Resultadismo

No futebol, como na vida, é preciso fazer escolhas. O Grêmio perdeu por 2 x 0 para o Huachipato, hoje, na Arena, pela Libertadores, e foi sufocado por críticas motivadas pelo resultadismo. Por não ter começado com todos os titulares, poupando jogadores, o técnico do Grêmio, Renato, foi fortemente contestado. Porém, não há porque reabrir a discussão sobre a decisão de colocar uma escalação completamente reserva contra o The Strongest, no jogo de estreia da competição. Havia a decisão do Campeonato Gaúcho contra o Juventude, cinco dias depois, e não se podia por em risco a conquista de um título colocando titulares na altitude de La Paz. A medida, portanto foi correta. A derrota de hoje não tem relação direta com a escalação. Foram muitas as chances de gol criadas pelo Grêmio. A primeira, uma bola na trave de Éverton Galdino, ocorreu logo aos 25 segundos de jogo. Os dois gols do Huachipato surgiram de bolas rebotadas. Mais uma vez, os crônicos problemas defensivos do Grêmio pesaram para o resultado. A dupla de zaga formada por Geromel e Rodrigo Ely não jogou bem. A defesa do Grêmio foi a quarta mais vazada do Campeonato Brasileiro de 2023, mas o fato de ter sido vice-campeão da competição fez com que a solução do problema fosse negligenciada. Sem um goleiro afirmado, e com apenas um zagueiro confiável, Kannemann, que foi poupado, o Grêmio pagou, mais uma vez, o preço de ter um sistema defensivo frágil. Ao contrário de outras vezes, o ataque não compensou essa deficiência, pois não conseguiu concretizar as muitas chances criadas. A classificação do Grêmio para as oitavas de final da Libertadores ficou muito difícil, mas não há motivo para se fazer terra arrasada.