sábado, 9 de novembro de 2013

Competitividade

O "chefão" da Fórmula-1, Bernie Ecclestone, cogita a ideia de que a categoria mais importante do automobilismo mundial possa, mais uma vez, mudar o seu sistema de pontuação. Dessa vez, a proposta é de que a F-1 adote um sistema semelhante ao do circuito mundial de tênis, em que alguns torneios fornecem mais pontos do que outros para o estabelecimento do ranking. Assim, algumas corridas dariam mais pontos do que outras. A F-1 já realizou mudanças na sua pontuação anteriormente. Durante muitos anos, apenas os seis primeiros colocados pontuavam, e o vencedor recebia 9 pontos. Mais tarde, talvez para optar por um número mais "redondo", o vencedor passou a receber 10 pontos. Há alguns anos, houve uma mudança mais radical, e o vencedor passou a ganhar 25 pontos, com a zona de pontuação se estendendo até o 10º lugar, o que se mantém até hoje. Na verdade, o que há por trás da proposta de Ecclestone é a tentativa de garantir a competitividade da F1. Ele, certamente, está incomodado com a ampla superioridade do atual tetracampeão da categoria, Sebastian Vettel, que caminha para bater todos os recordes da F-1. A F-1 não é apenas um esporte, é, também uma atração transmitida pela televisão, e a previsibilidade atual de suas corridas pode diminuir o interesse do público. A preocupação do dirigente da F-1, portanto, é compreensível. Disputas mais acirradas aumentam o interesse das pessoas pelas competições esportivas. Há, por exemplo, quem não goste da fórmula de campeonatos de futebol em pontos corridos, de há muito implantada na Europa e que só chegou ao Brasil em 2003, por julgá-la pouco competitiva. Em contrapartida, exaltam as competições do tipo "mata-mata", cujo modelo de disputa nivela adversários de potenciais distintos. Particularmente, sou fã dos pontos corridos, por entender que é a mais justa fórmula para se definir um campeão. Os melhores não podem ser punidos pela sua maior qualidade. Ainda que a superioridade de um esportista ou de uma equipe, por vezes, torne algumas competições previsíveis quanto ao seu resultado, esse é o preço a se pagar quando se está diante de um talento, individual ou coletivo, superior. Como expressa o slogan de uma premiação publicitária, nada substitui o talento. Ele tem todo o direito de se mostrar na sua plenitude, e de obter os resultados correspondentes.

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