinta Tupi.. Em 1972, aos 51 anos, fez seu primeiro trabalho na Globo, como o Lineu da primeira versão do seriado "A Grande Família". Foi o que bastou para que Dória nunca mais deixasse o vídeo. O grande público da tv, que em sua maioria não o conhecia, logo se identificou com o seu inegável talento. Jorge Dória fez toda a sorte de papéis em sua carreira, mas destacava-se por sua veia cômica. Tanto o primeiro quanto o último trabalho de Dória na Globo tinham a marca da comicidade. O primeiro, como o já citado Lineu, funcionário publico dedicado e chefe de família suburbano. O último, no programa "Zorra Total", como Maurição, um machista empedernido que não se conforma ao constatar que seu filho é gay. Dória estava afastado do vídeo desde 2005 quando sofreu um AVC que o impossibilitou de continuar trabalhando. Teve uma existência e carreira longas, e, certamente, deixa muita saudade no público. Mais um grande nome que se vai, nesse celeiro de artistas que é o Brasil.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Decepção

O Grêmio empatou em 0 x 0 com o Atlético Paranaense, hoje, na Arena, pelas semifinais da Copa do Brasil. Como havia perdido o primeiro jogo, no Durival Britto, por 1 x 0, o Grêmio está eliminado da competição. Uma enorme decepção para a torcida que se fez presente no estádio, estabelecendo o recorde de público na história da Arena, com 44 mil pessoas. Foi o quinto jogo consecutivo do Grêmio sem marcar gols! O técnico do Grêmio, Renato, foi outra nota negativa do jogo. Ele cedeu ás pressões pela escalação de Zé Roberto, colocando-o no time e retirando Vargas. Zé Roberto, como de hábito, não deu nenhuma contribuição positiva para o time, abusando de toques laterais e improdutivos. Acabou substituído no segundo tempo. Mais uma vez, Renato manteve Barcos até o fim, a despeito de sua má atuação,.comprovando que está comprometido com o jogador, que é o seu líder no vestiário. Justamente no final do ano, época de garantir posições que levem o clube a uma disputa de Libertadores, o Grêmio vive seu pior momento. Foi eliminado da Copa do Brasil e corre sério risco de sair da zona de classificação para a Libertadores no Campeonato Brasileiro já no próximo domingo. Agora, já são 12 anos sem que o Grêmio conquiste um grande título. Mais uma frustração para o torcedor do Grêmio, cujo sofrimento parece não ter fim.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O direito ao sossego

O campo do Ararigbóia, no bairro Jardim Botânico, é um dos mais tradicionais locais do futebol de várzea em Porto Alegre. No entanto, a Secretaria de Esportes de Porto Alegre determinou que ele não receberá mais jogos do Campeonato Municipal de Várzea. Conforme o secretário de Esportes, José Edgar Meurer, a decisão ocorreu após pedidos dos moradores locais, que alegavam violência durante as partidas, barulheira e sujeira. A ocorrência de um homicídio no local, no domingo passado, reforçou os argumentos de quem queria a suspensão dos jogos no Ararigbóia. Uma arquiteta que reside há sete anos na frente do campo de futebol disse que é injusto que os moradores não possam usar o parque nos finais de semana porque ele está lotado de "gente que não é daqui". "Nossa comunidade não faz parte deste campeonato", acrescentou a arquiteta que, curiosamente, não quis se identificar, por temer represálias. Mais uma vez, em nome do direito ao sossego, setores da classe média de Porto Alegre tomam medidas contra os divertimentos populares. Claro que um homicídio é um fato grave, mas daí a usá-lo como pretexto para proibir os jogos no Ararigbóia vai uma grande distância. A própria Brigada Militar afirma que o fato destoa da rotina do local, cujas ocorrências, em geral, envolvem perturbação da ordem, gritaria, som em alto volume ou alguma briga, todas elas controláveis. Na verdade, a proibição de jogos no Ararigbóia é mais um ato de segregação de estamentos da classe média contra as comunidades de periferia, que constituem o seu público majoritário. O mesmo já havia sido feito quando o Carnaval foi retirado da zona central da cidade e levado para um local ermo, o Porto Seco. A face perversa de um estado tradicionalmente conservador e elitista se faz sentir mais uma vez. Numa cidade tão carente de alternativas de lazer, nem o divertimento proporcionado pelo futebol de várzea é tolerado. Afinal, a "respeitável" classe média tem direito ao seu sossego. Duro, revoltante mesmo, é ver, novamente, a administração municipal ceder a esse tipo de pressão.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O mito que ruiu

