domingo, 11 de junho de 2017

Serviço sujo

O Brasil vive a absurda situação de ter um presidente que já era ilegítimo, pois chegara ao poder por meio de um golpe, e que, agora, está inteiramente desmoralizado depois que vieram ao conhecimento público as suas relações espúrias com o grupo JBS. Sendo assim, porque o presidente golpista Michel Temer ainda não caiu? Pelo simples motivo de que Temer não completou a tarefa pela qual foi colocado no cargo que ocupa ilegitimamente, ou seja, aprovar as reformas trabalhista e previdenciária, que farão o Brasil retroagir e voltar a época da escravidão nas atividades laborais. A aprovação das "reformas" é uma velha aspiração da plutocracia brasileira, entusiasticamente apoiada pela imprensa conservadora. A mesma imprensa que, por sinal, defendeu durante anos o fim da exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista, o que acabou conseguindo. Na ocasião, Gilmar Mendes, sempre prestimoso na colaboração com os interesses da elite, ao proferir seu voto no Supremo Tribunal Federal em favor da extinção da exigência do diploma, comparou os jornalistas com cozinheiros. Foi, também, o mesmo Gilmar Mendes quem deu o voto decisivo no julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral, permitindo que o presidente golpista e ilegítimo continue no cargo para completar o serviço sujo que lhe foi encomendado. O povo brasileiro precisa reagir. As reformas não podem ser aprovadas. Temer tem de cair. O alegado "respeito á constituição", usado como argumento para justificar eleições indiretas no caso da queda de Temer é cinismo de quem deseja colocar outra figura impopular no cargo de presidente para que aprove as execráveis reformas. Mais do que nunca é preciso exigir eleições diretas para presidente e o fim das reformas. Fora Temer!