A ruína do império "X" de Eike Batista (todas as empresas dele tem essa letra em seu nome), expõe exemplarmente os desvarios do capitalismo. Os defensores do mercado e da "livre iniciativa", fizeram de Eike um mito. Com vários empreendimentos simultâneos, e uma fortuna que o colocava entre os homens mais ricos do mundo, Eike foi saudado pela grande imprensa brasileira como um exemplo de empresário arrojado. Eike sempre gostou dos holofotes, de ostentar sua condição de homem extremamente bem sucedido. Chegou ao ponto de ter dentro da sala de sua residência um carro esporte caríssimo. Seu nome começou a ser mais conhecido do grande público quando, há alguns anos, a modelo Luma de Oliveira, com quem era casado e teve dois filhos, desfilou no carnaval do Rio de Janeiro com uma coleira que tinha o seu nome inscrito. Agora, de modelo a ser perseguido, Eike tornou-se um exemplo do quão ilusório pode ser o êxito capitalista. Suas empresas valem cada vez menos. Chegou a ter a pretensão de se tornar o homem mais rico do mundo, mas sua fortuna vem encolhendo a cada dia. Claro que Eike não se tornará um homem pobre. Continuará a usufruir de um alto padrão de vida. Porém, os que apostaram nas suas empresas quebraram a cara. A petrolífera OGX, a principal do império, acumula dívidas de R$ 11 bilhões, o que se configura como o maior calote já aplicado por uma companha na América Latina. A OGX pediu recuperação judicial, o que a aproxima ainda mais da falência. Outra empresa do grupo, a OSX, de estaleiros, está quase seguindo o mesmo caminho. O curioso, no entanto, é que o tratamento editorial dado à queda de Eike não é proporcional ao do tempo de sua ascensão. O empresário chegou a ser capa da revista "Veja", quando de seu êxito. Seu fracasso, contudo, só é registrado, pela mesma publicação, em pequenos espaços, sem maior destaque. Afinal, para quem colocou Eike Batista como um símbolo das "virtudes" do capitalismo e do empreendedorismo, sua queda representa uma propaganda contrária totalmente indesejável.

domingo, 3 de novembro de 2013

Indignação

O Inter perdeu por 1 x 0 para o Atlético Paranaense, hoje, no Durival Brito, pelo Campeonato Brasileiro. Foi mais uma atuação fraca do time, e outra derrota. O destaque maior não ocorreu em campo, mas depois do jogo. Um dos diretores de futebol do Inter, Marcelo Medeiros, habitualmente calmo e polido, deu uma entrevista em tom forte, dizendo-se indignado com a atuação do time, e revelando que, por causa dela, proferiu palavrões durante a partida. Alguns jogadores chegaram a manifestar preocupação pela possibilidade de rebaixamento. Após a eliminação da Copa do Brasil, que lhe tirou a última chance de obter uma classificação para a Libertadores, o Inter parece uma nau sem rumo. As declarações de Marcelo Medeiros e a apreensão revelada por alguns jogadores quanto ao rebaixamento, demonstram o quão conturbado está o vestiário do Inter. A hipótese de queda para a Segunda Divisão é muito remota, mas, de qualquer forma, o Inter tem de tornar a vencer. Não há nada pior para um grande clube do que se acostumar com as derrotas.

Vaias

O Grêmio empatou em 0 x 0 com o Bahia, hoje á tarde, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Ao contrário de outros jogos, o Grêmio teve amplo domínio da partida e criou várias chances de gol, mas, ainda assim, não conseguiu mandar nenhuma bola para as redes. Foi o quarto jogo consecutivo do Grêmio sem marcar gols. Nos últimos oito jogos, o Grêmio só obteve uma vitória. No jogo de hoje, em casa e contra um adversário de hierarquia inferior, a vitória era uma obrigação, e por isso, ao final, o torcedor, frustrado, vaiou fortemente o time. Justamente na reta final das competições, quando teria de mostrar mais força, o Grêmio está vacilando perigosamente. A semana será decisiva para o Grêmio, pois, ao final dela, poderá estar eliminado da Copa do Brasil e fora da zona de classificação para a Libertadores no Brasileirão. Urge uma recuperação imediata do time, para que pare de tropeçar e não perca o que parecia já estar garantido, ou seja, a participação na Libertadores. Será uma semana de grandes desafios para o Grêmio, sem que haja a confiança de que ele irá superá-los.

sábado, 2 de novembro de 2013

Fator previdenciário

Entre as muitas iniquidades perpetradas pelo governo Fernando Henrique Cardoso está o fator previdenciário. Criado em 1999. o fator previdenciário leva em conta o tempo de contribuição, a idade e a expectativa de vida do trabalhador no momento da aposentadoria. A partir da sua entrada em vigor, as aposentadorias se tornaram mais tardias. Outro golpe sofrido pelos aposentados foi quando seus ganhos deixaram de ser atrelados ao aumento do salário mínimo, o que vem gerando uma progressiva defasagem em seus proventos. Historicamente, os aposentados são sacrificados pelos governos brasileiros. Argumenta-se que a Previdência Social brasileira é deficitária, que apresenta enormes rombos, o que não é verdade, mas uma mentira repetida até ser aceita como fato concreto. O dinheiro dos aposentados, na realidade, serviu para financiar, ao longo do tempo, projetos faraônicos e obras superfaturadas. O crescente aumento na expectativa média de vida é outro argumento utilizado para espalhar a ameaça de uma previdência insustentável. As centrais sindicais, felizmente, estão trazendo à discussão, novamente, a alteração do fator previdenciário, retirando esse item do seu cálculo. A mudança no cálculo do fator previdenciário foi uma promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff, mas percebe-se o desinteresse do governo em cumpri-la. O projeto foi aprovado por unanimidade no Senado, em 2012, mas segue parado na Câmara dos Deputados. As centrais sindicais preparam uma mobilização para o dia 12, nas principais capitais brasileiras, para retomar o debate do assunto com o governo. Fazem muito bem. Os aposentados não podem continuar sendo o bode expiatório dos desvarios econômicos dos governos.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Mais uma Feira do Livro

Começa, hoje, em Porto Alegre, a 59ª edição da Feira do Livro. Numa cidade desprovida de encantos e sem atrativos turísticos, a Feira do Livro é um evento de grande magnitude. Ela realiza-se ao ar livre, na Praça da Alfândega, em pleno centro da cidade. São mais de cem bancas, onde são encontrados os mais diversos gêneros, lançamentos e saldos, aproximando as pessoas dos livros. Próxima de completar 60 anos, a Feira do Livro é uma instituição de Porto Alegre, e, na minha opinião, é o seu maior evento cultural. Sem a sisudez de uma feira em local fechado, a da Praça de Alfândega proporciona o contato com os livros em meio às árvores e à intensa circulação de pessoas pelo centro. Há alguns anos, afora a comercialização de livros em si, a feira passou a contar com uma série de palestras e encontros que reúnem escritores, professores, intelectuais e apaixonados pela literatura. Até o dia 18 próximo, a Feira do Livro lançará a cidade numa intensa ebulição cultural. Um acontecimento que se repete há décadas, cercado pelo carinho de moradores e visitantes da capital do Rio Grande do Sul. Com obras de todos os gêneros e faixas de preço, retira do livro o conceito de algo pouco acessível, contribuindo com sua popularização. Num país de tão baixos índices de leitura, que em todo o seu território dispõe de menos livrarias que a cidade de Buenos Aires, uma feira com essas características merece todos os elogios. Para os habitantes da cidade, ou quem a estiver visitando nesse período, a Feira do Livro é um programa obrigatório.